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Sword Pilgrim – Capítulo 75

Capítulo 75

— Entendi. Então foi isso que aconteceu…

Um homem de meia-idade com cabelos longos e uma barba longa. O líder da facção radical na Igreja de Valtherus, Bispo Milliman.

Ele engoliu em seco involuntariamente ao saber das mortes de Druma e Ryburn.

— Ele falou que morreram lutando ferozmente contra uma besta dracônica, um dragão lobo do trovão.

O relatório de Orcal.

Os olhos estreitos de Milliman brilharam.

— Dois capitães-inquisidores morreram lutando e Callius, que estava com eles, sobreviveu… Não tem algo cheirando mal?

‘Será que foi mesmo só uma coincidência? Milliman pensou profundamente.

— Este relatório é do Capitão Orcal, comandante do terceiro esquadrão. Não há dúvidas sobre isso, pois um dos seus espíritos o trouxe.

A espada espiritual do Orcal estava embainhada em uma bainha. Quando ele morresse, a espada também morreria. Portanto, enquanto estivesse vivo, outros não poderiam usar os espíritos que controlava.

Desde quê a lâmina da espada estivesse embainhada no Rosário de Orcal era evidente que ele próprio tinha enviado este relatório.

— O capitão Orcal pode ser um traidor.

— Isso é possível? Por um bastardo como o Callius?

— E se ele tiver uma relíquia sagrada em mãos? E se não fosse útil apenas para ele? Ou se pudesse conceder suas habilidades aos subordinados? Se pode melhorar tanto a esgrima como a capacidades físicas, tem certeza de que nunca cairia em uma tentação tão doce?

— Mesmo assim, eu nunca trairia a minha fé!

Apesar de aspirações tão ousadas, Milliman não acreditou nas palavras do jovem Paladino. Mesmo que a morte se aproximasse, ele seria capaz de dizer isso com tanta confiança? E se houvesse uma lâmina pressionada no pescoço, cortando lentamente sua pele, e se sua força vital estivesse se esvaindo lentamente na terra?

Milliman negou com a cabeça. O jovem não fazia ideia.

Os instintos básicos de sobrevivência do homem e a corrupção a que isso pode levar só podiam ser compreendidos por meio de experiência em pessoa. Só então se pode saber quão frágeis são os corações dos homens, quão fracos são perante a sua própria mortalidade.

— Senhor, quer que eu chame o Inquisidor chefe?

— Não é necessário. Ele já está aqui.

Através da abertura na porta, o líder da Inquisição de hereges podia ser visto.

O bispo Milliman observou o Paladino se endireitar.

— Você o chamou?

— Não.

— Cheguei na hora perfeita. Sabia que me chamaria, então vim com antecedência!

— Já falei para você parar de usar a palavra “perfeito”.

— Peço desculpas. Deve ser um hábito perfeitamente irritante.

Um homem justo, exceto por seu hábito de aderir variações da palavra “perfeito” a tudo o que diz. O líder da Inquisição de hereges, cuja característica mais distintiva era uma cicatriz impressionante que passava direto pelo seu nariz.

Genos von Gradas.

— Muito bem, Genos, dê uma olhada nisso.

— Isso é…

Genos, segurando o documento que o Bispo Milliman tinha passado pela borda, inclinou a cabeça enquanto lia o conteúdo… Uma recomendação.

— É uma carta de recomendação de um capitão, mas não tem muitos rumores sobre este cara?

Não era uma recomendação de um Inquisidor de baixo escalão. A carta vinha de um capitão de esquadrão, o que tinha um significado completamente diferente.

— Callius von Jervain? Este é o mesmo bastardo que conheço? Não é ele a escolha perfeita para interrogar, em vez de recrutar?

Em vez de torná-lo um inquisidor de hereges, não seria de admirar que o levassem para interrogatório, pois foi ele quem roubou uma relíquia sagrada. Todos os executivos naturalmente sabiam dele e também, havia muitos rumores desagradáveis sobre o homem. Então, por que de repente surgiu uma carta de recomendação?

