Switch Mode
Participe do nosso grupo no Telegram https://t.me/+hWBjSu3JuOE2NDQx

Sword Pilgrim – Capítulo 79

Capítulo 79

— Ah, se não é a Esther! Quanto tempo.

— Sim, quanto tempo, Paladina Helena.

— Ainda continua tão formal comigo? Por que não relaxa um pouco? Pode me chamar de amiga ou algo do tipo.

— Ainda não encontrei minha espada. Uma peregrina que não completou a peregrinação não pode tratar uma paladina como uma igual.

Um peregrino que não completou a peregrinação é ainda só um peregrino.

— Não existe peregrino mais forte do que você. Até mesmo os paladinos comuns são mais fracos. Já que você é reverenciada como a próxima santa, por que a Igreja não lhe concede uma espada? Isso devia ser viável o suficiente.

A Igreja não carecia de espadas espirituais ou da visão, de modo que possuía algumas.

Teria algum problema em dar uma a um gênio da esgrima do calibre da Esther, que até foi chamada de a próxima santa?

— Recusei a oferta.

— Como esperado. Esse seu orgulho teimoso deve te causar muito problema.

— O único objetivo de um peregrino na peregrinação deve ser encontrar sua espada. Assim cumprimos a vontade de Deus.

— Oferecer uma espada que satisfaça Deus, hein?

— Sim.

— Hum. Então, acha que vai encontrar quando a sua espada?

— Acho que em breve…

Os cílios da Esther tremiam de tristeza.

Helena decidiu mudar de assunto quando se lembrou da guardiã dela, a santa da Igreja que a adotou como enteada.

— Ah, mas por que você está tão atrasada? Fiquei esperando aqui por muito tempo.

— Passei num local para verificar uma coisa depois que ouvi algo.

— Oh? O que aconteceu?

— Uma briga aconteceu. Encontrei vestígios de uma batalha entre um especialista contra vários outros.

— Haah

Helena sabia o que aconteceu, mas decidiu ouvir em silêncio.

Porque essa mulher, que geralmente tinha um rosto inexpressivo e rígido, tinha agora uma expressão tão agradável que chegava a ser incomum.

— Ele devia ser muito forte.

— Sim. Era como se os outros estivessem lutando contra um fantasma. Sério, o especialista não deixou quase nenhum vestígio. Lutou contra tantos oponentes sem nem mesmo sacar a arma… Quero me encontrar com essa pessoa pelo menos uma vez.

— Você ainda não descobriu quem era?

— Infelizmente não.

— Ah! — Esther exclamou como se tivesse se lembrado de algo.

— O que foi?

— Encontrei alguém, mas…

Esther franziu a testa, como se fosse realmente estranho.

— Ela de repente se tornou uma pessoa diferente.

Embora o pão fosse duro, a textura ficou macia e úmida quando foi mergulhado no ensopado.

O sabor do guisado espesso de carne se infiltrou no pão, de modo que ficou muito mais saboroso.

Callius pegou a faca e garfo e cortou um pedaço da carne.

Quando deu uma mordida, o molho tinha o sabor certo, e a gordura doce continuava saindo da carne conforme mastigava.

— Tá delicioso.

— Fico feliz que seja do seu agrado.

— Esse garfo não é normal, né?

— Sim, suponho que seja um pouco raro, já que é um artefato.

O garfo e a faca eram um par de artefatos.

Não eram particularmente especiais.

Apenas um pouco mais firmes do que os utensílios normais e anormalmente limpos.

Callius observou Beatrice comendo enquanto respondia sua pergunta.

Ela se parecia com Maria.

Contudo, sua aparência, que primeiro pensou ser um pouco simples, mudou para o total oposto só de mudar para um estilo um pouco diferente.

Se Maria era como a neve pura, branca como sua inocência, Beatrice era uma rosa.

Uma rosa sedutora.

‘Talvez seja isso.’

Ela era uma personagem que ele não tinha criado.

Havia uma chance alta de que a personagem tivesse sido criada assim pela empresa.

Aqueles nomeados possuíam um conceito um pouco exagerado, mas não achava que Beatrice teria um cenário como esse.

‘Dupla personalidade.’

Tinha que ter um gatilho para mudar a personalidade dela.

Se pudesse descobrir isso, poderia ser capaz de obter um negócio muito decente na transação.

