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SSS-Class Suicide Hunter – Capítulo 196

Erosão (1)

De todas as constelações que enfrentei até agora, a mais forte, sem dúvidas, foi…

O Rei Demônio da Chuva de Outono.

O Demônio Santo que formou uma montanha de corpos com só uma espada em mãos. A ponta da sua lâmina pintou o continente nas cores vermelhas do sangue, criando um rio sangrento que fluía daquela montanha, o qual carregava o cheiro metálico pesado da vida.

“Kuahahaha!”

Mas o pódio iria mudar hoje.

“Como esperado do papai! Você é tão escorregadio quanto uma cobra!”

Um punho passou rente ao meu nariz. Boom! Ouvi o barulho alto do ar se chocando violentamente com o poder daquele golpe. Puta merda, só a pressão do vento já era o suficiente para quase me mandar pelos ares.

“F-filho!”

“O que foi, papai?”

“Precisamos mesmo fazer isso?” chorei em desespero.

“Faz tanto tempo desde a última vez que nos vimos; devíamos sentar e nos divertir, sabe, ter uma conversa calma…”

“Tô me divertindo um monte agora!”

“Tá tentando matar o seu pai?!”

“Se o papai morrer, isso significa que você é fraco. Neste caso, não pode me culpar. Em vez disso, culpe a sua própria fraqueza!”

Uma explosão veio de trás de mim. Quando virei meu rosto na direção, vi o topo de uma das montanhas ao redor colapsando depois de ser atingida pela aura de Uburka.

“Que loucura.”

Embora eu não pudesse comparar isso ao nível da Mestra, que podia cortar o mundo em dois apenas com o poder da mente, o poder destrutivo dele era mesmo insano.

O que iria acontecer comigo se eu fosse atingido por aquela mão? Depois de considerar com cuidado, comparando a dureza do seu crânio ao topo de uma montanha, cheguei a uma conclusão…

“Tenha pena do seu papai!” gritei. “Vizinhos! Aqui tem um filho ingrato que está tentando partir a cabeça do próprio pai! O mesmo pai que o ensinou a como usar a aura e transmitiu a Arte Demoníaca do Paraíso Infernal para ele! Essa criança está ignorando a graça do seu papai e tentando assassiná-lo!”

“Sou eu! Irei mostrá-lo a verdadeira piedade filial com os meus punhos!”

Depois de gritar também, Uburka mudou a pose do seu corpo. Aquela postura era algo bem familiar pra mim.

Arte Demoníaca do Paraíso Infernal; primeira forma — Espada da Fome.

A aura correu para devorar o meu corpo, bloqueando todas as direções. Meus olhos se arregalaram com aquela visão. As habilidades de manipulação de aura dele haviam se tornado incomparáveis ao que eram no passado.

—Hoh — Bae Hu-ryeong deixou escapar um pequeno som. Ao mesmo tempo, o meu senso de percepção desacelerou de forma considerável. A voz do homem ficou mais suave, e o “hoooooh” continuou no meu ouvido. O meu contra-ataque veio antes que a neve e o vento pudessem levar sua exclamação para longe da minha orelha.

‘Vou acabar perdendo se eu continuar me esquivando.’ Fiz ascender a aura no meu corpo. Se eu baixasse minha guarda nem que por um segundo, iria perder a chance de lutar de volta.

‘Será que isso vai funcionar?’ O tempo passava devagar para mim, enquanto um plano se formava na minha mente.  ‘Posso tentar.’

Minhas ações foram muito mais rápidas do que minhas contemplações. Dei um passo para frente e.. Bang! A neve abaixo dos meus pés foi espalhada para todo o lado e a minha aura se infiltrou dentro dos flocos de neves partidos.

Arte Demoníaca do Paraíso Infernal; primeira forma — Espada da Fome.

Aquela não era uma resposta ao ataque do Uburka; em vez disso, eu estava dominando-o.

