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The World After the End – Capítulo 154

Deus da Loucura (1)

[Eu nunca… Repito, eu nunca vou voltar para a Grande Floresta.]

-Budda, o sexto deus dos Sete deuses do <Abismo>.

Episódio – Deus da Loucura.

O centro do oitavo local <Caspion> continha vários locais grandes e médios agrupados. Um desses locais, o <Alpinista>, tinha sempre mestres diferentes por causa de guerras repetidas, mas agora havia encontrado um mestre mais permanente graças ao ‘Desastre de Hatchnold’ que acontecera há duas semanas.

— Que bagunça é essa?

No palácio do <Alpinista>, em frente ao escritório central, Kashim ficou confuso ao ouvir os sons vindos de dentro. O escritório era onde o atual mestre do <Alpinista> residia. Kashim estava ouvindo os gritos de uma mulher de dentro e também os sons de algo quebrando. Não deve ser possível. Quem poderia gritar e jogar coisas no mestre de <Caspion> e mestre da Ruptura?

— Ah, capitão. Você está aqui, senhor?

Um dos oficiais, que estava do lado de fora do escritório, saudou Kashim rapidamente. Era a mesma cortesia que estenderia a seu próprio mestre. O homem alto, Kashim era um homem digno de tamanho respeito.

Um dos cinco capitães da Ruptura. Os mestres com tanto poder que até deuses de nível alto e os generais das <Grandes Terras> temiam — esses eram os ‘Capitães’ da Ruptura.

— O que está acontecendo lá dentro?

Kashim perguntou com uma voz suave.

— Uh… A Segunda Capitã está lá dentro.

— Segunda? Yoo Surha está aqui?

Kashim perguntou de volta em choque.

— Entendo. Então, é disso que se trata.

— Sim, senhor.

A preocupação do oficial era compreensível. O mestre da Ruptura e um dos capitães estavam lutando lá dentro, e não havia como um mero oficial interromper. Ele parecia muito feliz por Kashim ter chegado, provavelmente esperava que Kashim fizesse algo a respeito.

Kashim olhou para os documentos que havia trazido e suspirou. Não podia esperar ali por muito tempo, então tinha que entrar.

“Por que ela tinha que vir agora? Ugh… Vai ficar feio.”

Se Surha estava ali, o terceiro Capitão, Imai Kazuki, logo ficaria louco. E com o recente evento…

-Você deveria tê-lo mantido sob custódia então! Você tentou matá-lo?!

-Eu tinha motivos para fazer isso.

-No que diabos você estava pensando? Foi você quem me disse para recrutá-lo, para começo de conversa!

Gritos mais altos foram ouvidos de dentro. Kashim cuidadosamente colocou a mão na maçaneta, mas antes que pudesse girá-la, a porta se abriu e alguém saiu correndo. A mulher estava tão furiosa que havia relâmpagos ao redor de seu corpo inteiro. Parecia que sua [Configuração], Cadeia de Relâmpagos, havia sido ativada sem ela perceber.

Kashim olhou para Surha e acenou.

— Ei.

— Kashim…?

Surha olhou para Kashim.

Momentos depois.

— Então, você estava brigando com o mestre por causa de opiniões divergentes?

— Dá para se dizer isso.

Kashim suspirou para Surha falando casualmente.

— No que está pensando? Está querendo resolver tudo com uma [Batalha da Ruptura] ou algo assim?

— De jeito nenhum. Não tenho como ganhar. Ele é um monstro com uma [Peça] lendária.

— Sim…

— Se ele não tivesse o Machina…

— Você não podia vencê-lo mesmo quando não tinha o Machina.

— Isso… Nunca se sabe.

O poder superava tudo na Ruptura. Quando havia uma diferença de opinião, era possível duelar em uma [Batalha da Ruptura] para ver quem era mais forte, e o vencedor teria permissão para fazer as coisas do seu jeito. Kashim e Surha estavam conversando sobre essa tradição.

— Você e o Mestre têm uma enorme diferença de poder mundial. Você sabe disso…

Surha não respondeu ao ponto de Kashim. O poder mundial de Yoo Surha estava em um milhão e quinhentos e até onde os capitães sabiam, o Mestre facilmente ultrapassava sete milhões, mesmo sem o Machina. Surha parecia mal-humorada e olhou para as pessoas atrás de Kashim.

— Quem são eles?

Um homem e uma mulher estavam um pouco distantes atrás de Kashim.

— Ah, eles são novos recrutas. Estou treinando-os.

— Kashim, o Tirano, agora se tornou babá? Isso é interessante.

— Não diga isso.