— Foi por isso que te chamei.

— Mas não vim por mim mesmo?

— Sim, sim, então por que está aqui?

— Isto é perfeito! Deve ter sido o destino que me conduziu até aqui. Estava pensando em comer e tirar uma soneca, mas senti um cheiro interessante com sua visita.

Milliman suspirou ao ver Genos fazendo movimentos exagerados com o nariz.

— De qualquer forma, vou deixar isso para você.

— Não sei se vou ser de muita ajuda. Uma escolha mais perfeita seria…

— Eu já te falei para parar de falar isso, seu desgraçado!

— Hum, Bispo, você fica furiosíssimo com muita facilidade. Você não é o líder da facção extremista à toa. Hahaha!! Não foi engraçado? Foi uma piada, mas ninguém riu, por isso vou rir sozinho. Hahahahahaha! Isto é divertido!

Swoosh!

Quando Genos, o líder da Inquisição de hereges, desapareceu como o vento, o Bispo Milliman pressionou as mãos nas têmporas latejantes.

— Senhor, tem certeza que vai ficar tudo bem?

— Mesmo com essa personalidade, não há dúvidas sobre suas habilidades. Não é como se ele tivesse se tornando o Inquisidor-chefe à toa. Caso tivesse um pouco mais de ambição, também não teria parado por aí.

Ele teria subido a posições mais elevadas do que essa, pois era um homem que tinha as qualidades para se tornar um paladino lendário, a posição mais alta que se poderia alcançar com pura esgrima.

— Mesmo que ele seja assim, sua linhagem ainda contém os vestígios de Deus.

— Ah, o leste…

Assim como existiam os Jervain no norte, tinha os Ruydren no sul e os Gradas no leste.

— Ele tem a linhagem da família Gradas, uma das quatro grandes casas nobres de Carpe. Não haverá erros desta vez… Ele certamente será capaz de determinar se aquele canalha tem uma relíquia ou não.

— Esta é também uma ordem estrita do arcebispo, por isso não podemos nos dar ao luxo de cometer erros.

E…

— Ele não tem uma boa relação com Callius desde que eram crianças.

O norte e o leste.

Os dois eram velhos amigos.

A capital do Reino de Carpe.

Uma taverna famosa na cidade de Karradi.

[Lanterna De Frente Para O Vento]

Naquele bar com tradição e história longas, a comida e a bebida fluíam livremente.

— O quê? Está falando daquele psicopata?

Um dos cavaleiros largou a caneca de cerveja e perguntou com uma cara feia.

— Não ouviu os rumores? Se o chamar de louco, ele pode vir e cortar a sua cabeça.

— Quem me dera. Aquele puto pode vir aqui? Se ao menos…

— Não estou brincando! A maior parte do Norte já foi varrida pelo juiz, sabia?!

— O Juiz?

— Dizem que ele carrega uma espada com uma misteriosa capacidade de discernir mentiras e que você não morre, mesmo que a sua cabeça seja cortada por ela!

Callius, O Juiz.

Este apelido estava se tornando popular.

— Mas que diabos? Tem como chamar isso de espada? Se sua cabeça for cortada, você tem que morrer!

— É verdade! Ele carrega consigo uma cabeça decapitada e queima todas as riquezas dos lordes corruptos!

— Que ideia bizarra! Não poder morrer mesmo que a cabeça tenha sido cortada. Além disso, carregando-a por aí e queimando toda a riqueza de um lorde diante dos olhos das pessoas!

— Ah, é mesmo uma pena! Ao invés de queimá-la, ele podia me dar! Só de pensar já sinto dor.

— De qualquer forma, pare de falar bobagens. Se o pegarem falando essas coisas, terá a morte de um cão! A morte de um cão!

Do outro lado da taverna.

Havia um grupo que era o assunto da história que os cavaleiros estavam fofocando.

— Ei, Juiz. Poderia me pagar uma cerveja, por favorzinho?

— Compre você mesma, Helena.

Era o grupo do Callius.

