The Oracle Paths – Capítulo 615

“E depois?” Jake insistiu para que ele continuasse. Esse suspense não era bom para sua saúde mental.

O rosto de Will se contorceu enquanto explicava o resto da história, mas não conseguiu esconder sua perplexidade.

“E então… Bhuzkoc pegou sua cabeça no ar com os braços de seu corpo sem cabeça, então a reconectou ao pescoço… Tenho certeza que o Corpo Espiritual de Kyle testemunhou a cena.”

“Então o bastardo sobreviveu?!” Jake amaldiçoou, empalidecendo de raiva. Ele cerrou os punhos com tanta força que você podia ouvi-los rangendo a cem metros de distância.

Will ficou em silêncio por um tempo, então suspirou.

“Não. Hecate o atacou com um movimento do pulso antes que ele pudesse dar três passos. Então ela puxou uma espécie de cristal do nada, e as almas de Kyle, Bhuzkoc e os outros Evoluídos recentemente mortos foram sugadas para dentro dele.”

“E foi aí que eu fiz a minha entrada.” Garrow assentiu, corroborando a versão dos acontecimentos de Will. “Eu a vi usar seu cristal também. É um Artefato de Éter Prateado capaz de armazenar as almas dos mortos e dos vivos. Não sei o que ela faz com ele, mas é uma arma formidável. Além da energia que extrai, que é praticamente inesgotável, essa lanterna pode gerar outros demônios. O exército que ela pode mobilizar em um instante excede em muito o de Nelekai.”

“Temo que a alma do seu amigo não seja a mesma se você esperar muito tempo. Se é o que eu acredito, a alma de Kyle deve estar devastada pela culpa e pelo ódio depois de matar sua irmã e falhar em vingá-la. Por outro lado, tenho certeza de que Bhuzkoc acredita que ele falhou em matar Kyle e foi morto por ele. Esses tipos de ilusões e teatralidades são brincadeira de criança para Hécate. Quase uma segunda natureza. Semear o caos é sua especialidade.”

“Me desculpe, eu cheguei tarde demais.” Garrow desculpou-se solenemente.

Jake e Will ficaram em silêncio por um longo momento depois disso, suas mentes em turbilhão. Era difícil dizer o que realmente estava passando por suas mentes, mas o desejo de salvar Kyle foi confrontado com uma sensação avassaladora de desamparo e fracasso. Ambos sabiam que não estavam à altura da tarefa.

Sem eles perceberem, Maeve, ainda nas costas de Jake, acordou. Para não interromper a conversa, se conteve para não se mexer, mas ao saber a verdade sobre seu irmão e Bhuzkoc, inesperadamente começou a lutar, chegando ao ponto de morder o pescoço de Jake para se libertar.

O problema era que o pescoço de Jake estava tão duro que ela quebrou os dentes, mas o mais importante… estava amarrada.

Para poder se mover e lutar livremente, Jake há muito a amarrou firmemente ao seu corpo. Para ter certeza de que ela não cairia durante uma briga de alta intensidade, fez isso muito bem feito. Sem usar seus poderes, o próprio Jake teria achado difícil se libertar desses laços.

“Saia de cima de mim! Peeh! Eu devo vingar Bhuzkoc! Kyle, seu bastardo! Espero que você apodreça no inferno!” A jovem começou a gritar, até cuspindo ódio nele.

Jake não era Kyle. Ele não sentia uma afeição incondicional por essa garota. Assim que aquela ingrata cuspiu nele e insultou seu irmão que havia sacrificado tudo por ela, ele ficou vermelho. Seu Glifo Maior Predador foi ativado imediatamente, e uma aura mortal que deixou o ar tão espesso quanto óleo a paralisou.

Desfazendo suas amarras com um pensamento, ele jogou a mulher insolente no chão e olhando sombriamente para ela, disse distintamente, mas com frieza:

“Você quer morrer?”

Foi um banho bem frio para Maeve. Sua mente ainda com lavagem cerebral pelo último abuso e instruções de Bhuzkoc momentaneamente ficou em segundo plano, seu instinto de sobrevivência assumiu vigorosamente.

Ela estava acostumada com pessoas perigosas e instáveis. Bhuzkoc era claramente uma dessas pessoas, mas após a fase inicial de condicionamento ele não havia feito mal a ela, embora acreditasse muitas vezes que ele agiria sobre ela, especialmente em sua forma de ogro. Sua raiva, seu desejo de matar era dirigido a todos.

Mas Jake… Ela claramente sentia que apesar de seu respeito por seu irmão, ele não hesitaria em matá-la se cruzasse a linha. Esse tipo de intenção de matar estava focada nela e não havia ambiguidade sobre sua decisão de realizá-la.

Diante dessa experiência de quase morte, Maeve engasgou nervosamente por meio minuto, mas conseguiu se acalmar com muitas respirações profundas. Então, finalmente, falou,

“Não…”

“Eu não ouvi você.” Jake fez ouvidos moucos.

“Não!”

“Você ouve alguma coisa? Eu ainda não ouço nada.”

“NÃO! Eu quero viver! Droga…” Ela gritou de raiva.

Então ela explodiu em lágrimas. Percebeu uma vez com a cabeça fria que tinha acabado de perder seu irmão por sua própria culpa. Se tivesse sido menos tola e indefesa, se tivesse resistido um pouco mais, se não tivesse perdido a esperança, teria notado a lavagem cerebral a que o Contrato de Escravidão a estava submetendo gradualmente.

