Naquela noite, Selina segurou aquele porquinho dourado e não dormiu por um longo tempo.
Pela janela, estava uma noite fria e estrelada.
O terceiro dia foi o verdadeiro dia de folga.
A festa de aniversário terminou e Luke não tinha mais nada com que se preocupar.
Robert propôs um concurso de disparo rápido, o que Luke rejeitou firmemente.
Ele não queria que Robert ou mais ninguém fosse assombrado pela má sorte, então teria perdido deliberadamente, o que tornaria numa perda de tempo.
Entediado, terminou o café da manhã antes de sentar no sofá e ler arquivos no laptop.
As duas crianças estavam gritando enquanto jogavam na sala de estar.
Após ler os arquivos por um tempo, Luke jogou finalmente o laptop ao lado com raiva e se levantou: — Chega.
Os dois se viraram e o encararam atordoados: — Hã?
Ele se aproximou e pediu o controle das mãos de Claire: — Vocês são barulhentos demais para dois novatos de terceira. Deixe-me mostrar como se faz.
Alguns minutos depois, Luke caiu na gargalhada: — Hahaha, deem uma olhada no meu combo de dezoito hits. Pegue isto… — O controle pendia frouxamente nas mãos de Joseph, cheio de desespero, vendo seu personagem ser enviado voando sem ter chance de pousar.
Na tela, as palavras surgiram quando seu personagem foi atingido uma, duas, três vezes… dezoito vezes. Finalmente, com um grito prolongado, o personagem de Joseph morreu.
Olhando para Luke, que estava rindo loucamente igual seu personagem no jogo, Joseph revirou os olhos e entregou o controle para Claire: — Vai você.
Dois minutos depois, o grito miserável e triste de uma garota soou da TV: — Ahhhh…
A garota do ensino médio na tela também caiu.
Claire olhou intensamente para seu irmão satisfeito ao lado: — Isso é trapaça!
Luke perguntou: — Como isso é trapaça? Não usei trapaça nenhuma.
Claire falou: — Como consegue vencer me mantendo no ar o tempo todo? Isso não é justo.
Luke retrucou: — Isso é um combo criado pelo jogo, como você pode me culpar?!
Naquela manhã, Luke trucidou eles em cada jogo que jogaram.
Luke estava lendo no laptop na sala de estar quando Catherine retornou ao meio-dia e achou estranho que não havia sinais das outras duas crianças.
— Onde eles estão? — Catherine sabia que os dois estavam muito apegados a Luke, especialmente porque não o viram por muito tempo.
Luke riu: — Espanquei eles nos jogos, então pegaram o console e foram para a casa da Talia.
Catherine achou engraçado: — Você tem que pegar tão pesado assim?
Luke gargalhou: — Só estava com vontade. Esqueci de pegar leve.
Balançando a cabeça, Catherine não se incomodou em responder e foi para a cozinha.
Um estava disposto a espancar os outros, e os outros dois estavam dispostos a sofrer. Ninguém podia ser culpado.
O dia passou tranquilamente, até Luke receber uma ligação à tarde.
Olhando para o número, ele atendeu com um sorriso: — Palmer, você não me liga com frequência.
Palmer ficou em silêncio por um instante antes de suspirar: — Isso mesmo, então… preciso da sua ajuda.
Luke bateu na testa silenciosamente e murmurou: — Estou ouvindo.
Sabendo que Luke não gostava de perder tempo com baboseira, Palmer simplesmente foi direto ao ponto: — Martim fugiu da casa de repouso.
Luke não disse nada e apenas continuou ouvindo.
Fugir não era grande coisa, e não era como se Luke pudesse encontrá-lo, não quando estava no Texas.
Claro, se Martin não tivesse fugido para El Paso, que estava perto de Shackelford.
Palmer ficou em silêncio de novo.
Sem pressa, Luke tomou um gole de chá.
— Martin foi procurar Dito Flores — Palmer finalmente falou.
Luke pensou por um momento e lembrou vagamente deste nome: — Líder da Família Flores no México?
Palmer: — Sim.
— Por quê? Martin não está com o DEA? — Luke perguntou.
Palmer suspirou de novo: — Encontrei algumas pistas por acaso durante minha investigação. A esposa do Martim… foi atropelada por um carro a mando do Dito. Ela estava grávida quando morreu.
Luke esfregou a testa.
Das três principais coisas que garantiam vingança e ódio, matar a esposa ou filho de alguém definitivamente era uma delas.
E Dito Flores fez ambos.
Considerando o temperamento de Martin, Dito provavelmente estava condenado.
— O que quer que eu faça? — Luke perguntou.
Palmer ficou em silêncio de novo; só o leve som da respiração no celular disse a Luke que ela ainda não desligou: — Me ajude a trazer o Martin de volta.
Luke respondeu: — Com as capacidades do Martin, provavelmente precisarei salvar a vida do Dito Flores.
Martin era um veterano da marinha e um atirador de primeira classe.
Contanto que tivesse um rifle sniper e fizesse preparações o bastante, não seria complicado para Martin matar Dito.
Luke achou desnecessário ir ajudar.
O único motivo de Luke não ter matado Dito Flores, este grande traficante de drogas, foi porque o cara estava muito longe. Palmer expressou: — Martin é apenas uma pessoa, mas Dito tem mais de vinte guardas e pode chamar por mais apoio sempre que quiser. Além disso, Martin não tem estado na melhor forma mental recentemente. Você deve saber bem sobre quanto impacto isso pode ter numa luta, certo?
Ponderando por um momento, Luke respondeu: — Te ligo depois.
Encerrando a ligação com a linda agente, Luke imediatamente ligou para Roger: — Mano, como está?
Roger não respondeu imediatamente, mas Luke conseguiu ouvir vagamente os sons de mastigar que indicava que Roger estava comendo.
Um momento depois, a voz indistinta de Roger soou: — Mesmo de sempre. Ainda estou de férias.
No celular, Luke captou trechos de conversa no fundo que estava sendo realizado em espanhol.
Ele não pôde deixar de sorrir: — Férias no México?
Roger: — Tudo bem, Tracy te contou?
Luke riu: — Uau, de jeito nenhum que eu ousaria assediar a grande advogada da sua família. Você é o único que pode ter essa aura dominadora, certo?
Na verdade, Luke sentiu que “aproveitar” era uma palavra mais adequada para descrever a atitude de Roger com sua esposa, Tracy. Nem todo homem gostava de ser subjugado pelo ar dominador de uma esposa advogada durona.
Roger não captou a implicação sutil nas palavras de Luke e sorriu: — Isso mesmo. Então, Dustin te contou?
Luke tossiu: — Não exatamente. Palmer acabou de ligar e me contou que Martin foi para o México.
Roger ficou em silêncio por um momento, antes de finalmente falar: — Tudo bem, é verdade. O que você quer saber?
Luke perguntou sobre a situação. Alguns minutos depois, deslizou e ponderou por um instante.
Após pesar os pros e contras, ligou para Palmer: — Palmer, sinto muito, mas acho que não posso ajudar. Não seria certo eu me intrometer.
Palmer ficou muito decepcionada, mas só podia agradecer o tempo e desligou. Luke, por outro lado, abriu os arquivos e checou as informações do México.
Não muito depois, se levantou: — Catherine, estou pensando em acampar esta noite. O jantar está pronto?