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The Divine Hunter – Capítulo 127

Último sacrifício

Estava apenas amanhecendo, mas já havia um grupo de cavaleiros amontoados em frente aos portões frontais. No centro desta confusão, havia um homem nu ajoelhado contra a parede. Seu cabelo é dourado, enquanto seu rosto belo e seu corpo musculoso; uma bela rosa azul estava tatuada em seu pescoço, e os resquícios da sua última risada estavam gravados em seu rosto exaurido.

Usando suas luvas, o médico-legista puxou a pálpebra da vítima para observar sua pupila. “Simon Patrigadin, um homem de 28 anos. Vice-capitão da Ordem da Rosa Branca. Horário da morte: seis horas atrás.”

O escriba escreveu tudo que havia escutado, e então, o legista ficou tenso e puxou um item cilíndrico da língua de Simon, semelhante a algo elástico. Era branco, carnudo e flexível. Dito isto, ele passou a olhar para a parte inferior do corpo de Simon, foi então que sorriu assustadoramente. “As genitais da vítima foram cortadas fora de forma limpa por um item afiado e foram enfiadas em sua boca.”

Os cavaleiros berraram para os céus. Eles não podiam acreditar que um belo e feroz cavaleiro foi morto e castrado antes de ser exposto para todos verem.

“Esse desgraçado! Como… como ousam humilhar um cavaleiro da ordem?!” Cleveland rangeu seus dentes enquanto fervia em fúria. “E essa não é a primeira vez que fazem isso! Agora, eles chutaram o balde! Eu, Cleveland, juro pela ordem dos cavaleiros que farei quem fez isso pagar dez vezes mais por essa humilhação!”

Seus camaradas compartilhavam deste sentimento, seus rostos avermelhados de raiva. “Nós vamos vingar vocês! Arthur, Simon!”

“Se acalmem, cavaleiros. Não se intrometam no meu trabalho.” Calmamente o legista falou, sendo o suficiente para que os cavaleiros se acalmassem. Ele deu a volta no corpo e, antes que cutucasse em volta dela, olhou por um momento para a segunda ferida. “As costas da vítima foram abertas por algo afiado,” explanou tranquilamente, “feito de forma grosseira e… violenta”. Havia um par de carne espalhado de um lado ao outro nas costas da vítima. “Seus pulmões foram puxados para fora e pendurados nas suas costas. Se você olhar com atenção, verá que se assemelham a par de asas.”

Roy se espremeu através dos cavaleiros para ver o que estava acontecendo. A vítima sendo o Simon pegou-o de surpresa, fazendo com que surgissem mais perguntas. O que está acontecendo? Francis não é o assassino, nem o Simon? O ritual dos Sete Pecados Capitais já se encerrou nesse ponto. Espero que eu esteja certo, ou Letho estará em grandes problemas.

“Os cotovelos e pulsos da vítima estão levemente machucados. O assassino os torceu, mas isso não é óbvio à primeira vista.” Francis estava levemente confuso também, então ele tirou suas luvas. 

“A causa da morte é óbvia, então vamos pular isso. Simon não teve outras feridas a não ser a de suas costas e a da parte inferior do seu corpo. Sugiro que o assassino tenha o prendido de alguma forma, o sedado e… feito a cirurgia. A vítima quase não demostra sinais de luta, então ele deve ter estado desmaiado. Já que estamos neste tópico, vamos falar sobre o assassino. Ele deveria ser experiente o suficiente a esse ponto, vendo que matou seis pessoas, mas suas habilidades continuam brutas como sempre. Certo. Isso é tudo que eu tenho para dizer. Perguntas?” Francis olhou para os cavaleiros, mas todos eles ficaram em silêncio. “Nenhuma? Entendido. Então, vou levar este corpo de volta para uma autopsia.”

Os cavaleiros se mantiveram em silêncio, obviamente tristes sobre a morte de seu companheiro. Então, Roy perguntou: “Quem encontrou o corpo de Simon, em primeiro lugar?”

“Eu.” Um jovem cavaleiro respondeu. Seu queixo era coberto por barba e seus olhos cansados e vermelhos de sangue. Obviamente estava há um tempo sem dormir. “Eu estava com ele ontem à noite em serviço de patrulha. Ele… ele disse que precisava tirar água do joelho, então eu fique esperando, mas ele não voltou mais; então fui procurá-lo.  E-e eu encontrei seu corpo em um beco.” O cavaleiro deu um tapa em si mesmo, e sua face inchou. “É tudo minha culpa! Eu deveria ter ficado com o Simon na última noite! O capitão nos disse para nunca ir a lugar algum sozinhos! Eu segui as ordem dele à risca, mas a única vez que não o fiz, isso aconteceu!”

“O que eu disse a você? Reflita em si mesmo mais tarde.” Cleveland suspirou e deu um tapinha em seu ombro. “Mas você não é o único com culpa aqui. O castelo é fortemente protegido, mas o assassino ainda conseguiu abater um de nós bem embaixo de nossos narizes. Parte disso é nossa culpa, mas honestamente, não consigo acreditar que ele conseguiu prender o Simon sem que ninguém percebesse, muito menos matá-lo. E tudo em cinquenta minutos?”

“O mesmo aqui.” Outros cavaleiros compartilhavam da mesma opinião de Cleveland. “As habilidades de Simon se equiparavam as do capitão Cleveland.”

