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The Divine Hunter – Capítulo 92

Um Monstro Entre Nós, Parte Cinco

A chuva ficou mais forte, penetrando até mesmo na folhagem densa, molhando a pelagem do lobisomem. Ele caminhou lentamente em direção a eles, com chão sendo esmagado por seus pés.

 “Tudo bem, pode parar nessa distância. Você pode falar de onde está.”

 O lobisomem parou a dez metros de distância com os braços cruzados. Ele encarou a dupla, seus olhos arregalados. Arri e Art estavam de pé em seu ombro, esfregando-se contra seu rosto peludo.

 “Por que você nos chamou para sair a esta hora?” Roy estava mirando o amaldiçoado.

 “Eu não quero te machucar, então não puxe o gatilho. Eu não me importo que você me machuque, mas se esses dois levarem um tiro, essa conversa terminará.”

 “Oh, confie em mim quando digo que atiro bem. Eles não vão se machucar. Nadica de nada.”

 “Pois bem, que seja.” O lobisomem olhou para Letho, embora o bruxo estivesse apenas observando em silêncio. “Você percebeu o que eu era quando estávamos no vale, não é?”

 “Sim. Pensávamos que você estivesse no Condado, mas nunca esperávamos que você estivesse na caravana conosco.”

 O lobisomem olhou para baixo e soltou um suspiro. “Eu sabia que aqueles infelizes seriam um problema.” Então olhou para a dupla com olhos suplicantes. “Mas não tive escolha. A trupe é minha casa, e os membros são minha família. Não posso deixá-los se machucar, então me livrei da fonte do problema.” Ele lambeu suas garras. “Você acha que o que fiz foi errado?”

 “Não,” respondeu Letho. “Eles eram apenas bandidos de qualquer maneira. Provavelmente mataram várias pessoas. Eles não eram inocentes. Eu teria feito o mesmo se você não tivesse feito isso primeiro.”

 O lobisomem riu. “Eu sabia que você entenderia. Seu tipo faz a mesma coisa, certo?”

 Letho não respondeu, embora seu silêncio fosse uma resposta em si. Ele já tinha oitenta anos, afinal. Devia haver sangue em suas mãos, e parte dele devia pertencer a inocentes. Matar alguns bandidos seria moleza para ele.

 O lobisomem sabia que tinha acertado, então continuou. “Eu posso ter me transformado em um monstro, mas como você pode ver, minha mente ainda é minha e nunca matei pessoas inocentes.” Sua voz começou a tremer. “Mas você vai me matar mesmo assim?”

 Roy pensou por um momento e olhou nos olhos de Alan. “Nós não somos santos, e você não é um monstro irracional. Nós nem teríamos vindo se você não tivesse nos atraído. Vamos continuar assim até chegarmos a Ellander, e é isso.”

 “Você pode manter isso em segredo, então?” Alan juntou as mãos em uma oração, embora parecesse engraçado. “Os membros são minha família, mas são apenas humanos. A maioria não pode aceitar lobisomens, então, por favor, mantenha isso em segredo deles.”

 “Como você vai saber se não aceitariam, se não falar com eles sobre isso?” Roy aliviou-se e baixou a arma. Ele não conseguia odiar o amaldiçoado que estava implorando pelo bem de seus amigos. “Mas mais cedo ou mais tarde, um deles pode descobrir. Você não pode esconder isso para sempre.”

 “Apenas mantenha isso em segredo até lá, então. Além disso, trabalhamos juntos há anos. Alguns deles sabem que algo está acontecendo, mas nunca me expõem.” Alan parecia desanimado, então seus pássaros o bicaram para animá-lo.

 “Por que você confia em nós?” Letho perguntou de repente.

 Alan fez sua melhor tentativa de franzir a testa, e então sorriu amargamente. “Eu tentei pedir ajuda a bruxos e feiticeiros depois de me transformar nisso, mas eles acabaram tentando me matar ou me transformar uma cobaia para experimentos. Ninguém me ajudaria. Vocês dois parecem pessoas sensatas e razoáveis, e me ouviram. Achei que poderia aceitar o risco com vocês.”

 Sim, ele está sem opções, pensou Roy.

 “Como você se tornou um lobisomem? E esses seus pássaros costumavam ser humanos, certo?”

 Alan parou por um momento para pensar se deveria contar à dupla sobre seu passado, mas finalmente resolveu fazê-lo. “Isso é obra do Culto da Aranha Cabeça de Leão.” Alan andava de um lado para o outro frustrado, lembrando-se de uma memória dolorosa. “Esta é uma maldição da sacerdotisa daquele culto. Eu me transformei em um lobisomem, meus filhos se tornaram pássaros, mas minha esposa teve o pior. Ela se tornou um sapo.”

 “Puts… Hmmm okay.” Roy não tinha certeza de como processar isso. O príncipe sapo invertido? Cara, eu sei que ele é complexo, mas isso tá fora de questão, até mesmo para nós.

 Roy tinha lido sobre o Culto da Aranha Cabeça de Leão. Era um dos muitos cultos malignos no continente. Eles sacrificariam pessoas vivas para apaziguar seu deus cruel. Seu emblema era uma aranha com cabeça de leão em uma teia, e todas as suas sacerdotisas possuíam maldições poderosas.

 “Entendo. Não é à toa que Eveline disse que você estava procurando seu verdadeiro amor. É porque vocês são amaldiçoados.”

 “Não sou exatamente um cara esperto e não posso pedir ajuda a ninguém”, disse ele. “Mas encontrei alguma inspiração nos contos de fadas. Dizem que o amor verdadeiro pode quebrar todas as maldições. Acho que a maldição pode ser desfeita se eu encontrar alguém que me ame e ame meus filhos.”

 Roy ficou surpreso que Eveline não estivesse inventando as coisas. Então ele está realmente procurando pelo amor verdadeiro. “Mas e a sua esposa?”

 “Pobre Sheena. Ela nos deixou há três anos. Ela não conseguiu aguentar essa vida.” Essa memória não trouxe nada além de dor. O brilho em seus olhos foi apagado, e seu focinho ficou aberto.

 Art e Arri começaram a grasnar também, como se estivessem tentando chorar. Roy sabia que não deveria rir, mas parecia divertido e triste ao mesmo tempo. Ele perguntou a Letho: “Você pode ajudá-lo?”

 Letho ficou surpreso, embora se voltasse para Alan. “Matar monstros não é tudo que um bruxo pode fazer. Também sabemos como eliminar maldições, embora apenas até certo ponto. Podemos ser de alguma ajuda se você nos contar sua história em detalhes.”

 “Isso é verdade? Você pode acabar com a maldição, Letho?”

 “Sem garantias, mas provavelmente posso apontar a direção certa.”


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