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World Domination System – Capítulo 184

Pesar

A imagem assombrosa dos cadáveres flutuando no ar permaneceu na tela por alguns segundos antes que o olho de comunicação fosse esmagado, cortando a transmissão e permitindo que todos parados na sala de situação se lembrassem de respirar.

Para Daneel, era como se sua vida em Angaria até então tivesse sido uma navegação em mares turbulentos. No entanto, de repente, ele sentiu como se tivesse batido em pedras que perfuraram seu barco e o mergulharam na escuridão gelada do oceano.

Desde o momento em que assumiu o trono houve muitas situações que o deixaram sem palavras.

Esta, contudo, superou todas as outras.

Desde que voltou de Eldinor, Daneel vinha realizando seus planos sem problemas. Tudo estava indo tão bem que ele pensou que tinha todas as coisas sob controle.

Esse momento foi um rude despertar que o acertou em cheio na cara.

Na verdade, só porque ele teve uma vitória não significava que o resto do mundo se curvaria e seguiria obedientemente aos seus planos.

Variáveis sempre existiriam e parecia que ele havia encontrado uma que o atraiu, antes de provocá-lo propositalmente.

Os responsáveis por esse ato cruel se mostraram a um dos espiões antes de executar todo esse teatro.

Embora seu objetivo ainda não fosse claro, sua posição já havia sido marcada aos olhos de todos na sala.

Ao cometer um ato contra um país soberano em uma zona neutra, a facção essencialmente desafiou Lanthanor.

Toda a satisfação por suas conquistas havia desaparecido, substituída pelas expressões no rosto dos espiões, parte de seu povo, pessoas de Lanthanor, que haviam ido, por ordem dele, investigar a Zona Proibida.

Como ele poderia enfrentar suas famílias? O que ele diria quando perguntassem porquê seus filhos e filhas não podiam voltar para casa?

Ele poderia dar a desculpa que foram vítimas de um ataque inesperado?

NÃO! ELE era o culpado!

Quando os que estavam na sala de situação viram o Rei de Lanthanor sentar-se à mesa e beber vinho pela primeira vez em sua vida, eles suspiraram ao perceber que havia chegado um dos testes mais importantes para um soberano: o batismo da morte.

Como aqueles que estavam na liderança, todo e qualquer governante era responsável pelas vidas e mortes de todos aqueles sob o seu comando. Como tal, situações como estas, em que circunstâncias inesperadas levam à morte de soldados ou cidadãos, eram bastante comuns.

Diferentes governantes enfrentaram o batismo de maneiras diferentes. Aqueles que já haviam sido expostos à morte eram capazes de não serem afetados de forma alguma, enquanto aqueles que eram novos na liderança teriam uma atitude completamente indiferente ou de devastação.

O Rei de Lanthanor estava passando pelo último. Ao longo de seu breve governo até agora, nenhuma de suas ordens causou diretamente a morte de seus cidadãos.

Olhando para toda a situação, de qualquer perspectiva, foi realmente bastante impressionante que ele não tivesse causado mortes até aquele momento.

No entanto, como o batismo ocorreu abruptamente, aparentemente atingiu o Rei de Lanthanor como um caminhão.

Na verdade, embora Daneel tivesse passado por muitas experiências de vida e morte, ele nunca se sentira assim.

A culpa esmagadora de enfrentar as famílias daqueles que morreram o afetou de tal forma que respirar era tudo o que ele poderia fazer naquele momento.

Sempre foi óbvio que esse dia chegaria. Como alguém que havia andado por um oceano de cadáveres em sua visão, Daneel sabia que essa era apenas a ponta do iceberg das cenas assombrosas que ele teria que ver.

Entre essas cenas era bastante natural que algumas pudessem ser devidos a seus erros ou circunstâncias imprevisíveis que pudessem resultar na morte de lanthanorianos.

Assim, ele vinha se preparando mentalmente para esta provação há muito tempo.

Entretanto, quando realmente aconteceu, ele percebeu que tinha sido tolice pensar que qualquer preparação mental poderia ajudar a minimizar a carga emocional.

Não era sobre as mortes, Daneel observara com firmeza enquanto vários nobres eram sufocados até a morte sob suas ordens.

Mais do que tudo, era o arrependimento de que ele poderia tê-los salvado se tivesse dado a ordem de recuar antes.

Enquanto isso, Luther, Kellor, Faxul e Robert já haviam se sentado à mesa.

