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Damn Reincarnation – Capítulo 54

Dezenove Anos (1)

Este era o verão do décimo nono ano de Eugene.

Embora o clima lá fora estivesse quente e úmido, o interior de Acryon parecia confortável.

O cabelo desgrenhado de Eugene foi deixado amarrado casualmente. Embora o interior de Acryon estivesse repleto de feitiços usados ​​para garantir várias conveniências, como purificação do ar e controle de temperatura, Eugene era o único que podia ser visto vestindo um manto forrado de pele nesse calor sufocante.

Ele não tinha nenhuma razão específica para isso. Era apenas confortável. Ao contrário de sua aparência pesada, o Manto das Trevas mal pesava algo.

Embora esse fato já fosse óbvio, a magia realmente era conveniente.

Mesmo o pequeno peso que Eugene sentia não era suficiente para sobrecarregá-lo. Desde que vinha fazendo seu treinamento diário enquanto amarrava sacos de areia pesados ​​em seu corpo desde os dez anos de idade, não havia como o peso desse manto fazer com que ele se sentisse desconfortável.

Também não estava quente. A capa ressoava com os sistemas sensoriais de seu usuário e monitorava constantemente as temperaturas internas e externas, garantindo o conforto de seu usuário em qualquer situação. Isso por si só já era conveniente o suficiente, mas o que Eugene mais apreciava era definitivamente os encantamentos espaciais imbuídos no manto.

E entre estes, ele obteve o maior uso do subespaço.

Enquanto girava uma caneta em seu dedo, Eugene olhou para sua mesa. Ele estava olhando para uma tese que havia começado a escrever algumas horas antes. Quando voltou a si, tinha várias páginas cheias de escrita. Eugene as pegou grosseiramente e as jogou dentro de seu manto, depois tirou mais algumas folhas de papel em branco.

— Não está quase na hora de comer alguma coisa?

Esta pergunta veio de Mer, que estava sentada em frente a ele. Suas pernas balançavam preguiçosamente enquanto se sentava em uma cadeira alta demais para ela, e ambas as mãos estavam em concha sob o queixo.

Eugene deu uma desculpa:

— Eu comi muito, antes de vir para cá.

Mas Mer percebeu:

— O que está dizendo de repente? Você sempre come muito. Então ainda não está com fome?

— Estou com um pouco de fome. — Admitiu Eugene: — Mas se eu for agora, vou perder o foco, então não posso comer ainda.

— Mentiroso. — Pensou Mer enquanto dava uma pequena bufada e inflava as bochechas. Ele dizer que perderia o foco era ridículo. Ela estava cuidando de Eugene há dois anos, e Mer nunca tinha visto Eugene perder o foco.

— Você não está sendo muito apressado? —  Mer perguntou a ele.

— Eu realmente acho que não. — Respondeu Eugene.

— Agora que chegou a hora de escrever sua tese, é mais um motivo para não se apressar. Você deve escrevê-la com calma e devagar para não cometer pequenos erros… — Mer tentou pensar em outros argumentos: — Hum… Então, de qualquer forma, é por isso que é melhor escrever com cuidado, entendeu?

— Não estou apressado e estou escrevendo com calma. Embora eu não tenha certeza de escrever devagar. Estou revisando minha tese constantemente e, pelo menos, aos meus olhos, ainda não vi nenhum erro. Isso deve significar que estou escrevendo com cuidado. — Respondeu Eugene enquanto continuava girando a caneta em círculos.

Mer não ficou muito satisfeita com essa resposta e, após uma pequena pausa, continuou falando.

— Estou falando apenas de magos normais, mas não costumam levar várias décadas apenas para concluir uma tese que resume sua magia?

— A quantidade de tempo que passei aprendendo magia é muito menor do que algumas décadas.

— Isso é ainda mais motivo para pensar que você está sendo arrogante demais ao escrever sua tese tão cedo! Em vez de fazer algo tão precipitado, deveria mergulhar na magia pelos próximos dez anos… — Mer parou, ainda protestando.

