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The World After the End – Capítulo 242

O mundo após o fim (14)

Já fazia um tempo desde a última vez que ele visitou Gwanghwamun.

Ele visitou a área quando estava lá para comprar livros para as aulas da faculdade e para o trabalho, mas foi só. Em vez disso, Jaehwan viu o lugar na TV e em várias estações de notícias. Costumava estar cheio de pessoas com velas e pessoas gritando para proteger alguma coisa.

Mas nenhuma delas estava mais ali.

As pessoas voltaram às suas vidas normais. Para suas vidas originais. Os únicos que ficaram ali foram os que não tinham para onde voltar. Jaehwan viu pessoas sentadas dentro de tendas em frente à estátua do General Lee comendo macarrão instantâneo. Alguns lutavam pelos mortos, enquanto outros lutavam pelos vivos. Alguns lutavam pelo bem maior, enquanto outros lutavam por sua organização.

E no meio de todos eles, Jaehwan ainda não havia lutado por nada.

— Ei, por que me trouxeram aqui? Vocês dois têm empregos, mas eu ainda estou desempregado.

Yoonhwan falou mal-humorado e Seoyul o repreendeu.

— Fomos demitidos, lembra?

Depois que Jaehwan deixou o emprego, Seoyul também parou de trabalhar para a empresa. Foi depois de um incidente que estava prestes a acontecer. Jaehwan se desculpou com Seoyul, que se esforçou muito para conseguir um emprego, mas Seoyul parecia feliz. Yoonhwan acrescentou.

— Oh, verdade! Haha, estamos todos no mesmo barco então.

— Yoonhwan, você parece muito feliz.

Yoonhwan riu e Seoyul gritou com ele.

— Hã? O que é aquilo? Que multidão é aquela?

Ao passarem pela área das tendas em direção à estátua do rei Sejong, o número de pessoas aumentou. Algumas organizações gritavam algo em protesto.

— Ugh. Este lugar é sempre muito barulhento.

Yoonhwan franziu a testa e olhou em volta.

— Hã? Ei, não é ele? O médico?

Yoonhwan então apontou para um objeto gigante instalado ao lado da estátua. Parecia uma torre. Era uma torre estranha para a maioria das pessoas, mas para Jaehwan parecia familiar. A torre era criada por vários tipos de lixo e móveis abandonados, mas Jaehwan teve uma sensação estranha sobre aquilo.

— Ah, eu também o vi! Vi no noticiário que ele estava criando isso ali.

— Sério?

Eles então se aproximaram da torre. Era uma torre muito alta e era difícil acreditar que foi criada por um homem. Havia reforços de metal e cimento segurando-a no lugar em vários lugares.

A altura era provavelmente superior a dez metros.

Era mais baixa do que os outros prédios altos, mas era alta o suficiente para matar um homem se caísse. O médico estava em cima disso.

—Todos nós cidadãos! Devemos perceber! Estamos presos dentro da torre!

O médico que dizia sempre a mesma coisa estava lá. As pessoas murmuravam enquanto passavam.

— Uau, ele ainda está fazendo isso?

— Como construiu aquilo?

Mas os manifestantes que sempre estiveram ali não pareciam interessados no médico. Alguns de seus líderes chegaram a confrontar o médico, dizendo que estava atrapalhando seus protestos.

— Ouvi dizer que ele está sendo pago para fazer isso.

Disse alguém. Mas Jaehwan não conseguia entender. Quem iria pagá-lo? Ele não estava representando ninguém. Por quê? Por qual razão?

— Sério? Sim, acho que ele não faria isso de outra forma.

— É tudo para se mostrar. É só política. Se ele ficar famoso, os políticos vão…

Jaehwan queria explodir de raiva. Ele queria gritar para as pessoas ou para o próprio médico.

“Por que você ainda está aqui? Você tinha tudo neste mundo e se adaptou melhor do que ninguém aqui. Por que está sendo tratado assim aí?”

Mas Jaehwan não falou. Ele não podia. Ele não sabia por quê. Talvez ainda faltasse algo dentro dele. Em vez disso, ele apenas olhou silenciosamente para o médico. Ele gritou e continuou reforçando a torre.

O inverno frio colocou gelo raso no chão. Ele viu Seoyul soprando em suas mãos. Yoonhwan, que usava uma jaqueta leve, falou mal-humorado.

— Ei, quanto tempo você vai ficar aqui? Tenho certeza de que não está aqui para ver isso.

— Estou aqui para ver isso.

— Hã? Por quê?

— Há algo que preciso saber.

