Alguns minutos atrás.
O rei era realmente o mais confuso, já que Daneel, que estava na forma de Varanel, caminhou até a barreira e anunciou que foi ele que tinha divulgado o segredo do artefato para seus inimigos.
Varanel era apenas um pirralho covarde, cujo talento era fugir o mais rápido quando estava em uma situação perigosa. Laravel era um caso diferente. Ele sempre foi astuto, então o fato de ter escolhido ajudar o inimigo depois de ser influenciado por seu pai era pelo menos algo acreditável.
Quando o Rei olhou para trás, expressão no rosto do Mago da Corte que revelou tudo.
O Rei sabia muito bem que o Mago da Corte era alguém que não gostava do seu reinado. No entanto, ele era obrigado pelo juramento mágico de nunca desobedecer às ordens do Rei.
Juramentos mágicos eram algo que poderia ser dado a uma pessoa ou a objetos especiais conhecidos como pedras de juramento. Os reinos geralmente usavam este último, principalmente devido ao fato de que juramentos mágicos estavam relacionados com a alma. Um juramento era como uma corda amarrada firmemente à alma. Muitas cordas fariam a alma quebrar, resultando em morte permanente.
Assim, era péssimo ter pessoas importantes repetidamente jurando no caso de o Rei mudar em um Reino. A melhor coisa a fazer era usar uma pedra de juramento com a qual o Rei poderia fazer o juramento.
Na verdade, o Rei teve que ameaçar Kellor usando a pedra de juramento quando tomou a decisão de aceitar a oferta da seita. Kellor era mortalmente contra isso, mesmo indo longe a ponto de quase se matar em vez de ceder. No entanto, no último momento, concordou e cedeu ao Rei como se agarrasse a algum último fio de esperança.
Este incidente também serviu para reafirmar a suspeita do Rei de que Kellor estava tramando algo por baixo dos panos. A suspeita havia surgido há muito tempo devido a algumas ações do Mago da Corte, e desde então, mandou o Grande Mago da Corte ficar de olho nele.
Neste momento, a expressão do Mago da Corte era de medo quando viu Varanel caminhar até a barreira.
Medo de perder aquela coisa com a qual parecia estar se agarrando à sua vida.
Esta expressão fez tudo se organizar na mente do Rei.
A entrada de Daneel no palácio.
Sua aparente passividade até agora.
A entrada de Varanel na sala graças ao Mago da Corte.
Varanel caminhando até a barreira e admitindo que era o traidor.
Quando coisas completamente ilógicas aconteciam, geralmente era por causa de uma variável que era negligenciada. Nesta situação, Daneel era essa variável.
Toda a mente do Rei estava focada em vingança. Ele sabia que sua morte já estava determinada, seja nas mãos do Vice-Mestre da Seita ou das forças lá fora. Era tarde demais esperar para escapar agora.
Assim, decidiu resolver seu último arrependimento, pois essa era a melhor coisa a seguir. Na vida, fez tudo o que podia para aumentar sua longevidade. Agora, com a morte já definida, esse desejo tinha mudado, e ele faria qualquer coisa que pudesse para realizar seu último desejo.
As palavras do Vice-Mestre da Seita deixaram bem claro que Daneel tinha que chegar ao coração do dragão. Naquele momento, o Rei estava realmente muito perto de Daneel.
Assim, sem hesitação, correu em direção a Daneel.
Seu rosto tinha uma expressão maníaca de alguém tão desesperado por vingança a ponto de apoiar alguém que chamou de formiga antes. A humilhação e a raiva de ajudar um plebeu potencialmente a assumir o trono não era nada comparada com o desejo ardente dentro dele de ver o Vice-Mestre da Seita ser derrotado.
O orgulho de um Rei não era algo a ser subestimado, mesmo que fosse um Rei que pudesse sacrificar muitas pessoas se isso lhe desse mais tempo de vida. Esse orgulho que havia sido despertado pelas ações do Vice-Mestre da Seita resultou em uma teimosia de ver seu inimigo perder, não importa o custo para si mesmo.
Assim, foi sua mão que atingiu as costas de Daneel e o empurrou para a frente, levando o golpe em seu lugar.
