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Apocalypse Hunter – Capítulo 22

Cavaalma (2)

Cavaalma foi construída para lidar com inimigos que eram imunes a ataques físicos. Para monstros comuns, era uma espada comum, mas para monstros tipo espectros, era muito efetiva por causa do poder de exorcismo estava concentrado na espada. A flauta do espírito do mal era usada para atordoar os espectros, e Cavaalma acabava o serviço. Usando os dois simples passos, ele acabou com muitos espectros.

*Pfffff!*

Com um único golpe, o ectoplasma de baixo nível se dissolveu em fumaça parecido com uma lesma que tocou sal.

*Fff!*

O volume do ectoplasma diminuiu, mas este ainda não tinha morrido. Zin olhou para a espada escura em sua mão com um sorriso amargo.

— Você deve ter envelhecido como eu.

A Cavaalma usada para caçar grandes espectros, os transformando em uma pilha de cinzas, envelheceu com o caçador. Zin percebeu que seu poder havia diminuído com o tempo já que a espada era incapaz de acabar com ectoplasma de baixo nível com um único golpe.

A espada que uma vez se alimentou de sangue de malignos pode ter esquecido o gosto dos mesmos. E, dessa forma, pode ter perdido seu poder de destruir espíritos malignos.

— Kyaaaah!

Mais uma vez, o ectoplasma avançou em direção à Zin, que, então, levantou a Cavaalma em sua mão direita. Zin estava velho, e seu amuleto estava ficando velho também.

Zin era um caçador velho que prolongava sua vida usando lascas.

Cavaalma era um amuleto velho que perdeu seu poder de destruir espíritos. Zin era um tigre velho com dentes fracos. Entretanto…

*Thunk!*

— Kyaaarrrrg!

Mesmo um tigre velho e fraco ainda tinha suas garras.

*Thud!*

— Krrrrrraah!

O velho tigre não lamentou a perda de seus dentes, mas lutou de volta com suas garras restantes.

*Thunk!*

Se não haviam garras para acabar instantaneamente com o inimigo, as garras estavam lá para rasgá-lo em pedaços.

*Wham!* *Wham!* *Wham!*

Zin cortou o ectoplasma avançando com sua Cavaalma repetidamente. Ele continuou a avançar  e atacar quando este recuou de dor.

Um caçador só precisava matar seu inimigo a todo custo.

— Phew…

*Pfffffff!*

O ectoplasma emitiu fumaça branca e, logo, se transformou em uma pilha de cinzas.

Uma vez guerreiro, sempre guerreiro.

Um tigre velho ainda era um tigre, e uma espada velha ainda era afiada.

Especialmente Zin que continuamente caçava monstros, ele não perderia para um espectro de baixo nível.

Depois de acabar com o espectro, Zin guardou a Cavaalma em sua bolsa, e extraiu as lascas da pilha de cinzas.

— Acabou?

— Sim.

Leona se sentiu abalada quando viu que o ectoplasma vaporizado tinha cristalizado em uma lasca azul. E Charl estava abalado também. Eles claramente lembravam como Zin balançou aquela espada como um demônio.

— Como…

Era inacreditável ele ter destruído um espectro com uma espada.

— Espectros não são difíceis de se lutar se você tiver um plano de ataque.

Seria problemático lutar contra um inimigo sem saber suas fraquezas. Explorar as fraquezas do inimigo tornaria a luta muito mais simples. A maior arma do espectro era o terror que ele invocava, e terror fazia com que as pessoas perdessem a vontade de lutar. Não havia razão para temer contanto que se tivesse vontade de lutar.

Entretanto, esse fato só se aplicava a Zin.

A maioria das pessoas entraria em pânico assim que notassem que suas armas de fogo ou armas brancas não inflingiam dano. Monstros tipo espectros raramente apareciam ao ponto onde uma fortaleza inteira entraria em alerta vermelho se um espectro aparecesse. E lutar contra um não era moleza também. Todas as armas de fogo na fortaleza seriam inúteis, e forças especialmente treinadas teriam que se armar com armas especiais para lutar contra monstros tipo espectros.

O fato que um monstro era imune a ataques físicos significava que qualquer defesa física era inútil. Dessa forma, Charl não conseguia acreditar que uma única flauta e espada foi todo o necessário para acabar com o ectoplasma.

E mais do que tudo, ele ficou maravilhado com a calma de Zin.

— Por que entraram em pânico? Mesmo sem um amuleto, se você souber um pouquinho de magia, você consegue lutar contra espectros.