Depois de uma refeição rápida, Callius ofereceu a espada que estava carregando para Beatrice.

— Vou devolver isso primeiro. Não percebi que acabei levando comigo da última vez.

Os olhos da Beatrice se contraíram.

— Mas eu não reconheço essa espada? Se vai dar um presente para uma dama, não seria melhor uma flor do que uma espada? Ou… Gostei desse filhote também.

Ela estava falando de Vivi?

Callius ficou um pouco preocupado, já que parecia que estava fazendo experiências estranhas com bestas mágicas, mas parecia que ela gostou bastante de Vivi.

— Vou ter que recusar. É meu animal de estimação querido.

— Que chato.

— Mas não vai pegar mesmo? Esta deve ser a sua espada favorita.

— Já falei que não reconheço essa espada.

Ela continuou persistindo com toda teimosia.

Talvez, se sua previsão estivesse correta, o gatilho para mudar sua personalidade fosse segurar a espada de Maria. Caso contrário, não tinha motivo para recusar sua oferta com tanta teimosia.

— A propósito, você vai me dizer agora? Por que estava esperando por mim na minha casa?

De qualquer forma, isso não importava.

Era Beatrice quem Callius estava procurando, não Maria.

— Não gosto de enrolar, então vou ser direto.

— Por favor. Odeio perder tempo também.

Callius pegou um frasco do bolso e colocou na mesa.

— O que é isso?

— Sangue de um Dragão lobo do trovão.

— Dragão lobo do trovão…

— Era uma besta com sangue de dragão. Consegue purificar a energia demoníaca disso e extrair o sangue de dragão?

Beatrice um dia se tornaria um dos dez pilares do reino.

Mas essa era só a história do jogo que Callius conhecia.

Não tinha garantia de que tudo se desenrolaria à medida que a história se desenvolvia no jogo.

Então isso também era um teste.

— Pode extrair a essência do sangue?

Se possível, gostaria de confiar algo ainda mais precioso do que isso a Beatrice.

O sangue de troll que tinha, bem como os chifres do dragão lobo do trovão e outros materiais.

E, posteriormente, até pretendia confiar tudo sobre a fabricação da água benta, incluindo as Lágrimas de Valtherus.

Contanto que ela tivesse as habilidades e pudesse ser confiável, não existia motivo para não fazer isso.

Ele ficaria na capital, Karradi, por um tempo, mas um dia seria responsável por todo o Norte.

O Norte precisava se tornar muito mais forte do que era agora.

— Estou perguntando se é possível.

— …

O olhar dela olhando para o frasco parecia exatamente com o olhar que esperava de um alquimista.

Um olhar cheio de voracidade.

No entanto, suas sobrancelhas estavam tão franzidas parecendo que não se endireitariam tão cedo.

Ela ficou preocupada?

Se seria capaz de fazer isso sozinha?

— Acho que não está confiante.

Callius disse com decepção no coração, e Beatrice assentiu calmamente.

— Honestamente, é verdade. Mas não é impossível com um pouco de tempo e preparação.

Hoo.

A espera valeu a pena.

— De que tipo de preparação você está falando? Se necessário, posso te apoiar.

Callius estava repleto de riqueza agora.

Não era um problema fornecer um apoio, já que seria um investimento.

— Sobre as despesas necessárias e o tempo, vou precisar apenas de dez mil moedas de ouro e um ano. Mas tem uma coisa que é mais essencial e é um pouco difícil de encontrar. Pode ser?

Dez mil moedas de ouro e um ano.

Dez mil de ouro não era um problema, só que um ano era muito longo.

Mas como existia algo extra que era essencial, Callius só podia suspirar.

Ele ainda nem havia mencionado a poção de troll que realmente precisava.

— O que é essa coisa mais essencial?

— Você já ouviu falar de núcleos demoníacos?

Núcleos demoníacos(魔淨).

— Sim.

Um núcleo que às vezes se forma dentro de um ser que tem muita energia demoníaca.

Simplificando, é semelhante à essência de sangue de um ser demoníaco, mas contém energia demoníaca muito pura e concentrada, então as bestas demoníacas normais não têm chance de formar uma.

Não é algo que acontece facilmente, a menos que seja uma besta de alto nível com uma linhagem puríssima.

Em termos humanos, é um objeto semelhante à pedra sagrada de um santo.

