Switch Mode
Participe do nosso grupo no Telegram https://t.me/+hWBjSu3JuOE2NDQx
Considere fazer uma Doação e contribua para que o site permaneça ativo, acesse a Página de Doação.

The World After the End – Capítulo 241

O mundo após o fim (13)

Três dias depois, Jaehwan estava no laboratório de Sakamoto.

— Sinto muito, professor. Você me recomendou para a empresa e…

— Não, está bem. Eu ouvi sobre o que aconteceu de Seoyul. Eu deveria ser aquele a pedir desculpas.

Sakamoto acenou com as mãos e sorriu amargamente.

— Não sabia que Inchan havia mudado tanto. Ele não era assim antes. Nem sei o que dizer.

Jaehwan olhou ao redor do laboratório e encontrou uma pilha de livros sobre universos paralelos sobre a mesa. Era estranho saber que Sakamoto não havia mudado depois de todo esse tempo. Sakamoto sorriu ao perceber que Jaehwan estava olhando para a pilha de livros.

— Pode não ser neste universo, mas Inchan pode ser um bom amigo em algum outro universo lá fora. Tente entendê-lo a esse respeito.

— É sobre o universo paralelo de novo?

— Haha, sim. Você sabe que minha pesquisa está relacionada a isso.

Sakamoto riu, mas Jaehwan queria dizer que Inchan provavelmente não era um bom homem em outro universo.

—Use em pequenas partículas… Tenho certeza que podemos fazer com que muitas pessoas usem esse item, se for o caso.

“Ele provavelmente seria um babaca nesse universo também…”

—Mas pode não funcionar, então vou tentar primeiro e aviso vocês depois!

E um maldito que daria pesadelos a todos, criados por sua própria ganância.

No entanto, Sakamoto não sabia de nada. Ele apenas sorriu e tomou um gole de café. Quando Jaehwan ouviu o som de um gole e olhou para todos os livros de teoria nas estantes, se sentiu estranho.

— Professor. Você realmente acredita em um ‘universo paralelo’?

Sakamoto pareceu surpreso com a pergunta enquanto cuspia um pouco do café. Ele rapidamente pegou um lenço para limpar e respondeu:

— Por que está perguntando? É apenas uma teoria.

— Então você não acredita?

— Hmm… Como devo dizer?

— Você me disse uma vez que não há imaginação ou ilusão neste mundo. A imaginação existirá como outro mundo em outro universo. Foi o que você disse.

Sakamoto ficou em silêncio por um tempo por causa das palavras de Jaehwan. O relógio na parede tiquetaqueava e regulava o tempo. Depois que o tique-taque girou por um ciclo completo, Sakamoto finalmente quebrou o silêncio.

— Jaehwan. Não posso responder à sua pergunta. É uma pergunta para a qual não tenho resposta. Mas posso contar outra história.

Os olhos do professor brilharam intensamente.

— Você já ouviu falar de algo chamado ‘mecânica clássica’?

— Sim. Não é sobre a era de Newton e as leis da física da época?

— Ah, então você prestou atenção em minhas aulas afinal?

— Eu sei que a gravidade vai além de apenas puxar a maçã da árvore.

Sakamoto riu.

— Certo. Para as pessoas da época de Newton, o mundo era apenas isso. Se a gravidade afetar a árvore, a maçã cairá. Era um mundo fácil. As pessoas acreditavam que o mundo poderia ser entendido por meio de números e cálculos.

— Claro. Mas por que você está…

Sakamoto continuou sorrindo e prosseguiu:

— Aquelas pessoas acreditavam que estavam olhando para a ‘mesma coisa’ e viviam no ‘mesmo tempo’. Pense nisso. Pense em como o mundo era simples para eles e em como foi chocante enfrentar teorias como a da relatividade ou a mecânica quântica.

— Hum…

Jaehwan pensou nisso por um segundo. Talvez tenha sido muito semelhante à como os Adaptados se tornaram Despertados.

— As pessoas que viviam no mundo da mecânica clássica não sabiam que o tempo e o movimento mudavam dependendo do observador. Eles também não sabiam que a maçã que caía por causa da gravidade tinha uma ‘possibilidade’ de desaparecer em algum lugar desconhecido, ou penetrar no solo após milhões, ou mesmo bilhões de testes.

— Acho que sim.

— Para eles, a teoria da relatividade ou a mecânica quântica eram consideradas uma complicada fórmula mágica. Haha. Arthur C. Clarke não disse isso também? Que ‘qualquer tipo de tecnologia avançada suficiente é indistinguível da magia’?

Jaehwan ouvia Sakamoto com atenção, mas era difícil entender o que ele queria dizer. No entanto, não precisava perguntar, pois Sakamoto não era do tipo que fazia uma pergunta e não dava uma resposta. Como esperado, Sakamoto rapidamente deu a resposta.

— Jaehwan. Estamos vivendo na era da mecânica clássica.

— O quê?