No final, sem se dar conta, desenvolveu uma verdadeira síndrome de Estocolmo. Apreciando os raros momentos de bondade que Bhuzkoc lhe mostrava, confundindo sua luxúria com afeição, as vezes em que ele não a batia com bondade. Pior, quando ele matou e torturou sadicamente outras mulheres, ela passou a sentir satisfação em pensar que era diferente.

Foi só agora que Bhuzkoc estava morto e sua alma aprisionada longe dela que ela estava lentamente recuperando sua lucidez. A lavagem cerebral devido às ordens recebidas sob a autoridade do Contrato de Escravidão ainda estava lá, mas as ordens que ainda estavam em vigor haviam perdido sua qualidade compulsória.

Ela agora podia ignorá-las e fazer uma distinção entre suas próprias emoções e desejos e aquelas que foram instiladas nela sem seu conhecimento. E o contraste era tão grande, tão impressionante… Aquela dor, vergonha, culpa e desespero a dominaram em um instante, sua lucidez recentemente restaurada derreteu no nada.

Seu rosto ficou sem vida, congelado em uma palidez mortal, seus braços pendurados frouxamente ao longo de sua cintura. Se não fosse por seu coração ainda batendo em um ritmo lento e constante, eles poderiam ter pensado que ela tinha acabado de morrer de um ataque cardíaco.

Jake, Will, Garrow e Cekt assistiram à cena com uma expressão constipada, mas não fizeram nenhuma tentativa de consolá-la. O pequeno alienígena até deu um sinal de positivo para a eloquência de seu discípulo.

“Oh meu… Parece que temos um matador de damas entre nós… Literalmente, haha…” O gremlin continuou com suas piadas de mau gosto, ganhando um olhar sombrio de seu discípulo.

“Onde nós estávamos?” Jake reorientou a conversa com uma cara séria, decididamente deixando a jovem deprimida sozinha. Eles teriam tempo para consolá-la quando estivessem a salvo.

“O que acontece depois que Garrow chega e Hécate saiu.” Will recapitulou animadamente.

A sequência era exatamente como eles haviam imaginado, mas com uma sutileza.

Garrow realmente perseguiu e lutou com Hécate do quarto ao sexto andar, e até a viu assassinar a colossal baleia voadora Crygo com uma técnica enigmática e misteriosa. Depois de acariciá-la suavemente com as pontas dos dedos, o enorme cetáceo desmaiou inconsciente, sua carcaça afundou no vórtice que levava ao andar do Nexus.

Tendo sido atrasado pelo miasma do Sexto Andar, o espadachim havia perdido quase um minuto em localizar e depois atravessar o buraco de minhoca e a luta contra o avatar da Dungeon já estava em pleno andamento quando ele chegou.

A sutileza era que mesmo antes de Kokoon chegar, Nelekai, Hécate e o grupo de indivíduos encapuzados servindo às Divindades Perdidas já estavam levando uma surra desagradável.

O Avatar era imaturo, mas já tinha o poder de um Rank 10.5, com estatísticas etéricas perto de 500.000 pontos. Além disso, não era o resultado de uma evolução fracassada, nem de um beco sem saída evolutivo, mas um Digestor humanoide combinando e superando seus poderes que tinha apenas uma desvantagem: seu tamanho volumoso.

“Nossa única vantagem é que a Dungeon de Digestores é incapaz de copiar nossas Almas e os Glifos, Classes Espirituais e Feitiços que vêm com eles, desde que não usemos deliberadamente essas técnicas contra ele.” Garrow revelou com um estremecimento só de pensar nisso. “Embora suas estatísticas de Éter e Corpo estivessem bem acima das nossas no papel, tínhamos a vantagem de números e nossos Artefatos de Éter para confiar.”

“Mesmo se você tivesse usado essas técnicas, ele não as teria copiado.” Cekt corrigiu distraidamente. “Apenas um eterista Rank 5 ou superior pode se interessar pela Alma. Dungeon de Digestores tem um talento inato para isso, mas tudo que criam vem de seus instintos.”

“A Verdadeira Vontade da Destruição ou suas Classes Espirituais, como Destruidor do Universo Espelhado ou Devorador, podem parecer aterrorizantes e insondáveis ​​para nós, mas é algo que todos os Digestores habilidosos despertam naturalmente por atavismo quando sua evolução passa de um certo limite.”

“Se, no entanto, a possibilidade de seus Glifos Espirituais e Classes serem copiados o preocupa, então significa que você está preso em uma Dungeon de Digestores madura de Rank 15 e, nesse caso, acredite em mim … Essa é a menor de suas preocupações.”

Garrow não reagiu exageradamente, obviamente a par de alguma coisa, mas para Jake e Will era uma informação premium capaz de abalar suas convicções. Até Maeve, cuja alma parecia já ter saído do corpo, voltou a ficar alerta ao ouvir isso.

Ela percebeu que mesmo que ela fosse salva, ainda não estava fora de perigo. Se quisesse sobreviver, teria que fazer muito mais do que confiar nos outros.

“Ah, pergunta boba.” Jake perguntou a Garrow, deliberadamente mudando de assunto para dissolver a atmosfera deprimente instalada por seu mestre. “Por que você está perseguindo Hécate se não é muito intrusivo?”

A resposta, embora chocante, acabou sendo lógica e autoexplicativa.

“Por causa da minha classe espiritual. Eu sou um Caçador de Demônios..” Garrow afirmou com um sorriso brilhante.