— Preciso de um núcleo demoníaco. Para extrair a essência de sangue, preciso remover as impurezas demoníacas do sangue primeiro, mas é difícil de fazer sem o poder de um núcleo demoníaco.

De acordo com ela, um núcleo demoníaco era formado a partir da energia demoníaca pura, e isso poderia absorver o poder demoníaco contido no sangue.

Foi por isso que disse que seria mais fácil extrair a essência de sangue se tivesse um núcleo demoníaco.

‘É ridículo.’

Núcleos demoníacos não deveriam ser usados dessa maneira. A ambientação foi criada de modo que os núcleos demoníacos eram usados como um meio para fazer o poder demoníaco de uma besta mágica sair do controle.

Mas Beatrice estava dizendo que poderia ser usado para remover o poder demoníaco do sangue.

Esse paradigma de pensamento que diferia completamente do conhecimento ortodoxo era bem surpreendente.

Sério, essa era a Beatrice.

O talento que um dia seria revelado como a melhor e mais excêntrica alquimista do reino.

— Então, tem algum jeito de encontrar um?

No entanto, os núcleos demoníacos eram tão difíceis de obter quanto arrancar uma estrela do céu, sem falar que era considerado profano, pois era um item com magia demoníaca, por isso não estava à venda em nenhum lugar.

Podia ser útil, mas não era nada fácil encontrar um.

A não ser que pudesse encontrar uma besta com um núcleo demoníaco, mas Callius nunca tinha visto uma, nem mesmo durante a Guerra do Norte, onde várias bestas demoníacas foram mortas. Os núcleos demoníacos eram muito raros.

— Não é que não tenha como. É só que você terá que enfrentar um oponente muito difícil.

— Então alguém tem um?

Era uma notícia boa.

A história ficou mais simples.

— Quem é?

— Conhece o Conde Artemion?

— Artemion?

— Sim. O primogênito do conde fica de olho nas bestas, então ele as treina e vende em segredo.

No início, era apenas um hobby, e costumava dar as bestas de presentes para outros nobres, mas ampliou a operação quando viu como era lucrativo.

Conforme as bestas cresciam, surgiu rumores de que uma tinha formado um núcleo demoníaco.

— Tem dois jeitos.

Ou fazemos um acordo com Viole, ou…

— Vai roubar?

Ao contrário de Maria, o canto do sorriso da Beatrice ao falar, embora brilhante, era bem sinistro.

Callius voltou para o quarto, guardou as armas e se sentou na cama.

Flop.

— To cansado.

Parecia que não tinha necessidade de falar sobre a poção de troll.

Porque um núcleo demoníaco também devia ser capaz de remover o poder demoníaco contido no sangue de troll.

Viole tinha um núcleo demoníaco.

Deveria negociar? Ou roubar de alguma forma?

Várias possibilidades estavam passando por sua mente.

Uma transação parecia impossível, e roubo também não soava como uma escolha boa.

Viole provavelmente se sentia ofendido e desejava vingança, então não tinha como os dois fazerem as pazes e chegarem a um acordo decente.

Falar com o Conde Artemion provavelmente não faria muita diferença também.

— Então só resta uma escolha?

Callius se deitou na cama e ponderou.

Se o sangue do dragão pudesse ser extraído, junto com os outros materiais do dragão lobo do trovão, uma relíquia superior a um artefato normal poderia ser criada.

Não só isso, até mesmo o problema sobre a poção de troll poderia ser resolvido se Callius colocasse as mãos em um núcleo demoníaco.

Com as habilidades da Beatrice, todos os seus problemas poderiam ser resolvidos.

Então tudo o que restava era pegar o núcleo demoníaco. Era nisso que Callius devia focar.

— Não é tão difícil.

Só precisava de um motivo; uma desculpa.

Se não pudesse ser negociado, nem roubado, só tinha que fazer a outra parte oferecer com as próprias mãos. Callius tinha o poder e o status para isso.

Em primeiro lugar, era a família Artemion que estava envolvida em um negócio criminoso, por isso não era um trabalho difícil se usasse seu status como um conde e os direitos de um inquisidor de hereges.

O problema era que não estava claro se poderia derrotar facilmente os Artemions.

O nome “Juiz” já tinha se espalhado por toda parte, e o conde Artemion estava atento agora devido ao acidente recente com Viole.