Mas mesmo depois da resposta, Jaehwan ainda estava confuso. “Ainda estamos vivendo na era da mecânica clássica?” O que isso queria dizer? Sakamoto tomou um gole de café novamente e continuou:

— Mecânica clássica na era de Newton. Teoria da relatividade na era de Einstein. E a mecânica quântica e a grande teoria unificada agora… As teorias para entender e analisar o mundo continuaram evoluindo. Mas olhe para as pessoas de hoje em dia. A maioria delas não se importa com o que são essas teorias e nem sabe que elas existem. Para a maioria das pessoas, este mundo é simples, onde as maçãs ainda caem das árvores e você pode pegá-las para comer.

Jaehwan então percebeu o que Sakamoto estava tentando dizer. Ele imaginou a Árvore das Miragens e as pessoas do <Caos> que se esforçavam para conseguir os frutos. Ele então pensou sobre as pessoas na realidade.

— Mesmo com teorias tão grandiosas, o mundo das pessoas só existia dentro de seus pontos de vista — em seus pontos de vista estreitos onde não podiam examinar nem mesmo um átomo.

— …

— Nunca saberemos como é o ‘mundo real’. Afinal, este mundo está indo muito bem mesmo com a mecânica clássica! Mecânica quântica e tudo mais… Você não precisa saber disso para comer, ganhar dinheiro ou fazer sexo!

Sakamoto então parou enquanto se empolgava e tomou mais alguns goles de café.

— Fiquei muito empolgado. Desculpe.

— Não. Foi ótimo.

— Não, não. Tenho certeza de que não era isso que você queria ouvir… Você está preocupado, não é?

Jaehwan respondeu:

— Como você sabia?

— Quem se interessa por universos paralelos costuma ter problemas com a vida real.

Sakamoto sorriu ao responder:

— Foi porque você me fez uma pergunta estranha? Isso me lembra do meu sonho.

— Um sonho?

Sakamoto riu envergonhado.

— Nunca contei a ninguém, mas muitas vezes tenho sonhos estranhos.

— Que tipo de sonhos você tem?

— Promete que não vai rir?

— Prometo.

Sakamoto então coçou o rosto de vergonha e começou:

— Espadas duplas.

— Hã?

— Eu sou um guerreiro que usa espadas duplas nesse sonho.

Parecia que o ar havia se tornado rígido.

— Aquele mundo era um mundo onde tudo havia sido destruído. Havia uma torre estranha no céu e as pessoas precisavam escalar aquela torre. Eu era um desses que estavam escalando. Haha, não é estranho?

Jaehwan não achou estranho. Não era nada estranho. Porque ele já conhecia a história.

— E lá, eu subia de nível e aumentava meus atributos, tentando muito concluir a torre. É engraçado, mas as pessoas me chamavam de Sakamoto mesmo naquela torre. E há pessoas que conheço que apareceram nesse sonho. Digamos, por exemplo, Inchan. Não é uma tolice? E…

A história de Sakamoto continuou e Jaehwan ouviu em silêncio. Assim como um homem que espera há muito tempo, ou uma criança que deseja que a história nunca acabe, ele continuou ouvindo.

— Então, assim… E… Hein? Ei! O que está acontecendo! Jaehwan!

Sakamoto tirou vários lenços da caixa e rapidamente se aproximou de Jaehwan e acenou para ele. Jaehwan percebeu o motivo depois de um tempo. Ele rapidamente abaixou a cabeça e esfregou os olhos.

— Jaehwan… Você prometeu não rir, então ao invés disso está chorando? Você está tentando tirar sarro de mim?

— N-Não. Não é isso. Isso é…

Jaehwan estava encarando um rosto estranho como se não soubesse se chorava ou ria. Como isso devia ser explicado? Como explicar a sensação de enfrentar algo que tanto esperou? Sem explicar seus sentimentos, Jaehwan fez uma pergunta diferente.

— Professor Sakamoto. Você acredita nesse sonho?

— Hã?

— Você realmente acredita que o sonho está acontecendo em outro universo? Que realmente existe?

Foi uma pergunta inesperada? Sakamoto olhou para o chão por um momento com a pergunta de Jaehwan. Depois de um tempo, falou.

— Sinceramente… Acho que pode ser.

Jaehwan queria responder. Que podia não ser um sonho. Que existiu. Nesse mundo, eles escalaram a torre juntos e tentaram proteger o mundo.

Nesse mundo. Nesse mundo, você…

Sakamoto então se levantou da cadeira com vergonha e Jaehwan não conseguiu dizer. Sakamoto tossiu em direção à janela e se virou para Jaehwan.

— Enfim, o que eu quero dizer é isso. Afinal, não é importante como o mundo parece para as pessoas. Uma revolução é algo que acontece dentro de uma caixa de túnel pequena, estreita e sinuosa, não fora.

Sakamoto bateu em sua cabeça enquanto falava e Jaehwan não conseguiu esquecer aquela visão por muito tempo depois disso.

— Hã? Aonde está indo agora?

— Desculpe! Tenho que ir a um lugar!

Jaehwan então saiu correndo do laboratório e Sakamoto coçou o rosto enquanto se virava para a porta pela qual Jaehwan havia saído.

— Hmph. Parece até que você encontrou evidências para provar a teoria do universo paralelo.


Comentários

0 0 votos
Avalie!
Se Inscrever
Notificar de
guest
0 Comentários
Inline Feedbacks
Ver todos os comentários

Opções

Não funciona com o modo escuro
Resetar