The Oracle Paths – Capítulo 997

Os olhos de Jake se arregalaram, sua declaração de guerra refletida em suas pupilas dilatadas. Seu vórtice espiral de obscuridade prateada se acendeu, lançando uma aura misteriosa que parecia capaz de perfurar e revelar os segredos mais profundos que tocava.

O Éter-Sonho se desenrolou diante dele novamente, sua miríade de feixes e filamentos de Éter entrelaçados substituíram sua visão normal. No entanto, desta vez, Jake não se rendeu totalmente a essa percepção sobrenatural. Ele se agarrou à realidade, abrangendo os dois mundos.

Nesse estado de limbo, a leitura aguda de Jake do Éter e seu domínio divino sobre ele não eram tão pronunciados. No entanto, trazia a vantagem de não correr o risco de ser arrastado pelas correntes etéricas.

Reconhecidamente, foi uma concessão humilde para Jake. Apesar do orgulho de suas habilidades cognitivas, ele ainda lutava para entender o ambiente quando observado pelas lentes infalíveis do Éter-Sonho.

Supondo que ele pudesse discernir o que cada padrão, filamento e runa de Éter significavam, a visão que o Éter-Sonho apresentava era de fato a verdade absoluta, a realidade como genuinamente era. Mas processar em sua mente o que o Éter-Sonho estava mostrando a ele era o cerne da questão.

Era como jogar um videogame observando a tela em vez de ler diretamente os códigos binários rolando em milhões de zeros e uns. Embora o último método fornecesse ao jogador o entendimento final do jogo, da mecânica e dos eventos em andamento, ele era viável?

Porque no Éter-Sonho, tudo foi reduzido a Éter e informação.

Os conceitos de distância, espaço e tempo deixaram de existir em suas formas esperadas. Em vez disso, foram representados por construções intrincadas de Éter. Era profundamente desconcertante, o suficiente para enlouquecer uma mente inferior. Até o próprio Jake sentiu a náusea e a vertigem ameaçando forçar uma retirada.

Abranger o mundo real e o Éter-Sonho ao mesmo tempo foi o compromisso que Jake encontrou por meio de um treinamento rigoroso, extraindo o melhor de ambos os reinos devido ao seu nível atual. As correntes mais escuras e indescritíveis do Éter não eram mais tão perceptíveis para ele, mas pelo menos ele não perdeu totalmente o controle da realidade.

Para encontrar evidências de uma runa ou símbolo do Éter de Tempo, Jake sabia que isso provavelmente seria inadequado, já que ele não havia encontrado nada antes em seu modo Lucidez do Éter-Sonho. No entanto, há muito ele abandonou as esperanças de um avanço nesse aspecto, e não era o que ele buscava agora.

Ele queria detectar um traço de feitiço, recentemente lançado sobre ele através do Éter-Sonho, para rastreá-lo até o conjurador.

“Eu já sei como combater essas distorções, agora tudo o que resta é isolar o impulso espiritual comandando essas distorções temporais para me atingir”, Jake refletiu friamente, com um sorriso malicioso em seus lábios.

Feitiços ou técnicas de longa distância que pareciam se manifestar espontaneamente longe do lançador não eram realmente espontâneos. Assim como sua telecinesia, sempre havia um impulso espiritual de alta frequência ou um fio espiritual invisível permitindo a transmissão de seus comandos mentais.

Para se tornar genuinamente indetectável, o lançador poderia recorrer a métodos mais obscuros, como teletransportar seus impulsos espirituais várias vezes para ofuscar seus rastros — o equivalente a uma VPN espiritual. No entanto, tais técnicas espirituais eram de alto nível e mais desgastantes e arriscadas para a mente do que pareciam.

Jake tinha certeza de que o perpetrador dessas distorções, fosse um Mutante do Vazio ou não, era incapaz de tais feitos. Se fossem, eles o teriam atacado diretamente com um ataque de alma em vez de planejar um estratagema tão intrincado.

Sentindo a décima segunda distorção seguindo a décima primeira quase imediatamente, seu corpo ficou tenso em antecipação, como uma aranha faminta sentindo sua presa entrar voluntariamente em sua teia.

“Hehe, te encontrei.” O sorriso de Jake tornou-se perverso enquanto ele observava uma onda enorme e estranha de Éter de cores indescritíveis passou em sua direção em um ritmo que beirava a estática.

Dentro do Éter-Sonho, esse tipo de Éter era comum, mas entrelaçado em gavinhas translúcidas tão complexas que até sua mente aguçada se esforçava para decodificar o que via, a ponto de latejar… não era comum.

Jake havia teorizado esse espaço representado dentro do Éter-Sonho, ou pelo menos a camada inicial que ele mal havia começado a sondar graças à sua Classe Espiritual. No entanto, essas runas eram tão complexas, enigmáticas e sólidas que ele não ousava mexer nelas por medo de causar efeitos irreversíveis.

Foi por isso que ele se contentou em confiar em sua Manipulação Espacial de Nível 1, alcançando efeitos semelhantes sem queimar seus neurônios.

No entanto, mesmo que ele não tivesse coragem de mexer com essas onipresentes e translúcidas runas de Éter, ele tinha outras intenções para observá-las.

A onda se propagando através delas… Apesar da falta de evidências, Jake instintivamente sabia que era assim que o inimigo lançava sua distorção temporal sobre ele.

