A Capital do Reino dos Elfos foi considerada a cidade mais bonita de toda Angaria. Construída com o tema da natureza entrelaçado com a arquitetura, era o principal destino turístico para quase todos os cidadãos dos outros 5 reinos.
Claro, isso só era verdade quando não se considerava os misteriosos “Quatro Maiores”, que não eram acessíveis a todos.
Até mesmo seu nome, Elfaven, era traduzido como “Cidade Perfeita” na antiga língua élfica que havia sido há muito perdida.
Construída sobre uma montanha que parecia que seu topo foi cortado por uma espada gigantesca, apenas a entrada em si fazia questão de mostrar a superioridade dos elfos em magia e encantamento.
Em intervalos iguais ao redor do pé da montanha de 30 km de diâmetro, havia espelhos redondos com guardas parados na frente deles.
Todo e qualquer viajante que fosse para lá seria perguntado sobre seu propósito de ir para lá, antes de suas identidades serem registradas. Depois que esse processo era feito, eles seriam convidados a entrar em um espelho.
Este era o ponto onde se poderia avaliar se alguém estava vindo para Elfaven pela primeira vez. Afinal, eram espelhos. Por que alguém entraria neles?
No entanto, depois de dar um passo à frente enquanto rangiam os dentes e pensavam que acertariam os espelhos e se machucariam, expressões de choque apareceriam em seus rostos depois de perceberem na verdade uma formação de teleporte.
De fato, o Reino dos Elfos não poupou custos para criar várias formações de teleporte de curto alcance ao redor da montanha para facilitar a entrada. Não havia outra maneira de entrar na cidade a menos que se pudesse se teleportar diretamente para dentro. Nesse caso, esquadrões de soldados estariam esperando para recebê-los.
No caso de um ataque, as formações poderiam simplesmente ser encerradas, enquanto havia rumores de que a cidade tinha uma das únicas formações de bloqueio espacial em grande escala em toda a Angaria para evitar a invasão inimiga.
Todas as formações levaram a uma única e larga passarela pavimentada em pedras amarelas. Árvores com múltiplas cores de folhas forraram esta passarela de 30 metros de largura, resultando em uma cena celestial que fazia quase todos os visitantes de primeira viagem ficarem boquiabertos.
Mais dentro da cidade, os edifícios começariam a ocupar os dois lados da estrada.
Os edifícios em si também eram uma visão magnífica. Com desenhos fluindo e estruturas perfeitamente decoradas, isto criaria um sentimento no coração de cada transeunte: perfeição.
“Vote na Rainha Eldora! Paz e felicidade para todos!”
“A bênção da Rainha Eldora me permitiu mudar minha vida e montar um negócio depois que meu marido foi morto no exército! Abençoem seu coração! Temos que votar para que ela possa ajudar muitos mais como a mim!” Uma moradora do Leste de Elfaven disse isso.
Um homem usando um casaco de pele cinza tremeu ao vento frio enquanto corria em uma estrada lateral.
Por toda Elfaven, pequenas construções semelhantes a pássaros do tamanho de uma palmeira podiam ser vistas flutuando perto daquelas estradas e emitiam esses relatos comoventes. Depois que terminassem, elas flutuariam para outro lugar para encontrar a próxima vítima infeliz para ouvir suas mensagens.
Na verdade, Eldinor era um país democrático.
Os elfos de Angaria tinham um traço comum que podia ser visto em quase todos os membros de suas espécies: a personalidade.
Com personalidades fortes e mentalidades inflexíveis, esta era uma característica que se dizia ser uma bênção e uma maldição para a raça.
Era uma bênção pois permitia a eles perseguir qualquer coisa que quisessem com uma determinação forte: fazendo com que os melhores pesquisadores e encantadores fossem praticamente todos elfos.
Era uma maldição porque essa característica significava que eles nunca seguiriam o comando ou a regra de alguém facilmente.
Assim, a unidade sempre foi o objetivo de cada governante, mas nenhum a alcançou até então.
A democracia era uma opção entre eles que relutantemente era seguida, já que era um governante que havia sido eleito pela maioria. Se eles tivessem algum problema, eles sempre poderiam tentar se elegerem por conta própria.
Claro, apenas elfos eram elegíveis a votar.
Quanto ao povo de outras raças que se estabeleceram no Reino, eles não tinham esse direito mesmo que fossem tratados calorosamente.
Resmungando para si mesmo, sem outra escolha a não ser ouvir todos os slogans, o homem apressou seus passos para chegar a uma pousada.
Dentro, um elfo pequeno sorriu quando o viu entrar.
“Devon, seu aluguel está 6 meses atrasado. Se você não fizesse a melhor cerveja de toda Elfaven do Leste, eu certamente já teria expulsado você. Consiga o dinheiro, querido, ou eu não vou ter outra escolha em breve.”
Em um tom doce, o elfo disse essas palavras enquanto lustrava algumas garrafas de vinho dispostas cuidadosamente em armários que lotavam as paredes daquele lugar.
Balançando a cabeça e dando um sorriso, o homem subiu as escadas para chegar ao seu quarto.
Com uma cama de solteiro e banheiro, não havia nenhuma pista para indicar que o homem estava morando lá pelos últimos 5 anos.
