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Kill the Sun – Capítulo 555

Mendigos

— Como pode haver competição se o governo tem tanto poder? Parece que você está desperdiçando Zephyx — perguntou Mentos.

— Existe competição — respondeu Nick. — Apenas não pelo topo.

— O governo é o governante indiscutível, e não há maneira de derrubá-lo. Eu diria até que, se houver uma chance de o governo ser derrubado, você já cometeu um erro.

Mentos franziu a testa. — As empresas são as que geram o Zephyx, e a competição é o que torna as empresas eficientes. Se apenas os mais fracos competem entre si, os lucros sempre serão mínimos.

Nick olhou para Mentos com uma expressão inalterada. — Você está mesmo tão decidido a ignorar tudo o que está acontecendo bem diante dos seus olhos? — perguntou com irritação.

Nick já estava farto das perguntas de má-fé de Mentos.

Marvin ergueu as sobrancelhas, enquanto Simon apenas franziu a testa.

Leopold parecia neutro.

— Estamos tendo uma discussão — disse Mentos com um tom frio. — Seus argumentos…

— Não, não estamos tendo uma discussão — interrompeu Nick. — Eu lhe disse como administro minha cidade. Você conhece os números que apresentei. Isso é indiscutível. São fatos. Você está tentando argumentar contra fatos usando suposições que não se baseiam na realidade.

— Eu lhe disse quantos Espectros a cidade tem e o quão poderosos eles são.

— Eu lhe disse quanto pagamos em tributo.

— Eu lhe disse como estamos conseguindo isso.

— E, no entanto, aqui está você, argumentando sobre como as coisas deveriam ser com base em suas experiências e crenças, em vez de como elas realmente são. Você está ignorando fatos em favor de uma previsão desnecessária e, francamente, incorreta.

Mentos olhou friamente para Nick.

Então, virou-se para os outros três por um instante antes de voltar seu olhar para Nick.

— Se você não está disposto a ter uma discussão civilizada, não vejo motivo para manter um tom educado.

— O que estou dizendo é que acho que você não está apresentando um quadro preciso dos fatos.

— Acho que você está escondendo coisas — disse Mentos.

Nick olhou para Mentos com uma expressão entediada. — Ótimo. Vá perguntar por aí.

Mentos ergueu uma sobrancelha cética. — Como é?

— Vá perguntar por aí — repetiu Nick. — Pergunte a qualquer pessoa. Cidade Externa, Cidade Interna, tanto faz. Pergunte literalmente a qualquer cidadão ou Extrator. Eu não estou escondendo nada de você. Talvez eu tenha poder suficiente para manipular algumas pessoas para mentirem para você, mas não posso manipular todas as 12.000 pessoas com tanta precisão.

— Pergunte a qualquer um.

Mentos franziu a testa. — Eu não estou aqui para perguntar a ninguém. Você é quem deve apresentar a cidade.

— Mas eu estou mentindo — disse Nick. — Então, por que você continua falando comigo se acha que estou mentindo? Há uma maneira fácil de descobrir a verdade. Você pode simplesmente perguntar por aí. Isso mostrará se estou mentindo ou não.

— Você é livre para ir a qualquer lugar da cidade e falar com quem quiser. Faça o que for necessário para entender como esta cidade é administrada. Eu espero.

Mentos parecia mais do que irritado. — Nós estamos…

— Essa é uma boa ideia — interveio Marvin calmamente.

Mentos franziu a testa ao se virar para Marvin, que continuou falando.

— Estamos aqui para descobrir como a cidade opera — explicou Marvin. — Olhar a cidade por nós mesmos é a melhor maneira de fazer isso.

Leopold assentiu. — Quero saber mais sobre os Extratores. Acho que vou até alguns deles e perguntar sobre a cidade.

— Estou interessado no aspecto social — disse Simon. — Muitas coisas mudaram, e quero examiná-las mais de perto.

Marvin soltou um pequeno sorriso. — Perfeito, porque eu estou interessado no aspecto empresarial. Que tal nos reunirmos aqui em duas horas?

Os outros dois concordaram.

— O que você vai fazer? — Marvin perguntou a Mentos.

Mentos olhou friamente para Nick. — Acho que vou dar uma olhada no governo.

— Eu ficaria feliz em acompanhá-lo — disse uma nova voz.

Mentos olhou para a origem da voz e viu Aria olhando para ele.

Nick havia enviado um sinal para Aria.

Ele não confiava em Mentos nem um pouco.

Mentos lançou um olhar frio para Aria antes de voltar ao seu tom normal. — Eu apreciaria.

— Então, nos vemos em duas horas — disse Marvin antes de voar para longe.

Leopold também partiu rapidamente, enquanto Aria guiava Mentos.

Agora, restavam apenas Nick e Simon.

— Muitas coisas estão diferentes — disse Simon.

Nick assentiu. — Eu disse que tudo estaria diferente da próxima vez que você viesse.

Simon apenas assentiu em silêncio.

— Quer que eu lhe mostre a cidade? — perguntou Nick.

