The Oracle Paths – Capítulo 81

Esta Lívia era uma jovem sublime com longos cabelos castanhos claros, pele cor de oliva e íris douradas brilhando de malícia. Ao contrário dos mercadores, nobres, políticos e padres presentes, ela não usava toga.

Embora usasse uma túnica branca igual a eles, a toga usual usada sobre ela havia sido substituída por um peitoral de bronze. Dois felinos simétricos frente a frente adornavam este. Em vez das sandálias características dos cidadãos heliodianos, usava sapatos de couro fechados com placas de bronze protetoras estendendo-se até os joelhos como leggings.

Além disso, ela usava uma ombreira de metal em seu ombro direito formando a cabeça de um smilodon¹ ruidoso. Uma espada com uma bainha de couro preto com flores repousava em seu cinto e uma longa capa azul marinho flutuava atrás dela, presa à sua armadura por dois fechos de ouro novamente no formato da cabeça de um felino.

Debaixo do braço esquerdo e apoiado contra o peito, ela segurava um capacete de bronze com uma crista azul marinho que lembrava as falanges da Grécia antiga. Apesar dessa aparência resolutamente guerreira, suas coxas, bíceps e pulsos eram adornados com aros de metal dourado e seus dedos com anéis cravejados de pedras preciosas. Suas unhas também estavam pintadas de vermelho e seu rosto angelical delicadamente maquiado.

Era uma aparência contraditória que certamente chamaria a atenção. Jake não pôde deixar de se perguntar se era tudo um baile de máscaras ou se essa princesa era realmente capaz de empunhar a espada de Gládio pendurada em seu quadril.

Apesar de tudo, muitos pareciam temê-la, já que sua presença trouxera desconforto para muitos dos mercadores e nobres presentes. Até Toleus, o carcereiro, parecia sombrio.

“Por favor, não se importem comigo.” Livia relaxou a pesada atmosfera com um gentil aceno de sua mão. “Estou aqui apenas para assistir.”

Ouvindo isso, Toleus e a maioria dos nobres presentes relaxaram visivelmente. Ainda havia esperança. Nem todo mundo ficou incomodado ou perturbado com o aparecimento da princesa, mas se ela decidisse competir por esses escravos, suas bolsas de dinheiro sofreriam amargamente.

A filha mais velha do Imperador era conhecida por odiar jogos de política, por ser uma mulher determinada que amava os hobbies dos homens, com uma gargalhada que desprezava qualquer decência. Ela também era conhecida por ser extremamente dura nos negócios.

Ela era tão apaixonada pelo combate de gladiadores que estabeleceu seu próprio Ludus², os soldados que ela treinou estavam entre os mais ferozes do reino. O fato de que poucos ousaram se opor a ela quando escolheu um escravo(a) certamente não foi uma coincidência.

“Nesse caso…” Toleus, o leiloeiro curvou-se respeitosamente à princesa, “Que comece o leilão!”

“Este primeiro lote de escravos de Throsgenianos contendo dez homens bem constituídos e dez mulheres jovens férteis e agradáveis ​​aos olhos começa com 200 moedas de ouro. Como você sabe, os Throsgenianos têm inteligência limitada, mas sua destreza física é superior à da maioria dos myrmidianos. Elas também são excelentes escravas sexuais, fáceis de excitar e controlar com algumas precauções.”

“Se ninguém estiver interessado neste lote, os escravos serão leiloados individualmente a partir de dez moedas de ouro.”

Mesmo antes que um dos comerciantes barrigudos na primeira fila tivesse tempo de levantar a mão para dizer o preço, a voz de uma mulher autoritária esmagou a dele.

“200 moedas de ouro, eu fico com elas!”, Declarou a princesa em um tom que não tolerava qualquer recusa.

O rosto de Toleus desmoronou em um instante. “Essa vadia!” Ele deveria ter previsto que ela não desistiria da competição tão facilmente. Se a princesa estivesse ausente conforme planejado, ele poderia ter ganho pelo menos 350 moedas de ouro com este lote. Se ela monopolizasse os próximos lotes como este, ele poderia se considerar sortudo se não fosse dilacerado vivo pelo General Flavius ​​quando voltasse.

Apesar da atitude dominante que não conferia o mínimo respeito ao público presente, ninguém ousou ultrapassar a aposta da princesa. Pior ainda, ninguém se atreveu a mostrar seu descontentamento com um suspiro, um cerrar de dentes ou uma carranca. Para ela, o leilão não foi diferente de uma barraca de frutas e vegetais com preço fixo.

“200 moedas de ouro, dou-lhe uma? 200 moedas de ouro, dou-lhe duas? 200 moedas de ouro, dou-lhe três, vendidas!” Se ele não tivesse que manter uma cara de pau o tempo todo, Tolus certamente teria chorado muito.

“Aham…” Limpando a garganta, o carcereiro se forçou a continuar o lance. “O próximo lote…”

Extremamente traiçoeiro e não nascido ontem, Toleus adotou uma tática protelatória. Os próximos lotes de escravos que ele colocou no palco não eram tão bons quanto o primeiro. Os homens eram mais velhos e as mulheres nada atraentes, mesmo francamente feias. Ele esperava que dessa forma a princesa ficasse entediada e fosse embora, supondo que ela tivesse apenas sorte.

