Usando uma escada secreta que levava diretamente ao seu quarto, a ex-Rainha de Eldinor fez seu caminho até a mansão das catacumbas depois de se certificar de que os três indivíduos haviam se retirado usando saídas localizadas em locais discretos.
O que muitos não sabiam era que esta mansão era propriedade de sua família, antes deles a venderem para se mudar para um lugar maior.
Enquanto caminhava pelas passagens vazias, ela se lembrou de sua infância, que passara crescendo dentro dessas mesmas paredes.
Ao chegar ao seu quarto, um único criado a cumprimentou antes de servir-lhe um jantar simples e sair depois de limpar tudo.
Deitada na cama sozinha, Eldara não pôde deixar de pensar na própria mãe, de quem havia fugido.
Em particular, ela lembrou do ponto específico em que olhou para trás em sua vida e descobriu que toda a sua existência havia sido passada sob a sombra da mulher que a dera à luz.
Ela foi criada para ser a próxima chefe do clã da família, com exposição ao poder e a autoridade desde a tenra idade que a seduziu. No entanto, o desejo de se afastar de sua mãe superou esses sentimentos e a levou a fugir com o elfo que disse que a amava.
Depois de alguns anos felizes juntos nos quais conseguiu se distrair de tudo, empenhando-se de coração na construção de sua família, Eldara percebeu que não era isso que ela queria.
Seu desejo de poder que havia sido pisoteado, engarrafado e escondido ressurgiu com a notícia de que toda a sua família havia sido assassinada em circunstâncias misteriosas, deixando-a como a única herdeira.
Juntando isso ao fato de que as coisas não estavam indo bem na família Dartingnon, Eldara tomou a decisão de perseguir seu desejo: o poder.
Quanto mais ela o obtinha, mais ela queria que ficasse com ela para sempre.
Ela não se importava e nem se preocupava com mais nada; tudo o que ela queria era morrer sabendo que havia vivido sua vida do seu jeito.
No entanto, no final das contas, no momento em que recebeu a notícia sobre a candidatura de sua filha, ela percebeu que havia se espelhado em sua mãe, mesmo sem perceber, durante todos esses anos.
Olhando para trás, ela se perguntou se havia algum arrependimento.
Todas as suas decisões foram tomadas porque ela queria fazer de sua filha uma mulher forte para que ela não tivesse que sofrer e desperdiçar anos de sua vida antes de poder perseguir seu verdadeiro propósito como ela havia feito.
Ainda assim, ela sentiu que esses anos não foram um desperdício completo porque permitiram que ela se tornasse alguém autônomo em vez de estar sob o controle de ferro de sua poderosa família. Na verdade, ela ainda teve que agradecer ao marido porque era possível que ela também fosse assassinada se ficasse com eles.
Assim, ela tomou a decisão de manter o nome de seu marido, “Dartingnon”, em memória dele.
Quanto ao destino dele, ela não quis insistir nesse assunto e mudou os pensamentos para o medo que vira nos olhos da filha quando ergueu a mão para ver o medalhão pela última vez.
Na verdade, ela criou a filha como a mãe o fizera consigo, e a filha reagiu como ela mesma um dia já reagiu.
Ainda assim, ela não tinha a intenção de desistir de nada facilmente. No final, ainda era seu desejo por poder que venceu, e ela deixou bem claro que estava disposta a fazer qualquer coisa para cumpri-lo.
Assim, sorrindo para si mesma na expectativa de vencer novamente as eleições, Eldara adormeceu.
…
Nos arredores do Reino Élfico, perto da borda de um penhasco, uma vista aérea permitia ver os múltiplos depósitos gigantescos ali situados e que armazenavam as reservas do Reino.
De alimentos a recursos essenciais como materiais de energia, esses depósitos eram a reserva que permitiria a Eldinor sobreviver se fossem cercados por todos os lados no penhasco onde sua capital estava localizada.
De fato, a construção desses depósitos foi realizada após uma situação na qual uma nação inimiga conseguiu invadir e cercar o penhasco.