— Mágoa, como alguém pode lutar contra um espectro com aquela besteira…

Charl começou a falar e parou quando se lembrou de Zin acabando com o ectoplasma com uma espada. Zin acabou com a extração, olhou para Charl e disse:

— É falta de educação julgar áreas que você não é familiar.

— … Desculpe-me.

— É raro para alguém usar magia que é eficaz. A maioria dos magos estão enfiados em cerimônias sem sentido.

— Então, o que você está me dizendo?

Conforme Zin provocava Charl, ele respondeu com frustração.

— Eu só queria te falar que pode existir um de verdade entre os muitos falsos.

— Pft…

Depois que Zin extraiu as lascas do ectoplasma, ele pegou a pá.

— Se os vagabundos já estão se movendo, nós não podemos ficar aqui por muito tempo.

Zin murmurou e começou a cavar. Leona ainda estava em choque de ter encontrado um espectro pela primeira vez.

— Ugh, tão assustador.

Ainda tremendo com a experiência, Leona se aproximou de Zin e se sentou. Ela tinha uma crença forte de que o assento perto de Zin era o lugar mais seguro no mundo.

— Leona, eu estou mais assustado em ouvir você dizer que ficou com medo ao ver um espectro.

Charl lentamente foi até Zin e falou com ela. A pistola a laser dele era superior as armas de fogo de Zin.

— Por que?

— Alguns soldados desmaiam quando encontram espectros.

— Os soldados desmaiam?

— Sim… um pouco humilhante, mas tanto faz.

Charl ficou embaraçado, parou de falar, e, então, sorriu. Leona olhou para Charl estranhamente, mas sorriu logo depois.

— Soldados com medo de espectros? Eles não são crianças, né?

Leona estalou sua língua e pensou que isso era patético. Charl queria refutar, mas não pode já que ele queria que os soldados Armígero pudessem ser tão calmos quanto Leona.

Foi Zin que na verdade objetou.

— Você é a estranha aqui.

— O que? Eu?

— A presença de espectros fazem as pessoas entrarem em pânico. Afeta a mente das pessoas. Quem não está acostumado a vê-los começa a perder a cabeça…

— Pânico?

— Sim, eles começam a atirar em seus próprios companheiros, começam a fugir, avançar em direção ao espectro, ou desmaiam.

— O que? Eles começam a atirar em seus próprios companheiros? Isso não é loucura?

O medo do espectro não era por causa de sua força, mas sim no pânico e no caos. Sem fazer nada, espectros conseguiam quebrar um grupo de soldados armados ao fazerem eles entrarem em pânico.

Charl respondeu Leona:

— Espectros fazem pessoas ficarem loucas.

— Bom, isso é idiota…

Zin não sentiu terror porque ele estava acostumado a vê-los, e Charl se sentiu chocado e perdeu a compostura quando a pistola laser foi inútil. E, embora Leona tenha gritado “espectro”, ela não entrou em pânico.

Charl sabia do poder dos espectros, e lentamente assentiu.

— Eu estou bem certo que seus nervos são feitos de aço.

— Isso é um elogio?

— De um jeito, sim.

Leona sorriu, e Zin continuou a cavar.

Charl percebeu que viajar pela selva não era fácil. Ele se sentiu nervoso quando percebeu que suas armas não eram eficazes contra os monstros na região da Coreia-Antiga.

Entretanto, Leona que não tinha nada a provar olhou para Zin sem medo. E seu destemor não veio da crença que Zin a protegeria. Charl sentiu que Leona não ficaria com medo mesmo se estivesse sozinha. E ele também sabia que nem todo mundo na selva era como ela.

A maioria das pessoas tinham medo e evitavam soldados Armígero se eles os avistassem de longe.

E Salteadores geralmente evitavam Armígeros também a menos que eles fossem extremamente loucos.

Entretanto, Leona não demonstrou medo quando conheceu Charl pela primeira vez. Ela estava curiosa e cautelosa ao ver um estranho.

Quando Zin tirou a caixa de aço, o sol se pôs e o Ponto Ardente ficou um breu. Charl olhou para as ogivas guardadas na caixa e assentiu.

— Apesar de nem todas estarem na caixa, essas são as armas roubadas com certeza. Eles devem ter usado elas. — Charl checou as armas restantes e assentiu com sua cabeça.

— Obrigado, caçador… eu sei que você provavelmente ia guardar as armas para você mesmo, mas está tudo bem.

Apesar de Zin roubar as armas que os Salteadores roubaram do Armígero, não era incomum para Charl pagar a recompensa. Os Armígeros podem ser um grupo cruel, mas eles honravam contratos muito bem.