Callius ainda precisava passar pelo processo formal de se tornar um inquisidor de hereges, então era possível que os Artemions escondessem todos os itens demoníacos e bestas mágicas em algum lugar secreto nessa hora.

Se, pelo menos, o outro lado o tivesse atacado primeiro, o trabalho teria sido mais fácil, e teria sido capaz de obter mais benefícios…

Foi uma pena, mas não havia como evitar.

Só teria que pensar em alguma coisa.

— Sério, e pensar que era o Viole quem a fornecia bestas mágicas.

Quando Callius perguntou a Beatrice como sabia tanto sobre isso, confessou sem se preocupar que todas as bestas que estava usando nos experimentos de pesquisa foram compradas com o Viole.

Como resultado, estava bem ciente das circunstâncias gerais.

Ela ainda estava escondendo muitos segredos, mas isso não importava, não é?

Entendeu a essência geral das coisas.

— Para onde foi aquele cara?

Ele perguntou a Vivi onde havia se separado de Bruns, mas no final Callius não conseguiu encontrar nenhum fio de cabelo dele.

Naquele exato momento, Bruns estava tremendo de medo.

— Idiota do caralho. Por que raios aquele maníaco mantém um cara como você com ele?

Bruns estava trancado dentro de uma jaula.

— Meu chefe nem consegue dormir à noite sem que eu esteja lá! Se você me matar, ele sem dúvidas se vingará, então quero ver tentar se quer mesmo me matar!

Ao contrário da voz alta, Bruns estava tremendo tanto que parecia que poderia mijar a qualquer momento.

Não é de admirar, porque a sua jaula de ferro estava no meio de um grupo de bestas demoníacas. As bestas, cada uma que parecia capaz de mastigar e engolir um homem em uma mordida, ficaram babando quando o viram, com os dentes expostos e brilhando de dentro das mandíbulas com excesso de saliva.

— Isso é mesmo o suficiente para fazer ele vir?

Aquele que sequestrou Bruns não era outro senão o dono das bestas.

Viole Artemion.

O filho do Conde Artemion.

— Não sei se estou desperdiçando meu tempo…

— Ele tem que vir! Só espere!

— Não sei dizer se está me ameaçando ou me perguntando. Mas vou esperar. Entrei em contato com o hotel dele, de qualquer maneira.

Uma resposta deve vir em breve.

Ou viria ou não.

— Claro, ele não voltará vivo se realmente vier aqui.

Não importa o quão forte um paladino possa ser, não seria capaz de enfrentar todas as bestas demoníacas neste lugar. Além disso, aquele homem era o maior lixo inútil do reino, apesar de toda essa conversa sobre suas proezas. Viole não conseguia nem adivinhar que tipo de truque tinha feito para manter um boato desses.

Até mesmo aquela vez que Callius subjugou todos os cavaleiros na taberna devia ser um truque.

Ele foi enganado lá, mas agora era diferente.

— Criei todos eles com o todo o meu poder. Se seu mestre realmente vier, nenhum de vocês escapará vivo.

— Eek!

Nobres fracos gostavam de domar bestas mágicas fortes e valentes, bem diferentes deles próprios.

Era um hobby muito ruim, mas às vezes poderia ser surpreendentemente útil.

— Não tem nada melhor do que essas bestas mágicas quando se trata de lidar com esses lixos.

Não só para aterrorizá-los.

Até mesmo aqueles, que gritavam enquanto eram comidos vivos, ficavam quietos ao entrarem completamente nos estômagos das bestas.

— Então se arrependa pelo resto da vida por ter ousado me insultar. Dentro do estômago de uma besta demoníaca, é isso!

 Hahahahaha!

— Eu espero mesmo que Callius venha te salvar!

— C-claro que ele vai, seu filho da puta!

Bruns ficou ansioso por dentro, mas ainda acreditava. Era Callius, então sem dúvidas viria para socorrê-lo.

Sem sombra de dúvida…

‘Você vai vir, né?’

Mas a ansiedade dele não passou.


Considere fazer uma Doação e contribua para que o site permaneça ativo, acesse a Página de Doação.

Comentários

0 0 votos
Avalie!
Se Inscrever
Notificar de
guest
0 Comentários
Inline Feedbacks
Ver todos os comentários

Opções

Não funciona com o modo escuro
Resetar