— Claro — respondeu Simon.

Nick e Simon caminharam pela Cidade Externa por um tempo.

Simon observou as ruas movimentadas e percebeu a diferença na atmosfera.

Da última vez que esteve ali, a atmosfera era opressiva.

Mas, desta vez, parecia vibrante.

Naturalmente, não estava cheia de felicidade. Esse tipo de atmosfera só existia em contos de fadas.

Ainda assim, estava cheia de vida e ambição.

No entanto, nem todos podiam ter uma boa vida, e Simon acabou encontrando um dos mendigos da Cidade Carmesim.

O mendigo estava sentado ao lado da estrada com uma caneca metálica e simplesmente dormia.

Ele estava desgrenhado e cheirava terrivelmente mal.

Simon viveu por muito tempo e já havia visto milhões de pessoas ao longo dos séculos.

Pessoas inexperientes poderiam pensar que esse mendigo era igual aos pobres dos antigos Dregs, mas isso não era verdade.

A diferença estava na ambição.

As pessoas dos Dregs que Simon viu cinco anos atrás estavam lutando por suas vidas.

Trabalhavam até os ossos e assumiam riscos imensos para sobreviver.

Podiam estar tão sujos e desgrenhados quanto esse mendigo, mas tudo o mais era diferente.

Esse mendigo não estava se esforçando muito para continuar vivo.

Ele simplesmente não se importava.

Essa atitude podia ter muitas causas diferentes.

Um acidente trágico que tirou toda a sua esperança.

Ódio por si mesmo.

Vício.

Doença mental.

Depressão.

Ou ele era apenas uma pessoa extremamente excêntrica e preguiçosa.

Simon podia ver essa diferença com clareza.

Alguém que não estivesse disposto a lutar por si mesmo acabaria no fundo da sociedade, a menos que houvesse alguém lutando por ele.

Simon e Nick continuaram caminhando e logo encontraram mais alguns mendigos.

Uma deles andava rapidamente pelas ruas, falando sozinha em voz alta.

Outro caminhava enquanto olhava para todos com ódio.

Outro era extremamente magro e coçava constantemente uma ferida no braço.

Era evidente que todas essas pessoas tinham problemas.

— O que elas podem fazer para melhorar sua situação? — Simon perguntou a Nick após um tempo.

— Doar meio litro de sangue — respondeu Nick imediatamente. — Isso dá mais do que dinheiro suficiente para comer por um mês. A moradia também é bastante barata, já que temos mais casas do que pessoas. No momento, a cidade está procurando operários para expandir o sistema de esgoto, já que não queremos que tudo vire um grande lago de merda novamente.

— Se reerguer não é difícil na Cidade Carmesim.

— As únicas coisas que podem te impedir são doença mental e falta de vontade de lutar — disse Nick.

— E os doentes mentais? — Simon perguntou.

— Eu não estou administrando uma instituição de caridade — Nick respondeu. — Se você não consegue cuidar de si mesmo, alguém tem que cuidar de você, e se você não tem ninguém, então ninguém cuidará de você.

— Quero melhorar a vida das pessoas, mas só posso fazer isso enquanto isso também for benéfico para a Égide.

— Se as pessoas quiserem cuidar dos doentes mentais, são livres para fazê-lo. Eu não estou impedindo ninguém de construir hospitais, asilos ou qualquer outra coisa.

— Mas a cidade não vai pagar por isso.

Simon apenas assentiu.

Naturalmente, sempre havia pontos que podiam ser melhorados e, na opinião de Simon, esse era um deles.

No entanto, destacar isso pareceria excessivamente crítico.

A Cidade Carmesim já tinha o menor número de pobres entre todas as cidades que Simon havia visto em sua vida.

Criticar a cidade por essa pequena parcela de pessoas seria focar demais em um problema relativamente menor.

Eventualmente, as duas horas se passaram, e todos voltaram ao ponto de encontro.

Quando Nick chegou, Marvin e Leopold já estavam conversando animadamente e compartilhando suas descobertas.

Eles pareciam positivamente surpresos com a Cidade Carmesim.

— Ah, Nick — Marvin falou com um sorriso amigável. — Justamente a pessoa com quem eu queria falar.

— Sim? — Nick perguntou.

— Como você conseguiu ser tão odiado pelas pessoas? — ele perguntou.

— Quais pessoas? — Nick perguntou.

— As que vivem no andar superior.

— Ah, a camada superior — Nick repetiu. — Bem…

Então, Nick contou a Marvin exatamente o que fez com as pessoas da camada superior e, quanto mais falava, mais as sobrancelhas de Marvin se erguiam em surpresa.

Isso era… muito pouco convencional.

— Por que você antagonizou as pessoas mais poderosas da cidade a esse ponto? — Marvin perguntou.

— Porque elas não estavam dispostas a abrir mão de uma pequena parte de sua riqueza para que os pobres pudessem ter uma vida.

— Se eu não tomar à força, essa riqueza nunca sairá das mãos deles.

— Ou eles obedecem, ou morrem.

— Não existe uma terceira opção.

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