No final, a forma que a Arte Demoníaca do Paraíso Infernal queimava dependia das memórias e da imagem mental daquele que a invoca. Mesmo que fosse dividido em dezenas de ramificações diferentes, o ataque ainda podia ser destruído se o inimigo compreendesse quais partes da imagem que o usuário tinha eram rígidas ou suaves.

‘A direção muda a depender do nível de entendimento da técnica.’ Quietamente, observei o golpe do meu oponente. Os movimentos das chamas da aura eram nítidos aos meus olhos. Uburka dividiu o seu ataque em duas partes. ‘Vamos competir.’

A primeira respiração.

A primeira coisa que extingui foram as chamas que estavam queimando de forma selvagem. A dor da fome; aquele era um ataque continha os gritos de uma criança.

‘É um procedimento padrão.’

Controlei habilmente a técnica. Na minha cabeça, reproduzia-se os gestos de uma mãe ouvindo os gritos de uma criança bem diante dos seus olhos.

A dor e o sofrimento colidiram. Minha aura se enroscou em volta da que pertencia a Uburka, e se contorceu. Era como se ela estivesse estrangulando a outra com as duas mãos. A posição dos ataques tinha sido revertida.

“…!”

A segunda respiração.

O olhar no rosto do goblin tornou-se ardente. Ele foi rápido ao perceber que minha intenção naquela luta era usar o nosso entendimento das artes marciais, e não força bruta.

“O papai ainda gosta de jogar sujo!”

A voz dele foi misturada à aura. Se uma pessoa normal ouvisse aquilo, não iria soar como nada mais do que um som aleatório; como uma sílaba sem significado, mas aquela pequena palavra tinha sido bastante comprimida  pela aura. Só uma pessoa dentro do nosso infinitamente lento tempo estendido poderia ouvir a mensagem completa. Essa técnica requer bastante proficiência para ser feita.

“Você tá me tratando como um gigante forte e estupido!”

“Estou.”

Apenas pessoas com um nível suficientemente alto  poderiam ouvir a nossa conversa naquele instante.

“Se não quiser perder, é melhor soltar a sua Arte Demoníaca primeiro.”

“Que ódio! Quero derrotá-lo com a técnica! E então, vou esmagar a sua cara e te rolar pelo chão até você preferir estar no inferno, e depois irei fazê-lo reconhecer a minha força do fundo do seu coração!”

“Em vez de aprender a controlar bem a aura nesses 300 anos, você aprendeu foi a falar merda. Fique quieto e perca logo pra mim.”

“Ugo!”

Ugo era uma palavra goblin de muitos significados. Alguns deles eram: não, nunca, nem a pau, cala a boca, seu filho da puta etc.

“Esperei por mais de 350 anos por esse momento. Não vou perder de novo!”

“Não importa se foram 300 anos, 3.000 ou 30.000 anos.”

A terceira respiração.

Comecei a tomar o controle da Arte Demoníaca dele. Era como se eu estivesse colorindo o rascunho que ele tinha desenhado, ou melhor, adicionando melhorias na música que o goblin tocava.

“Esse papai aqui não tem intenção alguma de abdicar da posição de líder.”

Enquanto Uburka projetava a imagem de uma criança faminta, eu, por outro lado, escolhi a imagem de uma mãe que escolhia alimentar a sua criança às custas da própria fome.

Qual dos dois expressava um maior sofrimento? Quais das fomes eram mais adequadas para carregar o grito de todos?

As duas Espadas da Fome se combinaram uma na outra para formar uma só.

“Filho.”

“O que você quer?!”

“Agora que a família foi formada, podemos ter a nossa conversa.”

Afastei a autoridade dele com as costas da mão. Não usei força no gesto. Na verdade, fui capaz de evitar o ataque depois de prever o caminho que ele seguiria. Acertá-lo com o dorso foi simplesmente o último movimento necessário ao desvio.

Ugo.

Uburka correu até mim.