Fechando a porta, ele se sentou às pressas na cama e pegou uma pequena moeda.
Era um Lan de Ouro, e, se alguém de Elfaven olhasse para esta moeda, ele simplesmente pediria a ela para tirar as moedas de lá, caso a situação envolvesse dinheiro.
No entanto, cortando o dedo, ele fez uma gota de sangue cair sobre a moeda.
Vendo o brilho vermelho que brilhou duas vezes antes de desaparecer, um sorriso veio no rosto do homem enquanto seu sangue evaporava em uma velocidade extremamente alta.
Nos últimos dois anos, ele teve que fazer trabalhos estranhos enquanto esperava pelo contado de sua terra.
Criado em um local secreto em Lanthanor, o valor da lealdade e patriotismo tinha sido impregnado nele desde a infância, juntamente com habilidades como furtividade, assassinato e furto.
Enviado como um agente adormecido para Elfaven, ele ficou chocado quando uma mensagem veio há dois anos para informá-lo de que o Rei tinha mudado o orçamento e estava negando a todos, exceto a alguns agentes adormecidos em Angaria.
Desde então, não havia recursos para apoiá-lo. Não tendo outra escolha a não ser viver varrendo o chão e fabricando cerveja, o homem ainda estava esperando por alguma mensagem que desse sentido à sua existência novamente.
Finalmente, a chamada tinha chegado.
Dois brilhos. Um destinado a acordar. O outro significava servir.
Acorde do seu sono. Sirva seu Reino.
Em todos os 5 reinos de Angaria essa mesma visão podia ser vista.
Os olhos do homem queimaram de paixão, quando ele percebeu que chegou a hora de cumprir seu dever.
…
Na sala do trono do Reino Corvo Negro.
O rei estava andando para lá e para cá na frente do enorme Corvo Negro, enquanto o velho estava ao lado com os olhos fechados.
“Alguma palavra ainda?” Ele perguntou novamente, pela 10ª vez desde que voltou ao reino.
Franzindo a testa quando ouviu isso, o velho olhou pela primeira vez para o Corvo atrás do trono com reverência antes de dizer: “Você lhe deu uma semana. Não seja tão impaciente. Ouvimos o que ele disse à elfa. Quem está por atrás dele definitivamente será capaz de descobrir o que precisamos.”
“Mas e se ele não fizer isso?”
Depois de esperar o grito parar de ecoar na sala, o velho respondeu: “Se assim for, então significa apenas que ele estava blefando para os elfos. Essa informação pode ser… vazada.”
Quando um sorriso nefasto apareceu no rosto do velho, o rei suspirou antes de sentar-se no trono.
Chamando um atendente, ele ordenou: “Ative todos os adormecidos em Lanthanor. Quero saber todos os seus movimentos, não importa quem precisamos sacrificar.”
…
Enquanto isso, em uma sala subterrânea no Palácio de Lanthanor.
Cerca de 800 homens ficaram em círculo, observando com espanto uma configuração peculiar no meio da sala.
Uma mesa de 10 metros de comprimento podia ser vista, com mesas de encantamento segurando agulhas como as que Daneel tinha visto no quarto de Ripley anos atrás, colocadas em intervalos regulares.
O rei de Lanthanor estava em uma extremidade da mesa, segurando uma moeda dessas em suas mãos.
“Um simples artefato de comunicação de curto alcance. Vejam.”
Dizendo isso, o rei primeiro foi para a primeira mesa e a ativou, fazendo as agulhas voarem para fora, e começou a gravar na moeda.
Um artefato típico como este levaria 2 horas para ser encantado por um Encantador do 1ª Grau. No entanto, o Rei só passou 20 minutos em uma mesa de gravação antes de se mudar para as outras.
Aqueles na multidão, que tinham estudado encantamento, engasgaram quando viram isso.
Como ele está fazendo isso? Não deveria explodir? Ou pelo menos ser arruinado? O que significava isto?
Muitas dessas perguntas flutuavam em sua cabeça enquanto observavam o rei ir de mesa em mesa, passando 20 minutos em cada.
Finalmente, 3 horas depois, ele ficou em frente ao artefato e se preparou para terminar a etapa final: ativar a gravura.
À medida em que a moeda se tornava quente enquanto Daneel se concentrava nela, muitos não puderam deixar de se abaixar e se virarem, antecipando uma explosão. Afinal, neste passo, se houvesse algo de errado com a gravação, isso definitivamente aconteceria.
No entanto, as mandíbulas da multidão caíram coletivamente enquanto a moeda brilhava um pouco antes de voltar ao normal, indicando que o encantamento tinha sido concluído com sucesso.
“Mas, meu rei, levaram 3 horas para ele ser feito. Não é mais do que o tempo necessário normalmente?”
Foi o chefe do departamento anterior do RnD que perguntou isso.
A resposta do rei o chocou, fazendo-o balançar a cabeça enquanto se perguntava se ele tinha ouvido direito.
“Imagine uma pessoa diferente em cada mesa, fazendo a mesma gravura repetidamente até que eles se tornem tão adeptos a ela que só vai levar 5 minutos para terminá-la em vez de 20. O tempo total de gravação não cairia para 45 minutos? E cada equipe de vocês não seria igual a um Encantador do 1° Grau de nível Pico?”