— Parece que nossa pequena Mer está se sentindo muito tímida. — Eugene sorriu enquanto olhava para Mer.

Com isso, as sobrancelhas de Mer franziram como se estivessem enojadas, e ela ergueu os dois punhos cerrados em direção a Eugene.

— Já não lhe disse muitas vezes para parar de passar dos limites? — Mer exigiu.

Eugene negou a acusação: — Mas não acho que passei de nenhum limite.

— Estou falando do que você disse: ‘nossa pequena Mer!’ Já disse para você não me chamar assim. Sou duzentos anos mais velha que você, Sir Eugene.

— Então parece que nossa vovó Mer é bem tímida.

— Quer morrer?

Os ombros de Mer pareciam estar arfando de raiva. Mas mesmo assim, Eugene não sentiu nenhuma intenção assassina fluindo em seu caminho. Já que tinha sido provocada assim por dois anos, parecia que Mer tinha se acostumado com isso. Além disso, ambos sabiam que Mer não estava falando sério ao dizer isso e realmente não odiava quando Eugene a tratava assim.

Era estranho, novo e nostálgico. Entre todos os magos que receberam permissão para entrar em Acryon ao longo dessas centenas de anos, nenhum deles tratou Mer como uma criança. Embora alguns tolos ocasionalmente quisessem dissecar Mer e a Bruxaria sob o pretexto tolo de fazer pesquisas, a maioria dos magos mantinha uma certa distância de Mer, tornando difícil para ela falar com eles.

Eles não tinham escolha a não ser tratar Mer dessa maneira. Mer era uma familiar que havia sido criada pessoalmente pela Sábia Sienna, e baseada em uma versão infantil dela mesma. Ela também servia como a inteligência artificial da Bruxaria, o maior grimório de toda a história da magia. Mesmo que eles já o tivessem dissecado uma vez, todos os magos que experimentaram o conteúdo da Bruxaria ficaram maravilhados com Mer.

No entanto, Eugene não era assim.

Não havia razão para ele seguir essa tendência. Respeito pela Sábia Sienna? Embora ele pudesse admitir que ela era uma grande maga, para Eugene, Sienna era apenas Sienna.

Eugene foi direto ao ponto:

— Você odeia que eu esteja indo?

— Hum… — Mer hesitou em responder.

— Olha aí, você odeia sim. E pensar que já se passaram dois anos desde que cheguei aqui. Embora pareça que sou o único que entra e sai regularmente deste andar. — Observou Eugene com simpatia.

— Isso é… Inevitável. — Mer murmurou enquanto afrouxava os punhos cerrados: — Porque os outros magos já terminaram de examinar a Bruxaria há muito tempo.

Fazia dois anos desde que Eugene entrou pela primeira vez em Acryon. Desde então, ele visitava o local quase todos os dias e passava cerca de metade de suas horas de vigília no Salão de Sienna.

Isso não era particularmente impressionante ou surpreendente. Todos os magos que foram autorizados a entrar em Acryon, como Eugene, mergulharam diligentemente no estudo da magia.

A maioria dos magos que receberam permissão para entrar em Acryon tinham um orgulho e confiança esmagadores em suas habilidades mágicas. Mas refinando ainda mais suas habilidades, esses magos procuraram alcançar as verdades supremas.

Então não era natural?

Mer existia há mais de duzentos anos. Os magos que tinham permissão para entrar em Acryon eram agora Mestres de Torres, Chefe da Guilda dos Magos, um membro dos Magos da Corte de Aroth ou parte da família real de Aroth. Todos eles nasceram com um dom raramente visto para a magia, e até agora, já haviam se provado como magos.

Para eles, a Bruxaria era uma incrível peça de magia que sua antecessora havia deixado para trás. O ponto final da magia de Círculos – o Eternal Hole. Quando um mago encontrava a Bruxaria pela primeira vez, não podia deixar de ficar atordoado e admirado com sua grandeza.

