“Você tem razão. Huryole tem muitos livros, mas seu cofre é limitado e antes de eu escapar já não havia muitos restando. O Diretor só deu Oricalco e cristais a seus melhores alunos e nossa magia está datada já que não compartilhávamos conhecimento uns com os outros. Nós travamos uns aos outros como comida.” Jakra falou.
“Foi por isso que decidi não reconstruir Hervor.” disse Thrud. “Jiera é um continente morto e cuidando dos meus súditos eu não teria o tempo necessário para me preparar para a batalha final.”
“Nós usaremos minha cidade para treinar e estocar os recursos de que precisaremos. Durante meu tempo como o Senhor local, descobri várias minas escondidas de Adamantino e cristais de mana. Elas nos fornecerão tudo o que precisarmos.”
“Você descobriu?” Jakra estava boquiaberto.
“Tá, tudo bem. Na verdade eu só comprei a informação sobre a localização delas com contrabandistas do mercados negro e funcionários de vários países.” Ela admitiu com uma risada.
“Eu não consegui usufruir dessa informação antes porque não achei nenhuma forma de minerar muito por conta própria sem ser pega fazendo isso. Eu não podia me dar ao luxo de estragar meu disfarce e nem conseguiria bater de frente com exércitos inteiros sozinha.”
“Agora, diferente de antes, sou a única que sabe onde as minas ficam e os membros do Conselho de Jiera não tem mão de obra para checar o território inteiro. Eu já escolhi as minas que eles não conhecem e escavei o suficiente para fazer o seu equipamento.”
Thrud balançou um colar feito de anéis dimensionais, fazendo uma montanha de Adamantino aparecer do nada, bem ao lado de outra feita de cristais violeta.
Fazer uma armadura para um Dragão é desperdício de metal. Só um poderoso artefato pode me machucar.” Jakra teria mordido a própria língua, mas o feitiço de escravidão o forçou a ser honesto.
“Então a minha criação fará você invencível.” disse Thrud.
“Não estou a par das últimas descobertas da Maestria da Forja Real, mas entre o que minha mãe conseguiu pegar antes de fugirmos, o que eu aprendi injetando meus cãezinhos dentro dos corpos de Mestres da Forja e o que eu aprendi por conta própria, duvido que haja muitos no meu nível.” Thrud disse.
Jakra acenou, percebendo que o plano dela poderia realmente dar certo. Ele só havia precisado de algumas semanas para ensinar a Thrud tudo o que ele tinha aprendido em seus séculos de estudo mágico implacável enquanto era cativo do Grifo Dourado.
Após alguns meses de prática, Thrud conseguiu masterizar suas recém-descobertas habilidades, e então ensinou a ele a magia moderna. Ela não apenas o ajudou a perceber o quão datado seu conhecimento era, como também melhorou todas as técnicas dele além do que ele podia sequer imaginar.
O processo permitiu a Thrud encontrar a melhor forma de escrever os livros que iriam transmitir todas as informações sobre o mundo e magia modernos que seus súditos iriam precisar uma vez livres da matriz que os mantinha dentro de Huryole.
Uma vez que ela deixasse seu exército imortal a par com os últimos avanços mágicos e os fornecesse equipamentos de primeira linha, parar Thrud exigiria a força de um Guardião. Além disso, o pior ainda estava por vir.
Entre o conhecimento que Arthan havia confiado a ela sobre o falso Despertar e que havia passado para a linhagem do Dragão Esmeralda, Jakra estava perto de entender o segredo do Despertar.
“Por que você não espera até eu terminar minha pesquisa? Uma vez que você desperte, seus poderes serão incomparáveis a agora.” disse ele.
“Isso seria muito arriscado. Você provavelmente sobreviverá ao Despertar caso Mogar te ajude, mas eu morrerei com certeza. Eu proíbo você de Despertar até que nós tenhamos destrancado o Grifo Dourado. Quando estivermos lá, compartilharemos o segredo com os outros e usaremos as matrizes da academia para ter certeza que todo mundo Desperte de forma segura.” ela respondeu.