Como Rei, ele tinha a melhor barreira pessoal de todo o Reino.
Embora o protegesse da maior parte do ataque, o impacto de atingir a barreira a tal velocidade resultou em lesões internas que certamente o matariam se não fosse curado em pouco tempo. Afinal, ele estava apenas no auge do Humano Exaltado que ainda não podia controlar seu corpo e realizar primeiros socorros em si mesmo como aqueles no nível Guerreiro.
No entanto, quando caiu no chão, apenas um olhar louco de satisfação era exibido enquanto se sentia insanamente feliz ao ver a expressão consternada no rosto do Vice-Mestre.
Naquele exato momento, o Rei caiu para trás quando a barreira que sustentava suas costas tinha desaparecido.
Do lado de fora do palácio, surgiram duas enormes garras de dragão que pegaram o homem barrigudo da igreja e o homem de manto negro da Sociedade TriCobra em um instante. As garras eram tão realistas que muitas pessoas assistindo em frente aos portões do palácio ficaram confusas enquanto esfregavam os olhos para ver onde o resto da criatura estava.
Na verdade, muitos deles nem sabiam que era um dragão lendário que era o ser que tinha uma garra tão magnífica.
Quatro lanças maciças de osso foram anexadas à pele escamosa vermelha que brilhava à luz do sol. As escamas hexagonais tinham uma beleza que brilhava como se estivessem polidas, enquanto pequenas listras pretas pulsavam através das escamas que resultaram na garra parecendo sedutora e mortal ao mesmo tempo.
Quando o homem gordo testemunhou a garra se aproximar e envolvê-lo na escuridão em uma fração de segundo, o pânico apareceu em seu rosto quando percebeu que tudo tinha dado errado.
Até mesmo o homem de manto preto só podia se agarrar em torno da escuridão absoluta que a garra tinha colocado. Ambos usaram um feitiço de bola de fogo para lançar alguma luz ao seu redor, a grandeza de uma raça que uma vez ficou em cima de todos os habitantes do mundo os fez se acovardar em medo instintivo. Cada uma das escamas brilhavam com uma luz assassina que ameaçava limpá-los da face da terra se eles sequer pensassem em resistir.
As garras também produziram automaticamente um bloqueio no espaço na área ao seu redor, impedindo que ambos escapassem. Assim, tudo o que os dois podiam fazer era ficar em pé morrendo de medo, esperando que a garra não fechasse e os destruísse.
Uma terceira garra apareceu na sala que guardava o coração do dragão. À medida que ela surgia e engolia o Vice-Mestre da Seita para prendê-lo dentro de si, as mandíbulas daqueles que observavam caíram enquanto tentavam lidar com o grande número de altos e baixos que estavam testemunhando.
Com um sorriso triunfante, Daneel levantou-se de onde tinha caído. Olhando ao redor, seu olhar caiu sobre o Rei que tinha sido jogado longe devido ao último feixe de luz.
Daneel ficou tão surpreso quanto todos os outros, que estavam de bocas abertas uma vez que viram o Rei egoísta saltar para a frente e salvar Daneel do ataque do Vice-Mestre da Seita.
Embora Daneel soubesse que era impossível devido aos juramentos que tinha feito, ele ainda tinha pensado naquele momento que foi Kellor que o ajudou. Nunca em seus sonhos mais loucos esperava que seu inimigo jurado salvasse sua vida.
Embora as emoções conflitantes começassem a surgir em sua cabeça, ele usou o artefato de comunicação no bolso para enviar ordens para a Unidade de Dominação localizada ao redor da cidade.
Ao redor de Lanthanor, multidões de pessoas olharam nos painéis que tinham aparecido perto deles nas mãos da Unidade de Dominação. Os painéis mostraram a imagem da câmara do Rei em ruínas junto de Daneel, que já mudou a imagem de volta para si mesmo em frente a um enorme coração do dragão depois de colocar um artefato que parecia um globo ocular voador à sua frente.
Passo 1: Adquirir o controle da Formação Coração de Dragão tinha sido concluído com sucesso.
Era hora de começar o espetáculo para o segundo passo:
Tome o controle do Reino dando ao povo o que desejavam e rezavam.