Ao longo de suas visitas seguintes, esses magos dedicavam seu tempo para tentar entender e explorar o conteúdo da Bruxaria. Mas acabavam percebendo algo.

Que essa verdade não era algo que eles pudessem entender ainda.

A partir de então, suas visitas diminuíam. Embora a Bruxaria fosse uma grande peça de magia, os Arquimagos que tinham permissão para entrar em Acryon já haviam estabelecido suas próprias fórmulas mágicas, e nenhum estava em posição de se dedicar totalmente a replicar a Bruxaria. Sua admiração e espanto não desapareciam, e eles faziam referência à Bruxaria em sua própria magia, mas… No final, procuravam completar sua própria fórmula mágica única por meio de pesquisas independentes.

A este respeito, Eugene era único.

Ou pelo menos era assim que parecia na visão de Mer. Pode ser porque ele era jovem, ou pode ser apenas porque ainda tinha que estabelecer sua própria fórmula mágica. Ou talvez fosse apenas que ele era um pensador flexível? Ou poderia ser devido a ter pouco orgulho de sua identidade como mago? Provavelmente eram todas essas coisas combinadas.

Nesses dois anos, Eugene passou metade de seu tempo em Acryon imerso em Bruxaria sem nunca desmaiar ou sangrar pelo nariz. A cada sessão, depois de passar algum tempo lendo a Bruxaria… Ele então emergia para estudar os textos mágicos armazenados no Salão de Sienna.

Que significado havia em assistir àquela cena repetidas vezes? Quando ele não seria capaz de entender de qualquer maneira. Diziam que um chapim só rasgaria sua virilha se tentasse andar como uma garça, mas o nível de habilidade mágica de Eugene em comparação com o exigido para a Bruxaria não estava nem no mesmo nível da virilha do chapim. Em vez disso, era mais como a diferença entre a minhoca e um dragão ou um inseto e um deus.

Ele havia estabelecido suas expectativas muito altas.

Provavelmente era porque ele era um jovem mestre do clã Lionheart, que estava um degrau acima até mesmo das famílias mais prestigiosas. E ele não era um jovem mestre qualquer. Não, ele era um jovem mestre descendente colateral e o primeiro da história a ser adotado na família principal depois de ser reconhecido por seus talentos, não é? Parecia óbvio para os outros que Eugene estava perdido em seu próprio gênio e tinha mirado em uma altura impossível de alcançar.

No entanto…

Eugene foi capaz de compreender a Bruxaria. Não… Isso realmente poderia ser chamado de compreensão? Estava mais para o conhecimento ser enfiado direto dentro de sua cabeça. Mer estava cuidando de Eugene há dois anos, mas ela ainda não conseguia aceitar que o comportamento de Eugene fosse de alguma forma razoável.

Mer finalmente perguntou.

— Se você realmente conseguir completar a tese, vai deixar Aroth?

Eugene retribuiu a pergunta dela com a dele:

— Você sabe quantas vezes me perguntou isso?

— Se incluir hoje, é a 137ª vez.

— Isso parece certo. Desde que comecei a escrever minha tese há cerca de meio ano… Significa que você me fez essa pergunta uma vez por dia.

— Houve dois dias em que não fiz essa pergunta. — Insistiu Mer baixinho: — Certo. Se eu tiver que ser honesta, não quero que você deixe Aroth.

— Se eu não for embora, o que ficaria fazendo aqui? — Eugene perguntou a ela.

— Você pode fazer o que quiser. Não sei quando o Mestre da Torre Vermelha pode se aposentar, mas… Sir Eugene, se disser que deseja se tornar o próximo Mestre da Torre, o atual Mestre da Torre Vermelha provavelmente o aprovaria como seu sucessor sem hesitação.

— Não tenho intenção de me tornar um mestre de torre.