“Esse é um trabalho solitário, especialmente para os membros do Culto Demoníaco. Para aqueles que desejam aprender através da dor do mundo, eles precisam fazer parte do Culto.  A Arte Demoníaca do Paraíso Infernal é a determinação de abraçar essa dor. Nós vivemos no meio das pessoas.”

Toda vez que o goblin brandia os punhos, as montanhas colapsavam uma atrás das outras, mas nenhum dos ataques dele atingiam o meu corpo.

Rushh—

Com nós dois no centro, uma avalanche ocorreu vinda do norte e sul, leste e oeste; como as pétalas de uma flor florescendo, uma flor de sangue, a nevasca caiu.

“Minha nossa…”

Aproximadamente a vinte passos de distância de onde estávamos, a Mestra Dragão Negro sussurrou para si mesma. Não sei dizer se ela estava surpresa com o poder tremendo que Uburka mostrava ou se estava admirando a forma que eu lidava com ele. De qualquer forma, não prestei atenção nela e, em vez disso, continuei a falar com o goblin.

“Precisamos ser cuidadosos, senão nosso Culto Demoníaco pode se tornar uma exibição de arte da dor; para todos enxergá-lo como quiserem.”

“Uma exibição de arte da dor?”

“Estou dizendo que não devemos competir quem sente mais dor. Temos que cuidar um do outro para que não encaremos a dor como um tipo de poder. Sei que você não é esse tipo de criança, mas ainda assim queria ter essa conversa com você.”

A quarta respiração.

Eu havia dominado todas as partes do ataque dele com sucesso. Embora ele ainda conseguisse mover o corpo, tinha pouco o que podia ser feito com a aura.

“Grrr”

O goblin cerrou os dentes. A sua aura vermelha estava queimando de forma ardente enquanto ele tentava forçar a abertura de um caminho, mas para impedi-lo, habilmente segurei o final das chamas e arrastei até onde eu queria que fosse.

“Se tentar aguentar a dor sozinho, as pessoas ao seu redor irão sofrer. Quanto mais preciosas elas são para você, mais serão prejudicadas. Eu queria te pedir pra desistir, mas temo que se eu fizer isso, você decida tomar toda a dor do mundo pra si. Se a dor é o que nos torna pessoas, você seria o único que sobraria.”

Senti que Uburka estava compreendendo minhas palavras, mas não tinha certeza.  De qualquer forma, continuei a guiar as chamas. Pode ser que eu esteja me apressando ao dá-lo esse conselho, mas como a Mestra Dragão disse, era melhor cedo, do que tarde demais.

“Não faça aqueles que ama sofrer só porque será melhor para o mundo. Isso seria como pôr a carroça antes dos bois.”

“……”

“Encontre companheiros. Convença outros com a sua força de vontade. Você já ganhou iluminação depois de passar esse tempo na montanha, agora é hora de voltar pra baixo. Encontre pessoas que você possa confiar o seu coração e a sua mente, converse com eles o quanto puder. Se o seu objetivo é se tornar alguém na vida, alcance isso junto deles.”

“Me tornar alguém…”

“Você está no caminho certo.”

A quinta respiração.

Espalhei a minha aura.

“Veja, criança!”

Meus olhos brilharam ao se encontrar com o olhar dele, e como espelhos refletindo um ao outro, nossos olhares nos refletiam infinitamente.

“Por que acha que eu disse todas essas coisas a você?!”

A aura explodiu. Aquele não era o meu poder; a torrente de aura veio do corpo de Uburka, eu apenas estava controlando o caminho que seguiam.

“É porque quero compartilhar o mesmo céu com você!”, disse enquanto pintava de tinta vermelha a imagem que eu sonhava ver há muito tempo.

Naquele momento, Uburka era a tinta infinita, e eu era o pincel.

Era a mesma técnica de controle de aura, as mesmas Artes Demoníacas e a mesma que imagem descendo no topo da montanha branca.

Arte Demoníaca do Paraíso Infernal; primeira lei — Túmulo em chamas.

A sexta respiração.

