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Kill the Sun – Capítulo 640

Vá Comer

A pilha de cadáveres foi alimentada aos Espectros.

No dia seguinte, cartas foram enviadas às famílias das pessoas executadas, informando-as do destino de seus entes queridos.

Naquele dia, um lamento de desespero ecoou pelas bordas da cidade.

Os cidadãos ricos da Cidade da Mina Negra não esqueceriam esse dia por décadas.

E ainda assim, esse evento mal se comparava ao que acontecia no centro da Cidade da Mina Negra quase todos os dias.

A angústia de 150 famílias perdendo um membro mal se comparava à angústia do povo faminto no centro da cidade.

Mas as pessoas poderosas da cidade não se importavam.

A dor do povo pobre não aliviava a dor deles!

Ainda naquele dia, os ricos se uniram e começaram a se revoltar.

Quando os demais ricos viram o que havia acontecido, perceberam que o mesmo poderia acontecer com eles.

Por isso, juntaram-se ao movimento e colaboraram com as famílias das vítimas.

Os ricos se uniram como uma só unidade.

Pela primeira vez em suas vidas, estavam unidos contra um inimigo comum.

A Governadora!

A Governadora foi quem executou seus entes queridos!

No entanto, antes que os ricos pudessem iniciar de fato sua revolta, outros começaram a se juntar a eles.

Abismo em Espiral, a Fabricante mais poderosa da cidade, e Caixa Vertigem, a segunda mais poderosa.

Originalmente, nenhuma das duas pretendia se envolver na revolta, mas também haviam recebido mensagens ultrajantes.

Alguns de seus membros haviam feito parte da multidão que tentou entrar na Sabor que Dá Felicidade 😉 naquele dia.

Naturalmente, esses membros foram presos.

As duas grandes Fabricantes não se importaram, já que a prisão seria temporária.

Mas naquele dia, receberam a notícia de que quase todos os seus Extratores da multidão haviam sido executados!

Aparentemente, haviam iniciado brigas na prisão!

Quase 100 Extratores foram mortos.

54 Joões, 37 Novatos e 6 Veteranos.

Todos os Joões e Novatos capturados haviam sido executados, enquanto apenas metade dos Veteranos retornaram!

Os Veteranos sobreviventes estavam profundamente traumatizados e extremamente instáveis.

Todo o foco deles estava em tentar se conter para não se tornarem agressivos demais.

As Fabricantes precisaram isolar seus Veteranos após a soltura, por questões de segurança.

Além disso, vários de seus próprios Veteranos também tiveram de ser isolados, e até mesmo seus Peritos ficaram nervosos e facilmente irritáveis.

Naturalmente, sabiam de onde tudo isso vinha.

O chocolate.

Todos haviam consumido aquele chocolate sem pensar duas vezes.

Sabiam que causava vício, mas não ligaram muito para isso.

Afinal, ele não desapareceria de repente, e quem o consumia eram Extratores.

Extratores deveriam ser capazes de lidar com um pouco de abstinência.

Mas os efeitos eram muito mais fortes do que o esperado.

Embora apenas cerca de 10% a 20% dos Joões e Novatos tivessem sido presos, os 80% a 90% restantes tiveram o mesmo destino.

Alguns começaram a se atacar e tiveram de ser neutralizados.

Outros foram contidos, mas, sem nada para agredir, começaram a atacar as próprias celas até seus corpos ficarem feridos demais para sobreviver.

Extratores que foram imobilizados à força apenas gritavam e se contorciam tanto que seus músculos quebravam os próprios ossos.

Havia apenas seis Novatos e dois Joões que não haviam consumido o chocolate, e eram basicamente os únicos sobreviventes.

Naturalmente, isso enfureceu as Fabricantes.

Estavam furiosas com a cidade por legalizar o comércio de uma mercadoria tão perigosa, e queriam usar isso como arma em futuras negociações com o governo.

Mas então, souberam que a cidade havia executado até alguns de seus Veteranos!

Os Veteranos não precisavam morrer!

Bastava contê-los por alguns dias!

A cidade não tinha permissão para simplesmente matar seus Veteranos!

O valor de um Veterano era muitas vezes maior que o de um João.

Afinal, Veteranos eram muito mais raros que Joões, já que poucos tinham coragem de passar pela Zetose.

Além disso, a execução de muitos dos ricos também tornou muito mais difícil para as grandes Fabricantes realizarem negócios obscuros.

Tudo isso, somado à revolta iminente, levou Abismo em Espiral e Caixa Vertigem a decidirem se juntar.

Aquele era o melhor momento para pressionar o governo.

Em menos de um dia, mais de mil pessoas se reuniram em frente à sede da cidade.

Juntas, essas pessoas eram donas de mais de 80% das empresas mais valiosas da cidade.

Além disso, os Diretor Executivos e CEZs da Abismo em Espiral e da Caixa Vertigem estavam entre eles.

No entanto, era importante observar que havia certa distância entre as duas empresas.

Ambas sabiam que a Sabor que Dá Felicidade 😉 tinha o apoio de um patrocinador poderoso, mas não sabiam ao certo quem era.

Ainda assim, os principais suspeitos sempre haviam sido um ao outro.

A Caixa Vertigem acreditava que o Abismo em Espiral era secretamente o criador do chocolate, enquanto o Abismo em Espiral acreditava que era a Caixa Vertigem.