“Sozinho, inigualável em esgrima,” Cleveland disse solenemente.

“Então ele deve ter sido emboscado-“

“Certo, parem com isso.” Roy ergueu sua mão. “Não vamos falar sobre isso. Tenho um assunto mais importante em mãos e preciso de respostas rápidas.”

“Pergunte, senhor Roy. Vamos ajudá-lo se for sobre o assassino.” Cleveland bateu em seu peito e os cavaleiros assentiram.

“Me conte mais sobre Simon.”

“Simon era um poderoso e responsável cavaleiro. Ele nos ajudou muito e ele gastava muito de seu tempo trabalhando no castelo.” Triste, Cleveland olhou para o corpo. “Ele era um nobre e humilde homem, e se dava bem com todo mundo. Acima de tudo, ele gastava seu tempo livre ajudando os menos privilegiados da cidade. Se você estiver olhando para o epítome da cavalaria, então Simon poderia ser o único para se olhar, não eu.”

Não havia motivos para insultar os mortos, então todos tinham nada além de elogios para Simon. Depois de todos darem seus testemunhos, Roy esfregou seu queixo. “Soa como se ele fosse um perfeito brilhante cavaleiro. Aposto que ele era um mulherengo, hein?”

“Não exatamente.” Cleveland deu a ele um olhar de surpresa. Ele se perguntou porquê Roy queria saber sobre isso, mas então percebeu que Roy deve ter encontrado alguma pista que ligasse tal ao caso. “Simon era um homem belo e cortês, mas seu passado era… complicado.” Cleveland hesitou em elaborar.

“Tem algo que você não pode dizer?” Roy aconselhou, “Simon iria querer que você o vingasse”.

Cleveland cerrou os dentes. “Um verdadeiro cavaleiro nunca deve fofocar sobre os mortos, mas não tenho escolhas. Por favor, me perdoe pelo que vou dizer, Simon.” Ele suspirou. “A família de Simon veio de Nazair, mas desde que Nilfgaard assumiu, parte da sua família se moveu para Ellander. Eles não foram bem-vindos, para dizer o mínimo. Por causa da opressão local, sua família diminuiu ao passar dos anos, e ele acabou sendo o único descendente da família Patrigadin. Por causa disso, a nobreza local recusou suas propostas de casamentos, apesar de ser um cavaleiro. Ele poderia ter se casado com uma civil ou a filha de um mercador, mas seu orgulho não o permitiu a fazer isso.”

Cleveland pôde simpatizar com Simon, já que a ordem está na mesma situação. “A ordem está em uma situação parecida. Já que nossa base está em Vizima, a maioria dos ministros do rei nos vêem como forasteiros. Os mais obstinados nos enganam sempre que têm chance. Se não fosse pela generosidade do rei, já teríamos sido chutados de volta para Vizima.”

“Desculpe.” Cleveland suspirou. “Acabei me exaltando. Vamos falar sobre o Simon. Ele gastava a maior parte do seu tempo trabalhando e nunca falava sobre mulheres. Provavelmente ele deve ter sido afetado pelas contínuas propostas recusadas.”

Outro cavaleiro adicionou: “Alguns de nós relaxávamos na Casa do Pavão às vezes, e o Simon ia conosco também, mas sempre só bebia, nunca dormiu com ninguém alí; até parecia como um monge abstêmio, ou é o que diríamos.”

Roy observou o corpo de perto com suas mãos cruzadas. Se ele é tão sem luxúria como os cavaleiros dizem, por que o assassino o escolheu como a personificação da luxúria? Ele é hipócrita? Ou um amante leal?

Então, ele viu Dennis vindo até ele através dos cavaleiros. Roy foi até ele, e Dennis sussurrou: “Olhei todos que estavam na lista. Todos os 25.” Dennis deu a ele um pedaço de pergaminho. “Os detalhes estão escritos bem aqui. Bem-feito, eu diria.”

“Sim. Obrigado.” Roy leu e perguntou: “Cranmer, tem alguém na ordem que veio de Nilfgaard além do Simon?”

“Não.” Dennis balançou a cabeça. “Todos, fora ele, são nativos de Temeria.”

“Algum deles tem um ancestral Nilfgaardiano?”

“Não faço ideia.” Dennis quase pulou em fúria. “Não me diga que você quer os registros dos ancestrais deles.”

“Não.” Roy balançou a cabeça com uma expressão sombria. Simon está morto. O maior suspeito se foi. Se ele realmente fosse o assassino, ele não teria finalizado a si mesmo assim. Não tem jeito. Mas não estou convencido de que ele é inocente. Seu ancestral veio de Nilfgaard, ele é um cara certo e nunca teve um encontro com alguém. E então, o assassino escolhe ele como a personificação da luxúria. E todo o ritual foi feito para aquela dama no castelo. Tem uma conexão entre eles?

Roy voltou-se para os cavaleiros. Ele precisava verificar algo. Cleveland tossiu. “Hum, senhor Roy, me perdoe, mas você encontrou algo?”

Roy ficou atrás dos duvidosos cavaleiros e concordou com a cabeça. “Tenho uma idéia de quem o assassino possa ser. Vocês podem me levar para a casa de Simon?” Ele olhou através dos cavaleiros. “Eu chequei as outras casas das vítimas. E agora preciso olhar a de Simon para caso tenha pistas nela.”


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