— Então e os Magos da Corte? O Trempel Vizardo também não está extremamente interessado em recrutá-lo?

Trempel Vizardo era o Comandante dos Magos da Corte de Aroth. Desde cerca de um ano atrás, ele vinha tentando se aproximar de Eugene para recrutá-lo para um cargo nos Magos da Corte.

— O príncipe herdeiro Honein também o favorece muito, Sir Eugene. Na minha opinião, a linhagem do príncipe herdeiro Honein será capaz de continuar orgulhosamente fazendo seu nome nas próximas décadas, até chegar fora de Aroth. — Mer continuou a persuadi-lo.

— Embora eu seja grato pelo favor do príncipe herdeiro, isso também não me agrada. — Eugene rejeitou a sugestão.

— Você não poderá se tornar o Patriarca de qualquer maneira, então por que tem que retornar ao clã Lionheart? — Mer argumentou.

Eugene apenas perguntou:

— Eu realmente preciso de um motivo tão incrível só para ir para casa?

— E desde quando você era tão apegado à sua casa? — Mer perguntou mal-humorada.

Quando ela o ouviu mencionar sua tese pela primeira vez, Mer não pensou muito sobre isso.

Isso porque, embora as realizações de Eugene fossem surpreendentes, não seria uma tarefa fácil estabelecer suas descobertas em uma tese.

No entanto, o crescimento de Eugene excedeu em muito a imaginação de Mer. Fazia apenas meio ano desde que ele começou a escrever sua tese, mas Eugene já havia organizado ordenadamente suas teorias mágicas anteriormente vagas em uma hipótese coerente. Durante o processo, ele conseguiu avançar sua própria fórmula mágica em vários passos.

— Essa tese, você realmente não tem intenção de publicá-la? — Mer perguntou.

— Não. — Eugene respondeu com um aceno de cabeça: — Esta tese é apenas para minha autossatisfação. De qualquer forma, além de mim, ninguém mais seria realmente capaz de fazer uso dela. Então, estou apenas usando isso para arrumar os detalhes da minha fórmula mágica, escrevendo tudo.

Isso significava que Eugene não precisava realmente escrever uma tese perfeita. Mer já o ouviu dizer isso dezenas de vezes antes. Foi por isso que Mer se recusou a retrair seus lábios fazendo beicinho. Como era uma tese escrita apenas para autossatisfação, não havia motivo para ele se preocupar muito com a qualidade do trabalho, já que não seria apresentado a um painel de qualquer maneira.

Embora esse fosse o caso, Eugene não iria escrever casualmente qualquer coisa. A tese na qual ele vinha trabalhando há mais de meio ano seria examinada pelo professor de Eugene, o Mestre da Torre Vermelha, Lovellian. Foi Lovellian quem primeiro levantou a opinião de que não havia necessidade de Eugene publicar sua tese.

—Esta Fórmula do Anel de Chamas não pode ser reproduzida por nenhum outro mago. Independentemente de quão avançada seja sua compreensão da magia, seria fisicamente impossível para eles replicá-la.

Eugene não usava a fórmula mágica normal do Círculo.

—Também não é algo que possa ser reproduzido pelos usuários da Fórmula da Chama Branca da família principal dos Lionheart.

Em vez disso, Eugene havia substituído o Círculo pelas Estrelas da Fórmula da Chama Branca.

—Eu também… Tentei reproduzir seus resultados seguindo sua tese. Fiquei travado desde o início, porque não formei um núcleo, nem aprendi a Fórmula da Chama Branca. Então tentei usar meus Círculos como substitutos, mas não consegui replicar seus resultados, Eugene. Em vez disso, minha mana parecia fluir para trás.

Para copiar o Eternal Hole da Bruxaria, Eugene o adaptou para usar as Estrelas de sua Fórmula da Chama Branca no lugar dos Círculos.

