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The Divine Hunter – Capítulo 129

O Bruxo na Câmara

Salvatore ainda segurava sua espada, continuando a desviar o seu olhar. “Não sei do que está falando, bruxo.”

“Eu tenho a prova bem aqui, então nem pense em dar uma de bonzão pra sair dessa.”

“O que você quer dizer com ‘prova’? Sim, você tem a evidência, mas eu estava nervoso por causa do meu desgosto de criaturas como você. Mutantes desgraçados não merecem viver nesta terra!”

Roy balançou a cabeça. “Vou levar isso como um elogio. Agora, você pode negar isso tudo como quiser, mas ainda assim vou te dar uma chance. Me diga onde Letho está, e poderei garantir a você uma morte honrável; do contrário…” Roy bufou ameaçadoramente. “Você pode ser o próximo cara a desfilar pela cidade. Nu.”

Salvatore rosnou, se agachando como uma pantera caçando sua presa. Seus dedos estavam ficando brancos pelo aperto o qual mantinha na espada, histericamente rindo. “Nos seus sonhos, mutante!” Então, ele correu para a janela ao seu lado, a alcançando em pouco segundos. Ao tocar no parapeito dela, Salvatore se tornou radiante, pois tudo o que teria que fazer era pular e escapar das garras do bruxo.

Mas isso não se desenvolveu como ele queria. Pelo canto do seu olho, ele conseguiu ver um lampejo branco e, a partir disso, tudo o que pôde ouvir eram os seus próprios gritos. Salvatore pressionou sua mão direita que havia sido presa contra a parede por uma flecha, continuando então a gritar e gritar até que visse Roy lentamente vindo até ele. O cavaleiro segurou sua dor enquanto posicionava sua mão esquerda na flecha, passando a puxar pedaço por pedaço dela para fora até que saísse, o que era o suficiente para que sua face se contorcesse em dor; quando fora de sua mão a flecha, ele passou a cobrir a ferida com sua camisa. 

Marcado pela retirada do objeto, o rosto de Salvatore era pálido e, da cabeça aos pés, ele se encontrava encharcado, caindo ao chão em exaustão. 

“Isso dói?” Roy se aproximou dele e sussurrou maldosamente. “Não se preocupe. Vai doer mais daqui a pouco.”

O cavaleiro agarrou o seu peito com a mão machucada enquanto usava sua outra mão para se apoiar no cabo da espada e se levantar. “Você ousa ferir um cavaleiro da ordem, bruxo?” Ele rosnou. “Meus irmãos vão me vingar.”

“Você não acha que está um pouco tarde pra isso?” Roy bufou. “Você realmente acha que vão te ajudar quando descobrirem o que você fez? Burrão. Aposto que eles nunca pensaram que o assassino que queriam prender estava escondido bem debaixo dos nossos narizes todo esse tempo. Mas isso é compreensível. Apenas alguém da ordem poderia ter feito isso, apesar dos cavaleiros e guardas fortemente patrulharem o lugar. Afinal, traidores normalmente são difíceis de serem encontrados.”

“Não faça calúnias, bruxo! Você nunca compreenderia a importância desse ritual!”

“Nem, mas o que eu entendo é que se alguém ficar sabendo dos seus crimes, vergonha será trazida para a ordem. Seus companheiros vão te abandonar, sua família será envergonhada e as pessoas vão te ver como nada além de uma piada.” Roy olhou fixamente para Salvatore, decidido a matá-lo. “Deixe-me adivinhar, você estava guardando a sala como um cão leal enquanto o Simon e sua majestade Emilia estavam se divertindo na cama. Você assistiu o show e os animou, senhor cavaleiro?”

“Silêncio!” Salvatore finalmente estourou e atacou Roy com sua espada, como se ele não sentisse mais a dor. Se movendo instintivamente, mirou a garganta do oponente em cada balanço que fazia.

Em sua outra mão, Roy utilizou do seu treinamento no pátio do templo. O jovem bruxo saltou para trás rapidamente, evitando os ataques do cavaleiro. Não importa quantas vezes ele balançasse sua espada por aí, Roy conseguia escapar todas as vezes com seu trabalho de pés. Sempre que ele sentia a espada correr por sua pele, uma corrente elétrica percorria através de seu corpo.

Roy se arrepiou, mas não por causa do frio. Em vez disso, ele estava animado por causa da batalha. A enxurrada de ataques havia sido feita um momento atrás, mas ele só precisava de um segundo para recuperar o fôlego.

Um segundo era tudo que Roy precisava.