Como militares, tal provação não era novidade para Luther, Kellor ou Robert. Embora isso os deixasse furiosos, eles ainda poderiam controlar suas emoções sem desmoronar como o Rei de Lanthanor.

Quanto a Faxul sua infância fez com que seu batismo ocorresse antes de qualquer outra pessoa na sala.

Embora Robert desejasse ajudar seu filho, ele sabia que esse era um obstáculo que deveria ser superado por cada pessoa à sua maneira.

Comandantes e governantes tinham mecanismos de defesa que serviam para diminuir a culpa agindo sobre eles. Para Robert, foi a sua escolha em ajudar os novatos e aumentar suas chances de sobreviver no campo de batalha e na vida.

Da mesma forma, seu filho tinha que encontrar algo que pudesse distraí-lo da culpa que só aumentaria com o tempo.

Esperando que ele não tivesse que procurar o mecanismo por muito tempo, ele derramou vinho em todos os copos colocados sobre a mesa.

Depois de fazer isso, os quatro levantaram os copos no ar com o Rei ainda sem responder às suas ações.

“Para Lucas, Ira, Gover, Christopher, Lucio, Marlin, Titus e Dorian. Lanthanor nunca esquecerá seu sacrifício final, e rezamos para que vocês encontrem a paz na vida após a morte.”

Com a tradicional oração para aqueles que tombaram em combate, os quatro beberam seus copos de um gole só, sentindo o líquido picante descer pela garganta.

Como se os nomes tivessem quebrado o feitiço sobre Daneel, o Rei de Lanthanor estendeu a mão e bebeu o vinho antes de gesticular pedindo mais.

Com os olhos vermelhos e corações pesados, as pessoas encarregadas de governar Lanthanor passaram o dia inteiro bebendo sem parar antes de cair nas próprias camas e adormecer em um sono agitado, cheio de cadáveres flutuantes e folhas murchas.

Enquanto isso, na Seita Folha Fulminante, que permaneceu escondida por séculos em Angaria Central.

A grande sala em que o príncipe fugitivo de Lanthanor teve uma reunião com o Mestre da Seita estava atualmente cheia de figuras, todas vestindo túnicas semelhantes às usadas pelo Vice-Mestre da Seita Folha Fulminante quando esteve em Lanthanor.

Parecendo tecidos da própria natureza, os mantos deram aos indivíduos a aparência de quem está em paz consigo e com o mundo.

“É hora de Matar.”

Quando essas palavras foram ditas pelo Mestre da Seita, as expressões calmas dos indivíduos presentes se transformaram em uma de fúria desenfreada enquanto seus rostos ficavam vermelhos de raiva.

Ao lado do Mestre da Seita, em um assento um degrau abaixo do líder, o ex-príncipe de Lanthanor podia ser visto sentado com as pernas cruzadas.

Olhando ao redor da sala, ele lutou contra o impulso que nascia nele de se comportar da mesma forma que os demais.

Em meio aos rosnados de raiva, um mensageiro entrou e entregou respeitosamente um pergaminho ao líder da Seita.

Lendo-o, ele falou em um volume que só era audível para o príncipe mais velho.

“A isca foi um sucesso. Os espiões de Lanthanor ainda estão pendurados na árvore a sudoeste de nossa localização e foi garantido que o Rei, de quem você tanto se ressente, está ciente sobre o que aconteceu. A mensagem também foi entregue. Tudo o que resta é esperar pela resposta dele.”

Sem dizer uma palavra, o príncipe mais velho se levantou e curvou respeitosamente ao Líder da Seita.

Dirigindo-se à porta, ele saiu rapidamente da sala, receoso de também ser afetado pela atmosfera de violência e crueldade que surgiu desde o momento em que o Líder da Seita disse a palavra “Matar”.

Correndo para o seu quarto, o príncipe mais velho tirou o seu manto antes de cair no chão e pegar uma Gema Ker que estava perto.

Começando a absorção e finalmente relaxando, o príncipe mais velho respirou fundo antes de se sentar.

Se alguém estivesse no quarto, ficaria chocado ao ver que no peito do príncipe mais velho, no ponto acima do coração, um rosto, cujas feições ainda não estavam claras, estava surgindo.

A única coisa que podia ser entendida foi que, a cada vez que o príncipe mais velho absorvia uma Gema Ker, era como se o rosto ficasse mais nítido, como se um artista invisível estivesse usando seu pincel para dar vida a esse rosto, que não se parecia com nenhuma das espécies que Daniel vira até então.


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