— Mas você fez tanto dinheiro! Não deveria estar feliz em comprar uma cerveja para uma garota linda como eu?

Após depositar alguns dos subprodutos do dragão lobo do trovão e receber o pagamento antecipado, Callius estava nadando em dinheiro.

Excluindo os vinte mil ouro que investiu em Helena, ainda tinha sessenta mil.

Este montante era um pouco superior ao imposto anual de um grande território.

— Mas os rumores são estranhos. Você não queimou nenhum dinheiro, certo?

A riqueza que Callius tinha obtido roubando as propriedades dos nobres corruptos era bem superior a trinta mil ouro. Apesar de metade ter sido dada aos residentes dos territórios, ainda era muita coisa.

As moedas de ouro cuidadosamente recolhidas deviam agora ser utilizadas para reconstruir o Reino.

Usá-las para mim não é diferente que usá-las para o Reino, afinal.’

Callius sinceramente pensava assim.

— Chefe, quer uma cerveja?

— Ok. Peça mais carne para alimentar Vivi, que tem um apetite enorme.

Callius, que comia carne com faca e garfo, tinha um ar nobre, então Helena o ficava admirando mesmo quando comia.

De qualquer forma, Callius gostou muito da carne desta taverna, tanto que já havia mais de dez pratos empilhados.

— Chefe, você não está mimando muito o Vivi? Ainda sou mais útil que ele, certo?

— Pare de falar besteiras.

Comparando Bruns com Vivi, é claro que Vivi era mais útil. O que Bruns fazia, qualquer um poderia fazer, então se Callius tivesse que priorizar alguém, seria definitivamente o Vivi.

Além disso, em comparação com o jovem e fofo Vivi, Bruns estava envelhecendo. Se ao menos ele fosse uma mulher…

Além disso, seu tempo no campo de batalha o deixou com um corpo robusto e músculos trincados, então ele não era exatamente uma imagem bonita de se olhar.

Pensando bem, por que estou levando esse cara comigo?

Callius mais uma vez mergulhou em dúvidas.

Mas a linha de pensamento dele, enquanto pesava o valor de Bruns por um tempo, foi quebrada.

— Você ai com a besta!

Porque alguém começou a falar com ele.

— O que foi?

Foi a primeira vez que viu esse homem.

Callius realmente não queria entrar em contato com esse cara, com seu cabelo loiro-branco, bochechas rechonchudas e olhos estreitos em forma de fenda.

Enquanto Callius o observava, em silêncio, o homem sorriu e estendeu a mão.

— Me venda ele. Pagarei um bom preço.

O que foi que ele disse?

— Está me pedindo para vender o Vivi?

— Vivi? Merda, que nome ridículo. Prefiro chamar ele de Charles. Venda-me o Charles.

Ele deu um nome como se já lhe pertencesse. Era um absurdo, mas Callius tinha acabado de chegar à capital e não queria causar nenhuma confusão, então respondeu calmamente.

— Suma daqui.

Ele tentou afastar o homem como se estivesse afastando uma mosca, mas obteve uma resposta inesperada.

— Quê? Não sabe quem eu sou?

O homem estava fazendo uma expressão estranha.

Como se não ser reconhecido fosse uma situação nova e divertida.

Pensando bem, seu rosto se parecia com o de um jovem bandido, mas suas roupas eram feitas de um tecido bastante luxuoso. Quando ele olhou para Helena para verificar se a garota sabia, ela apenas deu de ombros, indicando estar no mesmo barco.

— Haa! Está em Karradi e não me conhece? Ei! Vocês ai! Quem sou eu?!

— O jovem Mestre Viole!

Um dos cavaleiros que estava observando a cena respondeu educadamente.

— Viole?

— É o filho mais velho do Conde Artemion.

Orcal, que bebia tranquilamente a cerveja, falou por meio de um verme.

O filho mais velho do Conde Artemion, ele tinha uma boa origem, pois era filho de um dos poucos Condes do Reino.

Além disso, era algo interessante ser o filho do Conde Artemion.