O bruxo avançou e levantou Gwyhyr, chocando-o contra a espada do cavaleiro. Um alto estrondo foi escutado antes que a espada de Salvatore fosse mandada aos ares pelo impacto. Antes que o cavaleiro pudesse processar o que havia acontecido, ele viu uma sombra sangrenta torcida aparecer atrás de Roy, surrando horrores em sua própria alma. O medo o pegou como a garra de um monstro, petrificando-o de tal forma que, por mais que quisesse mover o seu corpo, não conseguia nem mesmo movimentar um único dedo.

Tudo o que podia fazer era observar o bruxo apontar a espada para sua testa, não demorando muito para que visse gotas de sangue cair dela, sucedido de um punhado de cabelo que flutuava em direção ao chão. Salvatore engoliu nervoso, mas claro, Roy ainda não havia acabado; ele virou a sua espada e andou até ele, a pressionando contra a sua garganta. 

“Está se sentindo mais falante agora, senhor cavaleiro?”

Salvatore olhou para baixo e sorriu triste. “Apenas me mate, bruxo. Posso perder minha honra, mas você vai perder o seu mentor para sempre. Me mate, bruxo.” Pediu seriamente. “Seus olhos não são a única coisa bestial em você. Todos são apenas animais completos. Animais de sangue frio como você não entendem a santidade do ritual.”

“Você realmente pensa que não vou encontrar onde ele está só porque você não quer me dizer?” Roy passou a segurar sua espada com uma das mãos enquanto passava a outra pelas lombadas dos livros. Ao mesmo tempo, ele estava olhando para Salvatore. “Você deve ter ficado realmente nervoso quando viemos, até ao ponto de ter me atacado, mesmo que isso significasse expor a si mesmo. Do que você tem medo? Preocupado que eu encontre a calcinha da rainha escondida entre as páginas do diário? As cartas que o Simon escreveu para ela? Ou…” Roy percebeu um momento de pânico no rosto do cavaleiro quando ele tocou em um livro em particular, passando a sorrir. “A câmara secreta.”

O bruxo forçou um livro preto para o lado, e a estante começou a tremer e deslizar para longe, revelando uma escura câmara atrás dela. “E agora é sua hora de dormir.” Roy irradiou para Salvatore e, antes que o cavaleiro pudesse dizer alguma coisa, ele teve a parte de trás de seu pescoço esmagado pelo Gwyhyr. Dado isso, o bruxo pegou o cavaleiro antes que entrasse na câmara, o utilizando como um escudo de carne.

O lugar era do tamanho de uma sala comum, embora Roy não pudesse ver qualquer coisa. Graças a luz de fora, ele viu um grande símbolo gravado na superfície do chão. Eram várias camadas que formavam a pintura de um sol vermelho. Talvez, isso tenha sido feito com tinta vermelha, ou talvez com algo mais sinistro, como sangue humano, mas Roy não ligava.

A luz do primeiro andar e a luz das tochas criavam um formato angular, e o sol era dividido em três partes, começando pelo centro. A parte mais interna estava dividida nas quatro estações, a segunda estava dividida nos vinte meses do calendário, ambas escritas em linguagem comum; já a terceira parte, a parte mais externa, estava dividida em 8 meses de acordo com o calendário élfico, porém em escrita antiga.

Entre as diferentes estações e meses, havia livros velhos, esfarrapados e amassados.

Olhando mais atenciosamente, eles estavam relacionados ao Grande Sol, tal como ‘Tomo do Grande Sol’, ‘Revelação do Ritual Sagrado’, ‘Laços Eternos das Almas’ e ‘Reencarnação’.

“Então essa é a base real de Simon”, disse Roy. Então, ele viu algo se mexendo nas profundezas da câmara, por isso se moveu em direção ao som; quando viu o que era, o bruxo ficou chocado.

Um homem corpulento em roupas esfarrapadas pendurado na parede como carne seca. Seus membros estavam acorrentados e horríveis, e velhas cicatrizes cruzavam seu corpo musculoso. Também havia uma ferida que perfurava através do seu peito e estômago. Quando Roy olhou melhor, ele percebeu que o homem era careca, embora sua cabeça parecesse escura, assim como os espíritos. Mas ele sabia que a cabeça usada para brilhar costuma fazê-lo mais do que o futuro de qualquer um.

O homem careca estava pendurado por um fio. Seus olhos tinham a cor de âmbar brilhante, como os de gatos. Mas, mais importante, ele ainda estava vivo. Roy soltou um suspiro antes de jogar o Salvatore como lixo. “Já faz um tempo, Letho. Sentiu minha falta?”

Quando Letho reconheceu os olhos de Roy, o velho bruxo finalmente forçou um sorriso, embora o seu rosto machucado o tornasse irreconhecível.


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