Depois de cortar o fluxo de recursos, eles conseguiram fazer toda a capital quase morrer de fome até que os invasores tiveram que recuar devido à intervenção de uma certa nação, depois que Eldinor pediu favores antigos usando juramentos que foram trocados depois que Eldinor ajudou a nação aliada anteriormente.
A partir de então, não querendo que isso se repetisse, o governo cuidou de manter esse estoque reserva.
Soldados patrulhavam a área 24 horas, 7 dias por semana e ferramentas especiais de vigilância garantiam que cada área estivesse sempre sob o escrutínio de alguém.
Nem todos os depósitos neste local pertenciam ao exército; havia alguns que no final que pertenciam a comerciantes ricos que os haviam comprado a preços exorbitantes.
“Este é o que temos para alugar. Se você fizer o pagamento, podemos transferir suas mercadorias imediatamente.”
Um Elfo idoso com ombros caídos e costas curvadas liderou um grupo de três em direção ao posto de controle do exército, pelo qual todos os visitantes tinham que passar se quisessem entrar na área dos depósitos.
Depois de chegar ao pequeno prédio o homem disse: “Bernard aqui, com meus três convidados agendados que desejam alugar um depósito.”
Ao ouvir isso, o soldado Elfo de plantão primeiro verificou com uma ferramenta antes de usar um objeto em forma de haste para escanear todos os quatro indivíduos.
Depois de garantir que não carregavam nenhuma ferramenta mágica, ele os deixou entrar após obter a aprovação do comandante de plantão.
Com um soldado seguindo-os, os quatro indivíduos entraram em um depósito que não estava sob vigilância. Compartilhando o mesmo muro que aquele que continha reservas, estava ao alcance de todos os soldados que patrulhava a área, mas não tinha segurança particularmente designada, pois era propriedade privada.
Claro, estar nessa área era segurança suficiente. Usando seu sangue para desenhar um símbolo, o velho Elfo conduziu o grupo para dentro.
A escuridão absoluta os saudou, mas logo foi afugentada após o velho Elfo acender uma tocha que estava na parede.
No entanto, se ele tivesse conseguido acendê-lo apenas alguns segundos antes, ele teria visto uma figura aparecer magicamente ao lado de um dos indivíduos antes de pegar rapidamente uma pequena bolsa de seu gêmeo idêntico.
Depois de fazer isso, ele fugiu para a escuridão sem ser percebido, pois a tocha iluminava apenas uma pequena parte do aposento.
Após essa ocorrência, as ações de um dos indivíduos tornaram-se robóticas e rígidas, mas isso felizmente não chamou muita atenção porque o indivíduo estava agindo assim desde que chegou ao local, o que fazia parecer que era, provavelmente, algum tipo de lesão.
Assim, enquanto o velho Elfo conversou com Olfax, que estava em sua identidade do rico investidor da Voz de Eldinor, o clone de Daneel se esgueirou para um canto da parede conforme as instruções de Eldra.
Com o fato de que a quantidade de comida e recursos deveriam ser mantidos em segredo, arquivos confidenciais também eram guardados nos depósitos. Assim, nenhuma ferramenta mágica era permitida dentro dos depósitos; toda a vigilância era apenas do lado de fora.
Aparentemente, isso foi implementado depois que uma ferramenta do governo foi substituída por uma nação inimiga para obter informações cruciais. Desde então, o interior dos aposentos foi cercado por uma formação que não permitia que nenhuma ferramenta fosse ativada em seu interior.
Embora isso fosse muito caro, permitiu que os Elfos tivessem um controle de ferro sob a área.
Depois de chegar a uma parede, Daneel inseriu uma chave em uma ranhura imperceptível a olho nu.
Quando uma porta se abriu sem o menor ruído, ele cuidadosamente entrou e encontrou a visão de mais de cem pequenos corpos, amontoados de medo, enquanto apertavam os olhinhos na escuridão para ver quem havia entrado.
😱😭 que triste