Infelizmente para ele, esta princesa possuía uma lendária paciência e certamente experiência em negociações. Os melhores escravos foram definitivamente deixados para o final e ela estava bem ciente das táticas fúteis que esses traficantes de escravos tentariam em sua presença autoritária.

Os próximos lotes de escravos foram timidamente contestados por mercadores e nobres menos influentes que simplesmente precisavam de escravos obedientes para cultivar suas terras ou que não eram muito selvagens para compartilhar suas camas.

Sejam crianças, homens ou mulheres, o império Myrmid tinha poucos tabus, visto que a idade adulta era considerada atingida aos primeiros sinais da puberdade. Além disso, um escravo não tinha direitos. Se a pedofilia fosse percebida como um crime obsceno pela maioria, nenhum pedófilo se preocuparia se sua vítima fosse um de seus bens.

Foi nesses momentos que a princesa Lívia mostrou seu grande coração. Assim que uma criança órfã aparecia em um leilão, ela imediatamente a dominava com grande intimidação e presunção. Quando uma criança estava acompanhada pelos pais ou irmãos, ela comprava a família inteira.

Corria o boato de que os escravos sob sua proteção tinham vidas relativamente pacíficas, exceto aqueles destinados à arena. Mesmo aqueles que lutaram na arena o fizeram por sua própria vontade.

A princesa ofereceu-lhes condições muito favoráveis ​​e tratou-os maravilhosamente bem. Não era incomum para cidadãos myrmidianos endividados escolherem lutar por seu ludus³, tornando-se escravos por um determinado período de tempo.

Na verdade, ao contrário do que os filmes sugeriam, gladiadores raramente morriam na prática. Seu treinamento e instrução eram caros e demorados. Se o benefício não valesse o custo, nenhum lanista permitiria uma luta até a morte.

No entanto, às vezes aconteciam acidentes e lutas até a morte eram organizadas regularmente. As apostas e compensações eram simplesmente muito maiores. Mas estes eram reservados para escravos e gladiadores voluntários sob contrato.

Como a princesa decidira comprar todos os filhos, que muitas vezes não eram vendidos por serem inadequados para trabalhos manuais prolongados, Toleus havia recuperado um pouco da cor. Os lotes de escravos que ele apresentou, por sua vez, tinham pouco potencial, com poucos comerciantes superando o lance original mais de uma ou duas vezes.

No entanto, parecia que a reputação da grande robustez dos throsgenianos já estava bem espalhada entre os escalões superiores do império. Escravos mais velhos que não deveriam ter excedido 7 a 10 moedas de ouro eram vendidos regularmente por mais de 15 moedas de ouro, um lucro inesperado que iluminou seus dias. Se a princesa saísse satisfeita antes que ele expusesse sua mercadoria de alta qualidade, teria uma boa chance de ser promovido ao retornar.

Lamentavelmente, ele ficou animado muito rapidamente, e a aparente falta de desejo da princesa em partir logo o deixou desapontado. Em vez disso, como se esfregasse areia nas feridas, a princesa se afastou por um breve momento, apenas para retornar um momento depois com um copo de vidro cheio até a borda de um suco de fruta local cor de romã.

Cedendo o óbvio, o leiloeiro percebeu que a venda terminaria em fracasso. Ele tinha acabado de vender seu lixo. Era hora de ele trazer seus produtos de luxo, na esperança de que alguns deles se destacassem o suficiente para despertar o espírito competitivo daquelas baleias que não diziam uma palavra desde o início do leilão.

Um deles, facilmente reconhecível, usava uma toga vermelho-sangue com bordas pretas, uma corrente de prata com um pendente representando o herói Myrmid e uma adaga sacrificial na cintura. O homem era extremamente velho, seu rosto sem sangue e emaciado como se toda a água tivesse sido drenada de seu corpo. Um sumo sacerdote pontífice do grande Templo de Myrmid.

Outro usava uma toga branca muito mais modesta, mas ao ver o baú cheio de ouro que carregava e os guarda-costas ameaçadores ao seu lado, não estava lá para brincar.

Um terceiro jovem, obeso, mas com a mesma pele morena e longos cabelos castanhos claros da Princesa Lívia, observava os acontecimentos se desenrolarem com um olhar divertido. Ele usava uma armadura cerimonial de ouro e prata com brasões caninos que lembram hienas. Comparado com a princesa, era óbvio à primeira vista que a roupa nunca o serviu.

Se Toleus conseguisse despertar o interesse desses três homens, poderia transformar esse pesadelo do leilão em uma bênção disfarçada se pudesse obter o favor deles. A única coisa a fazer era orar para que os próximos lotes não os desapontassem.

E nesses lotes, havia Jake e todos os outros jogadores.

Notas:

[1] a porra de um tigre antigo.

[2] ludus é uma escola pra gladiadores, pqp traduzir saporra dá trabalho.

[3] possui a porra do mesmo nome da escola..mas deu pra entender, é o chefe/diretor/treinador.