— Eu não vou pegar de volta as ogivas que você possa ter com você. Pense nisso como um bônus pelo pedido, posso deixar elas de lado.

Charl não sabia quantas Zin tinha pego, mas já que ele recuperou uma grande quantidade delas, ele não pediu para Zin devolvê-las.

— Eu não tinha intenção de devolvê-las, mas eu vou ficar com elas alegremente como você disse.

— Só por curiosidade, você fala desse jeito pretensioso de propósito?

— Você pode pensar nisso como um velho bancando o fofo.

Zin riu com um olhar sério, e Charl suspirou.

— Hah… Bem, vou deixar você ficar com as ogivas de pressão-térmica, mas preciso que você entenda que esta conversa precisa permanecer em segredo. Se um problema acontecer por causa das ogivas, nada de bom vai acontecer com você ou comigo.

— Eu vou guardar segredo.

Charl entregou a Zin as 1.500 lascas prometidas, mais 100 lascas pela batalha que aconteceu por causa da falta de cuidado dele. Zin dividiu as 1.500 lascas com Leona conforme o acordo deles. Mas Leona balançou sua cabeça.

— Você fica com elas, moço. Eu não quero carregar lascas sem uma caixa de lasca.

— … Você está certa sobre isso?

— Prometa que vai me dar elas depois.

— Eu vou.

A porção devida a Leona era uma grande quantidade de lascas para ela carregar por aí. Leona não sentiu suspeita de Zin guardar todas as lascas, e ele se sentiu desconfortável com o comportamento dela. Independente de seu comportamento inquieto, Zin guardou as lascas em sua caixa de lasca.

Sem olhar para suas lascas sendo despejadas na caixa de lasca, Leona olhou para Charl e perguntou:

— Então, eu ouvi que você é um cabo?

— Cabo… eu sou um tenente… Hmm, hmm! Sim. Eu sou tratado como um cabo. — Charl coçou sua cabeça em aflição.

— Os Armígeros deve ser um grupo rico! Como então um cabo iria carregar tantas lascas.

Zin respondeu a pergunta dela.

— Os Armígeros é a organização que possui a maior quantidade de lascas em mãos. Nada novo sobre isso.

— Hahah… — Charl riu estranhamente, e Zin encarou ele enquanto adicionava:

— Claro, eles parecem usar tantas lascas de maneira efetiva. E estou bem com isso contanto que eu ganhe minha parte delas.

Charl estava levemente surpreso com as palavras de Zin, mas ele parecia acreditar que tudo estava bom contanto que ele recebesse a recompensa exata prometida. O pedido estava completo, e todos estavam livres para irem em seus próprios caminhos separados.

— Agora, quais são seus planos? Se você for para o norte em direção à Shera, estou disposto a ir contigo.

Para Zin, não havia problema e ir junto como um oficial Armígero como um aliado, e ele tinha comida com ele.

— Eu preciso parar na fortaleza do PCMS, então eu vou na mesma direção. Se um caçador vai comigo, isso é bom. E, claro, não há recompensa por ir junto.

— Ah. Que pena.

Zin falou como se fosse uma pena, mas ele não parecia não se importar.

Charl gravou as coordenadas e enterrou a caixa de aço. Ele estava planejando enviar uma unidade de transporte assim que ele chegasse no PCMS a fim de recuperar as ogivas.

— Hah… então agora nós voltamos. — Leona ficou puta agora que ela tinha que voltar para Shera.

— Você só viajou o mesmo caminho duas vezes, mas essa é a sexta vez para mim.

— …

— Então, pare de reclamar.

Zin foi o primeiro chegar no Ponto Ardente, e partiu depois de completar o pedido inicial pela segunda vez, voltou pela terceira vez, partiu pela quarta vez com Leona, voltou de Shera pela quinta vez, e agora ele estava pronto para partir pela sexta vez.

Zin não estava animado de voltar para o Ponto Ardente. Leona continuou fazendo beicinho e reclamando para Zin.

— Bom… eu estou expressando minha frustrações sobre coisas que me frustram. Não posso ao menos me expressar?

— Você tem um dom para irritar outras pessoas, então é melhor você continuar quieta.

— Você não é diferente nesse sentido, moço. Você não é exatamente como eu?

Com as palavras de Leona, Zin sorriu e respondeu:

— Acho que você me disse antes que pessoas odeiam quem se parece com elas.

— … Ah, ah. Eu te odeio…

Diferente de Leona, Zin irritava outras pessoas com sua voz calma, e era bem efetivo. E Zin era um pouco melhor que Leona nisso.


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