‘Verdadeiramente impressionante’, ele pensou, seu sorriso desapareceu quando ele percebeu que não podia flutuar espiritualmente por dentro.

Era como se o inimigo tivesse misturado perfeitamente sua energia espiritual com essa onda espacial silenciosa. Dado que Jake não conseguia nem detectá-la, apesar de sua alta percepção, ele deduziu que sua natureza era semelhante a uma onda gravitacional — seu comprimento de onda é tão amplo que se torna indetectável.

Se Jake não estivesse em alerta máximo para qualquer mudança no Éter-Sonho, ele poderia ter permanecido alheio.

Fazia sentido, no entanto. Se esse inimigo misterioso tivesse projetado seu sentido mental na tempestade de plasma sem qualquer subterfúgio, a energia espiritual engajada teria sido desperdiçada, obliterada em um instante.

“É uma pena para você, eu não sou qualquer um”, declarou Jake ameaçadoramente enquanto fazia a transição completa para o Éter-Sonho.

“Viagem pelo Éter-Sonho.”

Seu corpo, até agora seguro dentro do Purgatório, desapareceu, causando o colapso deste último. De dentro do Éter-Sonho, Jake, transformado em um fluxo de dados etéricos, voou sem medo em direção à onda Éter que se aproximava, cronometrando seu próximo movimento com sua frequência para se fundir com ela.

Mover-se fundindo-se com várias correntes de éter era uma vantagem de sua habilidade de Classe Espiritual: Viajante pelo Éter-Sonho. No Éter-Sonho, medir a distância de seu inimigo era quase impossível de relance, mas Jake tinha certeza de que, se ele rastreasse a fonte dessa onda de Éter, encontraria seu alvo.

Transmutado em um fluxo tumultuoso de Éter, Jake deixou-se ser carregado rio acima, mergulhando direto na ondulação de Éter semelhante a um tsunami. Esse processo parecia arriscado e complicado do ponto de vista do Éter-Sonho, mas suas consequências no mundo real se mostraram mais tangíveis.

Assim, da perspectiva do mundo normal, Jake — tendo desaparecido inexplicavelmente — reapareceu quase instantaneamente em um espaço apertado e desconhecido bem diante de uma criatura vagamente humanoide, semelhante a uma névoa.

Quando o caçador e a presa se olharam, eles congelaram, ambos chocados com a aparência do outro, mas por razões diferentes. Jake ficou apenas surpreso com a morfologia menos monstruosa do que havia imaginado, enquanto a criatura estava em pânico, não esperando ser descoberta tão abruptamente, mesmo em suas previsões mais terríveis.

‘Que bonito… Então é assim que um Mutante do Vazio humanoide se parece, eh,’ Jake murmurou interiormente, seus olhos se estreitaram enquanto ele avaliava seu inimigo jurado.

O monstro, que lhe causou tantos problemas, era mais alto que o humano médio, sua figura um reflexo distorcido de uma silhueta humana. Sua pele tinha uma leve qualidade translúcida, como vidro fosco, sob a qual as pulsantes veias prateadas de seu sistema circulatório eram visíveis, brilhando com uma luminescência misteriosa.

Seus membros, embora organizados de maneira mais convencional do que o esperado, terminavam em dedos alongados com extremidades semelhantes a garras nas pontas. Uma dessas extremidades, no entanto, foi retraída, revelando uma mão mais humana. O rosto retinha uma aparência humanoide quase triste, os olhos semelhantes às orbes prateados de seu progenitor, seu olhar inquietante.

A armadura do Caminhante do Vazio era mais simplificada, ajustando-se à estrutura humanoide como uma segunda pele, dando-lhe uma aparência assustadoramente real. Os padrões ornamentados da armadura lembravam corpos cósmicos — galáxias e constelações em espiral adornavam sua moldura como um manto estelar.

Os olhos do Mutante do Vazio se arregalaram em perplexidade, recuando sutilmente, mas imediatamente depois aqueles orbes inteligentes se arregalaram, substituídos por terror puro e não adulterado, enquanto o reino do Purgatório engolia sua visão inteira, cortando sua conexão com o mundo exterior.

O primeiro instinto da criatura foi retaliar em pânico com um Feitiço de Congelamento do Tempo, mas mesmo que esse Feitiço do Tempo fosse um pouco diferente das distorções anteriores, Jake já estava mentalmente preparado para isso.

Antes que a flutuação temporal pudesse alcançá-lo, Jake murmurou sinistramente: “Mundo do Éter-Sonho”.

Esta foi sua terceira Habilidade de Classe Espiritual. A mais poderosa e insondável entre elas.

Na superfície, nada parecia transpirar. Uma ondulação imperceptível silenciosamente se sobrepôs ao seu Purgatório e ao Mutante do Vazio preso dentro dele. O Digestor perplexo e assustado não era o mais inteligente, e foi inconscientemente sugado para este domínio secundário sem atrasos.

Então, a flutuação temporal de seu Feitiço de Congelamento do Tempo finalmente atingiu o alvo pretendido. Para o Mutante do Vazio, a vitória já estava garantida, ou pelo menos forneceria uma passagem segura para escapar.

Exceto, no instante seguinte, uma onda de desespero incrédulo o dominou quando Jake, não afetado por seu Feitiço do Tempo, caminhou indiferentemente em direção a ele, erguendo-o violentamente do chão por sua garganta.