Ambos estavam prontos para serem emboscados pelo outro lado.

Mas, por ora, parecia que o outro lado também agia como se estivesse indignado.

Abismo em Espiral e Caixa Vertigem podiam ser comparadas à Kugelblitz e à Anatomy, da Cidade Carmesim.

Seus poderes eram quase equivalentes.

Ambas possuíam um Demônio, e ambas tinham mais de um Herói.

A Caixa Vertigem tinha três Heróis Iniciantes, enquanto o Abismo em Espiral tinha dois Heróis Iniciantes e um Herói Básico.

A única coisa que tornava o Abismo em Espiral ligeiramente mais forte era o fato de possuírem um Demônio Básico, enquanto a Caixa Vertigem tinha apenas um Demônio Iniciante.

Ainda assim, uma luta entre os dois poderia pender para qualquer lado.

— Tirania! Tirania! Tirania! — gritou o grupo de ricos em uníssono diante da sede da cidade.

Os guardas observavam nervosos.

Eles realmente não queriam ofender nenhuma daquelas pessoas.

Ainda mais problemáticos eram os quatro homens do Abismo em Espiral e da Caixa Vertigem.

Felizmente, eles apenas esperavam em silêncio.

Minutos se passaram enquanto toda a cidade parecia parar.

Nenhum negócio estava aberto.

Eventualmente, o portão da sede da cidade se abriu.

Os quatro homens das duas grandes Fabricantes estreitaram os olhos ao verem a Governadora saindo.

A multidão de pessoas indignadas hesitou por um momento antes de retomar os gritos com novo fervor.

— Assassina! Assassina! Assassina! — gritavam.

No entanto, a Governadora simplesmente os ignorou.

Em vez disso, focou nos quatro homens das duas Fabricantes.

— Entrem — ordenou, virando-se e entrando novamente.

Alguns da multidão silenciaram, acreditando que a Governadora estava disposta a negociar com eles, mas outros perceberam que ela não estava negociando com eles, e sim com as poderosas Fabricantes.

As Fabricantes também eram extremamente ricas, mas seus interesses eram muito diferentes dos interesses das famílias.

Além disso, aquelas pessoas estavam ali por justiça, não por benefícios!

Queriam vingar os ricos que haviam sido injustamente executados.

Algumas pessoas se tornaram mais agressivas, mas os guardas apenas continuaram a empurrá-las para trás.

Sim, seus poderes econômicos e políticos eram imensos, mas seus poderes físicos eram inexistentes.

Podiam reclamar o quanto quisessem, mas as portas não se abririam para eles.

Enquanto isso, os quatro líderes das duas grandes Fabricantes entraram em uma sala de reuniões com a Governadora.

Os quatro estavam prontos para negociar.

Em contraste com as pessoas que ainda estavam do lado de fora, os quatro presentes não estavam interessados em retaliação.

Eles não se importavam exatamente com o fato de alguns de seus Veteranos terem sido mortos.

Queriam usar isso como uma oportunidade para pressionar o governo a conceder mais poder.

Todos se sentaram, e a Governadora os observou por um momento.

Enquanto a encaravam, notaram que ela estava um pouco diferente do normal.

Todos estavam acostumados a tratá-la pelo primeiro nome, e ela geralmente era bastante amigável com eles.

Mas hoje, parecia distante e firme, embora também um tanto nervosa.

Era uma mistura estranha e fora do usual.

— O que vocês querem? — perguntou a Governadora, num tom irritado.

Algumas sobrancelhas se ergueram em surpresa.

Esse não era o tom que esperavam.

— Vários de nossos Extratores foram mortos — falou o Diretor Executivo do Abismo em Espiral. — As razões listadas em sua carta não são suficientes, e exigimos justiça por…

— Poupem o discurso floreado — disse a Governadora friamente. — Quero saber o que vocês querem. O que estão buscando?

Mais uma vez, os presentes ficaram surpresos.

Ainda era a mesma Governadora que conheciam?

Enquanto a Governadora fazia o possível para manter uma expressão neutra, por dentro estava nervosa.

Poderia enfrentar um deles, mas se dois se unissem, já correria risco de morrer.

Aquelas duas Fabricantes tinham seis Heróis!

Se quisessem matá-la, poderiam fazer isso.

Se dependesse dela, não falaria com eles daquela forma.

Ainda assim, a nuvem escura dentro de uma das caixas na sala continuava a sussurrar para ela.

Continuava dizendo o que ela deveria dizer e fazer.

As duas Fabricantes continuaram tentando seguir com o jogo político, mas a Governadora cortava a discussão a cada tentativa.

— Sabe de uma coisa? — disse a Governadora com irritação após um tempo. — Eu não sei qual de vocês dois fez o chocolate, e francamente, também não me importo.

— Eu não quero mais lidar com isso. Então, que tal vocês lidarem?

— Vou anular a cláusula anti-guerra. Vocês podem se atacar o quanto quiserem. É isso que querem, certo? Mais poder?

— Então, por que não vão se devorar?

— Só vou dizer que não quero nenhum cidadão envolvido na briga de vocês. Se um lado causar baixas demais, ajudarei o outro lado.

— Agora, se me dão licença, tenho uma revolta para conter.

— Vão se devorar ou sei lá o quê.

E então, a Governadora saiu da sala, deixando os outros quatro parados, em choque.

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