— Sabe quem sou agora? Então, passa o Charles para cá. Eu, Viole, sou conhecido pelos meus olhos, e posso dizer que não é um lobo comum, por isso terei prazer em pagar um bom preço.

Viole tirou um saco de moedas de ouro dos braços e jogou sobre a mesa. A julgar pelo som e tamanho, tinha no máximo uma dúzia de moedas de ouro, mas o cara estava confiante.

— Isso deve ser suficiente. Não são as suas moedas de ouro habituais, são imperiais, por isso isto deve ser mais que suficiente.

Moedas de ouro imperial?

— Ah, moedas de ouro imperial são difíceis encontrar no Reino.

Possuíam menos impurezas e eram gravadas com gravuras sofisticadas em ouro, então não eram fáceis de forjar.

Por isso, eram avaliadas em cerca de dez vezes as moedas de ouro do Reino.

— Sério?

Ele deu um tapa nas mãos de Helena que estavam mexendo nas moedas, parando sua explicação animada e colocou a bolsa de ouro na manga. Era triste que um nobre do Reino pagasse com moedas de ouro imperial, mas o que poderia fazer?

A realidade era que era do conhecimento geral que o reino estava prestes a ser engolido pelo Império. As moedas imperiais certamente pareciam um pouco mais pesadas do que as de ouro normais e tinham uma pureza maior.

De qualquer forma, elas lhe pertenciam agora.

— Você sabe como se comportar. Então pegarei esse cara agora.

— Vivi, ataque.

Crack!

— Ugh! Seu puto, como se atreve!!!

Viole ficou com raiva e tentou atingir Vivi, mas a criatura instintivamente emitiu uma forte corrente elétrica em resposta. Ele tinha crescido um pouco mais nos últimos dias e se familiarizado com o uso de raios. Agora, o raio que emitia era tão espesso quanto uma teia de aranha.

— Ugh!

Forte o suficiente para castigar um nobre rude.

Vapor branco subiu da cabeça de Viole, que havia sido atingido pelo raio de Vivi. Vendo como ele tremia, foi um golpe muito doloroso.

— Ei! Todos vocês! Por que ninguém…!!

Devia ter sido muito doloroso, já que os olhos de Viole ficaram vermelhos quando gritou por ajuda.

Os cavaleiros sentados em várias mesas se levantaram como se estivessem à espera deste momento.

Uma oportunidade de ter o filho mais velho do Conde Artemion em dívida com eles, mas, infelizmente, encontraram o adversário errado.

Stab.

Callius desembainhou uma espada e a fincou no chão.

Boom–!

Em um instante, uma pressão intangível dominou o local. Ninguém conseguia se mover.

Não consigo… me mexer!

Esse nível espiritual…

É um paladino de rank alto.

Não se limitava apenas aos cavaleiros que acompanhavam Viole, todos os outros sentados na taverna também foram afetados. Era como se tivessem sido colados à terra.

— O que fez aos meus cavaleiros?

— Acho que não há necessidade de responder a alguém que está tendo dificuldades contra um animal tão jovem.

— Seu desgraçado!!

Creak.

Callius se levantou e encarou Viole.

No momento em que seus olhos se encontraram com aquelas pupilas cinzentas sem coração, o corpo de Viole foi preenchido com uma sensação indescritível que o fez tremer da cabeça aos pés.

— Tenho uma dívida com o Conde Artemion. Agora diga que a dívida foi paga hoje.

Considerando que a dívida de uma pedra sagrada foi paga com o preço da vida do filho, então foi mais do que barato.

Quando Callius saiu da taverna, os olhos vermelhos de Viole o seguiram.

Ignorando esse olhar, Bruns seguiu atrás do Callius e fez uma pergunta enquanto caminhavam.

— Vai ficar tudo bem?

— Seria bom se ele me desse uma desculpa.

A riqueza do Conde Artemion era algo que valia a pena.

— Tenho que derrubá-lo de qualquer maneira.

Não seria bom mantê-lo vivo pelo futuro do reino.


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