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The Regressed Demon Lord is Kind – Capítulo 151

Capítulo 151

Cabelos verdes, da mesma cor de uma folha vibrante, passavam pelos ombros pálidos dela. Entretanto, as características mais perceptíveis eram as orelhas longas e pontudas que saíam dos cabelos. A recepcionista demonstrou grande profissionalismo ao responder sem perder o sorriso no rosto.

Os seguranças ao redor a observavam com olhos severos. Planejavam intervir se a comoção aumentasse, mas como se ela não notasse, continuou a levantar a voz.

— Eu disse para vocês devolverem isso imediatamente!

— Peço sinceras desculpas, cara cliente. Não tenho certeza do que está falando em específico, mas tudo neste lugar foi dado a nós por nossos clientes para expor. Como nada nos pertence, não estamos autorizados a tomar a decisão.

— Então me diga quem é o cliente!

— Senhorita, é política estrita da nossa casa de leilões manter as identidades de nossa clientela em segredo, em especial de clientes irritados como você.

— “Ai, não posso fazer isso e aquilo”! Como posso encontrá-lo, então! Aquele é o tesouro do nosso clã!

— Pode provar a sua alegação, senhorita?

— O quê?

— Somos uma casa de leilões que não detém bens roubados, mas só depois que for provado o tal roubo. Também não somos nós que vamos reunir provas.

— E o que eu faço?!

— Não sei, senhorita. Sou apenas uma servidora.

As pessoas vendo de perto começaram a murmurar entre si proferindo palavras como “caipira” e “inculta”, o que deixou o rosto dela vermelho. A sua raça possuía uma ótima audição, e, envergonhada, ela ouviu tudo. Todavia, não se afastou da recepção.

— Eu devo pegar de volta, não importa o quê.

— Quer participar do leilão, então? Tyroul está aberta para todos. É claro, se você tiver dinheiro o bastante, senhorita.

Leona usava as roupas tradicionais de uma simples elfa e uma armadura leve, mas, no geral, não aparentava ter muito dinheiro. E não havia muitos casos em que uma raça não humana possuía dinheiro humano. Assim, era óbvio que a recepcionista zombaria dela.

Os espectadores começaram a rir mais alto, e o rosto de Leona ficou mais vermelho. Os seus punhos tremiam na mesa. Apenas no caso, os seguranças se aproximaram, entretanto, o que temiam não aconteceu.

Ela se virou e saiu do prédio. O saguão estava barulhento com risadas que a ridicularizavam, contudo, logo voltaram a se concentrar nos próprios problemas de novo.

— O que você fará? — Lyla olhou para o lugar de onde a elfa saiu — Você vai ajudá-la?

— Hum…

— Não deveria ajudá-la? Não é um ato gentil?

— Nem sei os detalhes. Como seria um ato gentil?

— Você pode apenas adivinhar. Como ela era uma das companheiras do herói, é impensável que ela esteja mentindo. Por que hesitar?Só porque teme que seja forçado a se tornar Zich Brave?

— Você está tentando me associar a ela para que eu não me torne o Moore.

Os dois se entreolharem, e então suspiraram ao mesmo tempo e olharam para a entrada do prédio.

— Seguimos, então?

— É.

Os dois saíram da casa de leilões e foram atrás de Leona.


Não foi difícil achá-la de novo, visto que Zich rastreou a presença dela. Ela estava por perto, chutando uma parede de pedra e arfando feito uma louca, atraindo olhares de todos — a beleza natural dela, característica da raça, ajudou nisso —. No entanto, ninguém se aproximou, exceto por Zich e Lyla.

— Olá, senhorita.

“É quase como se eu estivesse lidando com um cão selvagem.”

— O quê? — Ela virou a cabeça em direção a Zich sem tentar esconder as emoções.

— Estávamos nos perguntando se poderíamos ajudá-la de alguma forma.

“Acabei de ouvir errado?” pensou Lyla, virando a cabeça.

A voz dele era calma, gentil e amigável, todas as características sem conexão com ele. A sua expressão era semelhante à de Lubella. Por instinto, Lyla deu um passo para trás.

— Vi a comoção no saguão agora. De fato, poderiam ter explicado o sistema para você antes. — Soltou um grande suspiro — Eu queria falar primeiro com você porque não quero que você ache que aquelas pessoas representam todos os humanos. Pode me contar a respeito da sua situação? Talvez eu possa te ajudar. Ah, esqueci de me apresentar. O meu nome é Zich.