“Minha Rainha, eu não sou digno de sua atenção. Por que você se preocupa tanto assim comigo?” A mente lógica de Jakra achava um absurdo ela se preocupar com a sobrevivência dele. Um Dragão Desperto serviria muito mais ao propósito dela do que ele em seu estado atual.
Ele sabia os riscos que o Despertar oferecia para alguém com um núcleo azul brilhante e Jakra realmente queria viver, mas o feitiço de escravidão o fazia estar disposto a jogar sua vida fora por ela.
“Porque você é meu primeiro amigo de verdade, meu leal general, e o pai de nosso filho.” Ela lhe deu um beijo de língua antes de levar a mão dele à sua barriga.
“Essa será minha última batalha, contudo em caso de falha não posso deixar minha linhagem desaparecer. Alguém deve carregar a tocha e aprender com meus erros. Além disso, você não está curioso para ver como nosso filho irá parecer?”
“Quão poderoso um ser carregando o sangue dos Grifos e dos Dragões pode ser?” Ela perguntou enquanto fazia uma faísca de Turbilhão Vital aparecer acima de suas cabeças.
Depois de seu corpo ter se estabilizado do último ciclo da Loucura de Arthan, Thrud descobriu que seu corpo tinha ultrapassado os limites humanos. Havia tanto sangue de Tyris correndo nas veias de Thrud agora que ela tinha a massa de uma besta mágica.
Jakra temia que ela só precisasse de mais alguns ciclos para conseguir usar a magia verdadeira, se não até mesmo se transformar num Grifo. Para deixar tudo pior, a gravidez não enfraquecia o mago.
Muito pelo contrário, dava-lhes temporariamente poderes inacreditáveis.
Blood Desert’s Fring
Margem do Deserto de Sangue
Após a falha de Nalrond na tentativa de conseguir algumas respostas de Mogar, o grupo precisou descansar por alguns dias. Nalrond para superar o trauma de quase ter sua personalidade sobresposta e os outros para recuperarem suas forças antes de fazerem outra tentativa.
Nenhum deles era um Desperto, então eles precisavam de muita comida e sono para voltar às suas condições de pico. Quylla usou aquele tempo para manter a força vital de Nalrond sob controle, praticar suas habilidades culinárias e estudar maestria de luz.
“Você não tem nenhuma rachadura, mas se não pegar leve por um tempo, vai acabar pior que Lith. Sua mente tava quebrando e isso quase se espalhou pro seu corpo também. Se não fosse a gente tratando sua força vital, ela já estaria permanentemente danificada.” disse ela.
“Obrigado. Por favor, o que quer que você faça, não me deixe sozinho.” Nalrond meio grunhiu, meio disse.
“Wow. Primeiro Morok e agora você. Eu nunca achei que mulheres inteligentes pudessem ser tão gostosas assim.
“Não se iluda.[1] Eu só não quero comer nada feito por Morok de novo ou ter mais visitantes.” Nalrond já tinha provado venenos mais saborosos e estava começando a odiar os Dewans.
Ele não demorou muito para perceber que eles não estavam realmente preocupados com sua saúde, mas sim com a perda do conhecimento sobre a Maestria de Luz armazenada em sua cabeça.
“Mataria você dizer que gosta da minha comida e da minha companhia? Se for pra ser tão formal, a gente não precisa ser amigo.” disse Quylla.
“Você tem razão, desculpe. Eu sou um idiota ingrato.[2] Eu prometo que assim que as vozes na minha cabeça desaparecerem, eu vou te compensar.” Estar dentro da Margem não tornava o processo de cura mais rápido.
A pressão constante que a vontade de Mogar aplicava combinada com a tensão causada em seus núcleos pela alta densidade de energia mundial fez Nalrond ouvir e ver coisas que ele esperava que nunca tivessem existido.
Notas:
[1] Nalrond é um idiota, viu bixo.
[2] pelo menos tá melhorando.
kkkkkk Esse Nalrond
ULTIMO CAPITULO???? NAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAO
Obrigado pelo capitulo! S2
Cheguei nos atuais ;-;