Ele estava atualmente na Quarta Estrela da Fórmula da Chama Branca. Com essas quatro Estrelas, ele fez um Círculo. Então, dentro deste Círculo, assim como Hamel havia feito em sua vida passada, ele acendeu sua mana para desencadear uma cadeia de explosões. A mana explosiva foi então refinada em inúmeros Círculos entrelaçados uns com os outros para criar mais Círculos. Do lado de fora, o anel giratório de chamas em seu pseudo-Círculo prendeu firmemente suas Estrelas, impedindo que qualquer mana vazasse.

Esta era a Fórmula do Anel de Chamas.

Originalmente, ele pretendia tentar algo semelhante quando alcançasse a Quinta Estrela da Fórmula da Chama Branca, mas o momento foi adiado devido ao seu encontro com a Bruxaria. Aprender magia todos os dias lhe permitiu estimular sua mana e, como resultado, também aumentou seu progresso na Fórmula da Chama Branca.

Os dois anos que passou em Aroth não podiam ser descritos como simplesmente agitados; eles eram muito mais intensos do que isso.

Ele havia se tornado discípulo de Lovellian, então enquanto metade de suas horas de vigília eram gastas estudando em Acryon, a outra metade era gasta aprendendo magia com Lovellian.

Como um arquimago, Lovellian podia dizer claramente que nível Eugene havia alcançado. Além de uma base sólida no controle de mana, Eugene só conhecia o básico. Lovellian não deu a Eugene nenhuma lição sobre o arranjo vital de fórmulas ou a sintonização de mana usada para criar feitiços.

Ele sentiu que não havia necessidade de ensinar nada disso a Eugene, e o julgamento de Lovellian logo se provou correto.

Durante a vida anterior de Eugene como Hamel, com apenas uma escritura de treinamento de mana pobre como base, ele se tornou forte o suficiente para servir como companheiro de Vermouth. Hamel foi um dos protagonistas durante a guerra contra Helmuth, e estava ali ao lado dos outros quando mataram três dos cinco Reis Demônios.

Tudo isso enquanto apenas havia aprendido uma escritura de treinamento de mana tão comum e barata.

Então Lovellian só ensinou vários feitiços a Eugene. E entre a miríade de feitiços que conhecia, ensinou a Eugene apenas os mais úteis. Ele tentou simplificar suas fórmulas complicadas o máximo possível, então deixou que Eugene descobrisse como organizar sua mana para conjurar esses feitiços.

Depois que Eugene conseguiu estabelecer sua Fórmula do Anel de Chamas até certo ponto, Lovellian forneceu críticas úteis quando Eugene começou a escrever sua tese. Ele também ajudou a adaptar os feitiços do Círculo existentes para se adequarem à fórmula mágica única de Eugene.

Não havia realmente necessidade de Lovellian fazer isso, pois era possível conjurar os feitiços usuais do Círculo com a Fórmula do Anel de Chamas. No entanto, se Eugene fosse usar sua própria fórmula mágica única, não seria melhor usar feitiços improvisados ​​para que fossem mais fortes e fáceis de lançar?

— Você está chateada? — Eugene perguntou a Mer.

Mer resmungou:

— Por que eu ficaria chateada?

— Porque eu disse que vou embora mesmo você me pedindo para ficar.

— Eu não estou chateada. Que direito tenho de te impedir de ir embora? Sir Eugene, se você diz que vai, então pode ir. Embora eu nunca tenha pensado em querer ir a algum lugar, mesmo se eu quisesse, sou apenas uma familiar que não pode deixar Acryon.

Quanto mais Mer falava, mais seus lábios se projetavam em seu beicinho.

— É por isso que você deve se sentir à vontade para sair. Você pode me deixar aqui sozinha neste lugar chato, tedioso e tranquilo enquanto sai sozinho. Não estou nada desapontada por me separar de você, com quem tenho passado meu tempo nos últimos dois anos. Afinal, não sou realmente um ser humano vivo, e sei muito bem que os humanos são apenas criaturas egoístas.

— É mesmo? — Eugene perguntou calmamente.