Com um sorriso, ele olhou nos olhos furtivos dela. Ela aparentava estar pensando se deveria acreditar nele ou não.

— Leona. Eu sou Leona Pearl de Droud.

— Entendi. Devo te chamar de senhorita Leona, então?

O último nome de um elfo vinha do nome da floresta em que ele vivia. Por isso, era mais comum que se comunicassem com o primeiro nome, diferente dos humanos.

— Pode ser.

— Senhorita Leona, vamos a um restaurante próximo. Eu pago. Fale da sua história lá.

Leona assentiu, cautelosa. Observando tudo se desenrolar na frente dela, Lyla pensou em uma palavra mais próxima da aparência atual de Zich.

“Um vigarista que enganava inocentes do campo.”


Os três entraram em um restaurante caro com quartos privados para que os clientes pudessem ficar sozinhos. Zich levou a sua companhia a uma sala privada, e eles se sentaram em torno de uma mesa circular.

— Senhorita Leona, do que você gostaria?

— B-bem… — Desajeitada, ela levantou o cardápio. Apesar de tentar parecer calma, devia ser a sua primeira vez pedindo em um restaurante.

— Eu posso ajudar. — Zich deu um passo à frente, explicando o que era cada uma das comidas — Como você é uma elfa, não come carne, certo?

— I-isso.

— E quanto a isso?

— Ok.

Embora tenha assentido, ela provavelmente não entendeu metade do que foi dito, nervosa por entrar em um território desconhecido. “Um cão selvagem que abaixa a guarda quando alimentada” foi a imagem que Lyla obteve dela.

A comida logo chegou. Leona parecia satisfeita com a comida vegana.

— Senhorita Leona, você poderia nos contar a sua história?

— Tudo bem — respondeu ao ingerir uma alface.


A elfa e a sua tribo, como o normal da raça, estavam vivendo uma vida tranquila na natureza. Um dia, ocorreu algo que virou a tribo de cabeça para baixo: o tesouro deles foi roubado.

— Que tipo de tesouro era?

— É uma joia chamada de Lágrima do Lago.

— Só de ouvir o nome, posso dizer que é preciosa. Como desapareceu?

— Um comerciante humano veio até nós.

As pessoas tinham o estereótipo de que os elfos ficavam na floresta sempre e não faziam contato com estranhos; a verdade, porém, era que negociavam com comerciantes de outras espécies, e até deixam os confiáveis entrarem nas suas casas.

— Ele veio negociar conosco e deixou a floresta depois. Alguns dias se passaram, e descobrimos que o tesouro da nossa tribo estava faltando.

Os elfos formaram uma equipe para investigar e os enviaram à sociedade humana. Entretanto, não conseguiram encontrar o comerciante em nenhum lugar. A loja dele já estava vendida a uma pessoa diferente, e o seu paradeiro era desconhecido.

— Ele planejou tudo. Mas como você conseguiu descobrir que o tesouro estava na casa de leilões Tyroul?

— Ouvi de humanos a respeito dela. Por terem dito que ela tem todos os tipos de raridades do mundo, pensei que havia uma boa chance de que o ladrão pudesse ter colocado a joia para leilão.

— E as suas previsões estavam certas? Como tem tanta certeza?

— Aham. A Lágrima do Lago está com certeza lá. Posso sentir.

— Acredito em você, mas, senhora Leona, não vão acreditar com facilidade. Não podem te dar a Lágrima do Lago assim.

— Então tenho que tomá-la! Já que que foi roubada de nós, não importa se também roubarmos deles!

“Ela está tendo pensamentos bem perigosos. Os boatos de antigamente eram reais, então. Ela causou muitos problemas.”

— Vai ser muito difícil. A casa de leilões é mantida pela cidade. Se você tentar tirar algo dela, a força militar da cidade cairá para cima. Você poderá lidar com isso?

— O que devo fazer?

— Como disseram no saguão, uma maneira possível de recuperar o tesouro é comprá-lo de volta. É por isso que, senhorita Leona… — Pôs uma fatia de bife na boca — Quanto dinheiro você tem agora?

Mais uma vez, Lyla olhou para ele como se ele fosse um vigarista.


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