A paisagem que nos cercava mudou.

A aura vermelha tomava cada canto,  criando várias formas diferentes. Velas, muitas velas acesas em castiçais, com sua cera escorrendo abaixo do fogo.  O chão e as escadas de aparência elegante e inúmeras decorações estavam espalhadas, ornamentando a bela mansão. Tudo apareceu.

“Espera um pouco, esse lugar é….?” murmurou, a  Mestra Dragão Negro, chocada.

Esse lugar era familiar.

Centenas de velas queimavam e as sombras da aura se escondiam detrás de cada uma delas.

—Cackle.

Aquele era um som familiar. O som de cera pigando.

— Quer brincar de esconde-esconde?

— Quem…

— Conosco…

Subitamente, a cena colapsou. É provável que aquilo tudo só tenha durado três segundos. Mesmo com o poder ridículo que Uburka possuía e minha forma esquisita de utilização da aura, havia um limite de tempo; era muito difícil manter os objetos, o som e aquele espaço independente. Mas nós conseguimos, mesmo que tenha sido só alguns instantes.

Eu consegui recriar a mansão ardente.

“……..” Uburka olhava ao redor, perplexo.  O cenário já havia retornado a ser nada mais do que as montanhas, mas todos sabiam que o que havíamos visto não era uma ilusão, não tínhamos alucinado.

“Uburka.” Recolhi a aura de volta ao meu corpo e continuei a minha fala: “Essa é a verdade que te contei há 363 anos. Não é uma questão de mostrar uma imagem com a aura, é sobre usar a aura para fazer a imagem ser invocada.”

Eu transmiti as Artes Demoníacas do Paraíso Infernal para Uburka. Ele então ensinou a outros goblin, o que desenvolveu a Peça de Fogo. Isso foi tudo para que eu não tomasse esse caminho sozinho.

“Não importa o esforço que eu faça, nunca serei capaz de manter isso por mais de um segundo. Minha aura iria se esgotar em um instante e eu iria colapsar antes que conseguisse avançar dez passos. Mesmo que façamos isso juntos, você viu como só fomos capazes de mantê-la por 3 segundo. Mas e se adicionarmos mais 12 guerreiros?”

“……….”

“E quanto a 24, ou 200. Não, e se mil goblins fizessem isso juntos?”

Uburka imaginava a cena enquanto eu falava. Seus olhos brilharam de antecipação, como se estivesse mesmo enxergando aquilo.

“Em circunstâncias normais, isso seria impossível, mas os goblins têm compartilhado suas imagens por centenas de anos, polindo-as. Somos os únicos no mundo inteiro capazes de fazer isso. Somos os músicos que compartilham a mesma partitura musical.”

“Isso….” ele finalmente abriu a boca. “Mas seria uma música sobre a dor…”

“E seria magnifico.”

“Ugor. Seria mesmo.”

Eu estava ficando empolgado.

“Então venha, desça da montanha com o papai.” disse com um sorriso brilhante. “Mesmo se cantarmos sobre a dor, nossas vidas serão cheias de alegria.”

“Que estranho, como isso é possível?”

“Porque o papai é uma boa pessoa, e você também é. O papai te reconhece, e você me reconhece também. Aquele que sempre dá o melhor de si e se esforça ao máximo, gosta de mim e me reconhece, então como eu não poderia ser feliz?”

Estendi minha mão direita na direção dele.

“Eu serei feliz por sua causa, e você poderá sorrir um pouco mais porque de mim. Vamos descer, meu pecador.”

Uburka segurou a minha mão.

[Você criou uma nova habilidade!]

De repente, a voz da Torre soou na minha mente.

[Criação de Cartas de Habilidade!]


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HipopotinhoD
Membro
Hipopotinho
6 meses atrás

Apenas palmas, que cap lindo, uburka perfeito, agr tô com inveja da Raviel

Jupiter
Visitante
Jupiter
1 ano atrás

O botao de serie ta pro link errado

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