— Claro, estou bem ciente disso. Porque sou duzentos anos mais velha que você. Mesmo assim, Sir Eugene, por favor, pelo menos venha me ver antes de sair. Não vá embora sem dizer nada como a Senhorita Sienna. — Mer implorou.

— Tudo bem. — Eugene concordou prontamente.

— Mesmo que eu tenha dito tudo isso, você continua calmo como sempre. Embora pareça que eu pensei isso centenas de vezes nos últimos dois anos, você realmente é um lixo. — Mer resmungou.

Eugene argumentou:

— Por que sou um lixo?

— Porque eu só tenho esse sentimento de você. Não importa se há uma razão ou não. Você, Sir Eugene, é simplesmente lixo. É realmente tão irritante. Mesmo sendo muito mais jovem do que eu, não me mostrou nenhum respeito como sua superior. Se um adulto lhe disser para fazer algo, não deveria ser apenas uma boa criança e aceitar a ordem obedientemente?

Enquanto resmungava essas palavras, Mer pegou o chapéu que havia colocado ao lado dela e o colocou de volta na cabeça, cobrindo o rosto com vergonha.

— Claro… Se fosse realmente persuadido por minhas palavras e optasse por não deixar Aroth, então tenho certeza que me sentiria extremamente angustiada por causa disso. — Mer hesitantemente admitiu: — Mas não posso evitar. Como minha personalidade é baseada na infância da Senhorita Sienna, minhas emoções e comportamento não podem deixar de ser influenciados por um temperamento infantil.

Eugene parecia desconfiado.

— É isso mesmo?

— Sim, claro, é isso mesmo. — Mer insistiu: — Por isso digo coisas tão infantis e mostro a teimosia de uma criança. Mesmo sob tais circunstâncias, parte de mim ainda aceita que é seu direito ir embora. É por isso que ainda me sinto uma idiota por proferir palavras tão sem sentido. Porque tenho certeza de que a Senhorita Sienna não agiria assim. Sinto que minhas ações são um insulto a ela.

— Hm. — Eugene hesitou.

— É por isso que você deveria tratar minhas palavras como ar. Já que estou apenas sendo infantilmente e teimosa sobre isso, não há necessidade de prestar atenção no que estou dizendo. Não é como se houvesse algum ponto nisso, e eu realmente não tenho nada que possa oferecer a você. — Mer admitiu humildemente.

— Talvez… — Disse Eugene, enquanto a caneta que estava usando para escrever sua tese continuava a se mover: — Mas a verdadeira Senhorita Sienna pode ter agido como você.

— Por favor, não diga algo tão sem sentido. Não teria como a Senhorita Sienna ter feito isso.

— Não, teria sim.

— E como você sabe disso, Sir Eugene? Quando você nunca conheceu a verdadeira Senhorita Sienna. Você poderia realmente estar dizendo isso enquanto pensa nela como é retratada no conto de fadas? — Mer perguntou enquanto levantava o chapéu, revelando seu rosto.

Pffft.

Mer soprou uma framboesa em Eugene.

— No fim das contas, isso foi apenas algo que alguém escreveu usando a imaginação. — Mer o repreendeu: — Conheci a Senhorita Sienna; ela não era esse tipo de pessoa.

— Minha tese deve estar terminando em breve. — Declarou Eugene enquanto devolvia infantilmente a framboesa de Mer: — Contanto que eu não seja desnecessariamente ambicioso com isso, provavelmente poderei terminá-la antes do final do verão.

— E daí? — Mer perguntou mal-humorada.

— Com certeza irei procurá-la antes de partir. Talvez eu tenha algo que precise dizer a você naquele momento, sabe? — Eugene brincou.

Mer exigiu:

— O que é? Está tentando me provocar? Eu realmente vou te matar.

— Direi a você na hora. — Respondeu Eugene com um sorriso.


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FuraTripa
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FuraTripa
11 meses atrás

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