Yoonhwan parecia confuso, mas Jaehwan não respondeu. Ele não tinha nenhuma resposta. Não sabia o que queria saber, ou o que não sabia. O tempo passou e o clima esfriou. Mas, estranhamente, o número de manifestantes estava aumentando. Era um grande dia de protesto? Havia vários tipos de protestos em torno de Jaehwan e seus amigos naquele momento.

— WAAAAAH!

— EMPURRE-OS!

Jaehwan foi então empurrado por pessoas que vinham de trás. Yoonhwan e Seoyul gritaram quando foram afastados. Gritos vieram de todos os lugares. A situação ficou ainda mais séria quando a polícia se opôs para impedir o avanço dos manifestantes.

Jaehwan não conseguia entender nenhuma palavra do que alguém dizia. Havia muitos gritos de todo o lugar. A polícia mal conseguia conter a linha e as brigas começaram por toda parte, com os repórteres tentando capturar o que estava acontecendo.

E no meio de tudo, o médico gritava sozinho.

— Vocês devem perceber isso!

Era uma visão estranha. O médico gritava continuamente palavras que ninguém ouvia. Por quê? Que significado tinha? Jaehwan se pegou gritando com o médico.

Pare! Pare com isso agora!

Ninguém te ouve mais!

Não importa o quanto você tente, sua voz não será ouvida pelo povo!

No entanto, a voz de Jaehwan foi abafada pelos gritos dos manifestantes. À medida que os protestos se intensificavam, aumentava o número de pessoas que esbarravam na torre. O cimento começou a rachar e a velha construção de metal áspero começou a torcer.

A torre estava caindo.

Algumas pessoas ficaram chocadas, mas foi isso. A maioria só se preocupava em avançar. O médico mal se segurava na torre, tentando não cair. Mas parecia indefeso, como se fosse cair a qualquer momento.

Por quê? Por que ninguém estava tentando ajudar?

Jaehwan gritou para o povo. Mas ninguém olhou para ele. Ninguém salvou o médico.

As pessoas ficaram ali como árvores que tinham raízes profundas no solo. Eram como árvores que simplesmente ficavam ali, esperando o sol chegar. As árvores com um leve movimento se matariam.

Jaehwan mordeu os lábios.

Por quê?

Um grupo de mulheres gritou pelos direitos das mulheres, um grupo de trabalhadores gritou pelos direitos trabalhistas, organizações universitárias protestaram para reduzir os custos das mensalidades e a polícia bloqueou todas elas. Ninguém olhou para o médico. Agiam como se ele nem existisse.

Foi quando Jaehwan percebeu.

“Ah…”

Foi uma percepção triste e poderosa.

A razão pela qual ninguém estava tentando salvar o médico era porque o médico não era um ‘homem deste mundo’.

Para eles, o médico estava além de sua compreensão e foi expulso. Para eles, o médico era invisível. Eles estavam juntos, mas como se o médico estivesse em um universo paralelo, ele não estava ali.

Apenas Jaehwan estava olhando para o médico.

Jaehwan então começou a se mover.

— Jaehwan! NÃO!

Ele viu Yoonhwan que o alcançou, tentando impedir Jaehwan de se mover, mas Jaehwan puxou a mão de Yoonhwan e caminhou para frente.

Só um pouco mais.

Assim como se andasse de uma maneira impossível, passou pelas pessoas. Ele empurrou e esbarrou. Havia pessoas xingando ou batendo nele, mas Jaehwan absorveu tudo para seguir em frente.

E finalmente.

Ele estava no local onde o médico havia caído.

Jaehwan levantou o médico. Ele estava abrindo os olhos levemente. Seu olho tremeu por um segundo e sorriu levemente.

— Jaehwan. Você finalmente veio.

Jaehwan olhou para o médico. O que ele deveria dizer? Depois de muitas tentativas, Jaehwan mal conseguia falar. Mas não era isso que ele queria perguntar.

— Quem é você?

Jaehwan ainda perguntou de qualquer maneira.

— Você sabia da torre desde o começo, não é?

— …

— Chunghuh? Cayman? Karlton? Runald? Ou Jay? Quem é você? QUEM É VOCÊ! Por que fez tudo isso…?

O médico balançou a cabeça em silêncio.

— Se eu te disser quem sou, vai acreditar em mim?

Jaehwan ficou sem palavras. O médico riu enquanto sangrava pela boca.

— Sim. Talvez eu seja Chunghuh. Ele era médico lá, então talvez eu seja Chunghuh.

— …

— Ou talvez eu seja Karlton. Assim como ele tinha o livro de leis, eu sempre tinha livros comigo.

— Espere…

— Talvez eu seja Runald. Porque eu posso ser seu único seguidor agora.


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