Kashim se virou e o homem e a mulher rapidamente correram até eles e os saudaram. Era um homem com um rosto sorridente, e a mulher tinha uma beleza sedutora.

— Bom dia, capitã. Eu sou Kim Yoonhwan, novo recruta da Ruptura.

— Bom dia, capitã. Eu sou Han Seoyul.

Não havia muito sobre o homem, mas a mulher era diferenciada. Com esse tipo de beleza, ela era obrigada a chamar a atenção mesmo dentro da Ruptura. Surha estudou atentamente a mulher que se apresentou como Han Seoyul.

— Hmmm. Sua introdução é curta.

— D-Desculpe…

— Não, você não precisa se desculpar. Podemos ser inimigas da próxima vez que nos encontrarmos.

— Perdão…?

Han Seoyul ficou confusa e Kashim rapidamente interrompeu.

— Ei, ei. Não assuste os novos recrutas.

— Não, estou falando sério.

— Do que está falando?

Surha não parecia estar brincando e Kashim ficou sombrio.

— Não diga…

— Sim, já decidi.

Os lábios de Kashim tremeram naquele momento. As palavras de Surha foram chocantes.

— Ele é tão importante para você?

— Para mim? Não, de jeito nenhum.

Surha deu de ombros e respondeu com uma voz fria. Kashim ficou aliviado com essas palavras. Não havia como Surha se apaixonar por alguém. Tal sentimento era um luxo que os Capitães da Ruptura não podiam se permitir.

— Então por que o está protegendo? Você tem que sair para…

— Ele é importante para este mundo.

Importante para este mundo? Não fazia sentido nenhum. No entanto, como foi a ‘segunda Capitã da Ruptura’ quem disse isso, era possível que houvesse uma razão.

— Você… Teve uma visão do futuro? Alguma coisa apareceu na sua [Premonição]?

Se Surha estava falando sobre isso, havia apenas uma razão. Sua [Premonição] mostrou a ela algum tipo de futuro e o homem que Surha estava procurando desempenhava um papel vital. Kashim franziu a testa.

— [Premonição] não mostra um futuro decidido. Você sabe disso melhor do que ninguém.

Mesmo que ela visse tal futuro, não era motivo suficiente para Surha deixar a Ruptura. Além disso, eles tinham o Mestre da Ruptura. Ele era o único que ficava fora de sua [Premonição].

Surha não respondeu, mas se virou e olhou pela janela para um canto do corredor. Lá fora estava o céu claro do <Abismo>. Ela olhou para o céu e perguntou:

— Kashim, você vê alguma coisa naquele céu?

— Como assim?

— Um olho, estrelas… Ou algo assim.

— Não estou acompanhando.

— Você sabe do que estou falando.

Ver algo no céu? Não havia nada lá. Mas Kashim percebeu o que ela estava perguntando e sorriu.

— Você está falando do Grande Irmão, não é?

— Sim.

— Não tenho como vê-lo.

— Certo. Nós não podemos.

Os únicos que podiam ver o Grande Irmão no céu e combatê-lo eram especiais. Os Três Deuses Antigos no passado eram desse tipo, assim como o Mestre da Ruptura. Um ser que só os tipos escolhidos podiam ver. Esse era o Grande Irmão.

Yoo Surha falou.

— O Mestre uma vez nos disse que se superar a [Reclusão], você pode vê-lo.

Kashim também ouviu essa história antes. A doença que todo Despertado sofre. Uma doença que faz os Despertados fecharem os olhos e os ouvidos para se manterem longe da enxurrada de informações.

—Kashim, você não deve fechar os olhos ou tapar os ouvidos, por mais difícil que seja. Aceitar a [Reclusão] significa perder contra este mundo.

O Mestre uma vez disse isso. Mas mesmo agora, Kashim não conseguia entender o que ele queria dizer. Não havia como um Despertado manter sua sanidade sem a [Reclusão].

—Se você superar sua [Reclusão], então verá o mesmo mundo que eu vejo.

O mundo de Kashim estava parado há muito tempo. No entanto, Surha e Imai eram iguais. Na verdade, todos, exceto o próprio Mestre, pararam de avançar há muito tempo.

Eles não poderiam ficar mais fortes. Não importava o quanto tentassem, havia uma parede bloqueando seu caminho.

Kashim sabia que o caminho para quebrar aquela parede estava na [Reclusão]. Mas saber, não era o mesmo que fazer. Não havia ninguém que pudesse superar a [Reclusão]. Além do Mestre, ninguém no mundo poderia superar o muro da [Reclusão]. Aquele que podia ver o Grande Irmão com seus próprios olhos neste mundo era apenas…

Foi quando Kashim percebeu para onde a história estava indo.


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