Dentro da barreira no 1º andar, dezenas de jogadores mascarados cercavam um homem vestindo uma jaqueta de couro gasta e segurando um menino.
Um dos jogadores mascarados, que parecia ser o líder do grupo, disse ao homem da jaqueta de couro: — Precisamos nos preparar para o ritual.
— Tudo bem. Vá em frente — respondeu o homem com voz resignada. O jogador mascarado acenou com a cabeça e anunciou: — Preparem-se para o ritual!
Cada jogador do grupo usava uma máscara peculiar; a maioria delas retratavam monstros de aparência horrível. Os homens mascarados começaram a se mover por ordem. Alguns começaram a formar um círculo, alguns com bastões começaram a desenhar círculos mágicos e o resto ativava suas habilidades.
Clatter.
Clatter.
Uma parte do grupo mascarado começou a arrastar um caixão de pedra em direção ao centro.
O líder dos jogadores mascarados anunciou: — Este é o altar de sacrifício. — Ele parecia eufórico enquanto falava, mas o homem da jaqueta de couro permaneceu rígido sem responder.
— Alguma coisa não está do seu agrado, Apóstolo? — O jogador mascarado perguntou quando sentiu o descontentamento do homem vestido de couro. O “Apóstolo” ficou quieto enquanto olhava para a criança em seus braços, com cerca de sete ou oito anos. Os outros não podiam ver, mas sua aparência inocente escondia seu incrível potencial e poderes já despertados.
Por fim, o apóstolo balançou a cabeça e respondeu: — Não, não é nada. — Era tarde demais para se arrepender de sua decisão, já que ele havia chegado longe demais. Se lembrando dos sacrifícios que fez, o apóstolo sorriu amargamente, talvez também percebendo que tudo foi em vão.
O mascarado parecia aliviado pela vontade inabalável do apóstolo. Os outros jogadores estavam focados em suas tarefas enquanto o jogador mascarado murmurava: — Assim que o ritual estiver completo, a porta se abrirá. Então…
O jogador mascarado de repente abriu os braços como se estivesse adorando seu deus. — Os deuses aparecerão e punirão este mundo! E você, nosso apóstolo… — ele se virou para o homem vestido de couro — Será o rei de todos os deuses!
Um estranho prazer encheu o rosto do jogador mascarado, e os outros ao redor também levantaram as mãos e se curvaram ao apóstolo. Observando os fanáticos ao seu redor, o homem de jaqueta de couro sorriu amargamente. Aqui, ele era o único que sabia a verdade. Eles não tinham ideia de que eram apenas ferramentas servindo ao seu propósito.
Quando a porta selada se abrisse e conectasse seu mundo ao outro mundo…
O homem da jaqueta de couro murmurou: — Vocês não fazem ideia, não é? — Todos os jogadores ao seu redor podiam ouvir suas palavras, mas ninguém escutava. Eles só ouviam o que queriam ouvir.
‘Andras, qual é a sua verdadeira intenção?’ O homem da jaqueta de couro estava imerso em seus pensamentos quando ouviu o anúncio.
— A preparação para o ritual está completa!
Finalmente chegou a hora. Todos os jogadores mascarados se ajoelharam e gritaram: — Apóstolo! Por favor, traga a oferta!
— Nossa oferta!
— Ohhhh! A oferta!
O homem da jaqueta de couro silenciosamente olhou para o menino novamente.
O homem vestido de couro usou uma habilidade para manter a criança dormindo para que ela não acordasse antes e durante o ritual. Quanto a depois dele…
‘Ele vai morrer.’ O homem pensou sombriamente. Essa criança era a chave porque suas veias carregavam o sangue do porteiro. Mas quando a chave fosse usada, tanto a porta quanto a chave morreriam. O menino se tornaria o próximo porteiro, perdendo sua vida mortal e consciência.
Passo.
Passo.
O homem começou a se mover, segurando a criança em seus braços com delicadeza. Ele caminhou lentamente em direção ao caixão de pedra e fechou a tampa após colocar a criança dentro.
O líder dos jogadores mascarados ordenou: — Está na hora! Preparem-se para a última etapa!
Vários jogadores que estavam por perto correram e começaram a desenhar um círculo mágico em cima do caixão de pedra com sangue humano.
Zumbido!
À medida que os círculos mágicos abaixo e acima do caixão começaram a vibrar, até a caverna em que os fanáticos estavam começou a tremer.
Boom!
Uma alta e repentina explosão chamou a atenção de todos. Segundos depois, quando seus olhos voltaram para o caixão, eles encontraram um jogador montando um estranho lobo colorido em cima dele. Os jogadores em pânico gritaram: — Isso é um lobo?!
— Um intruso!
— Onde estão nossos guardas?!
— O quê? Como ele cruzou a barreira?
O lobo abaixou a cabeça, tornando seu cavaleiro mais visível: cabelo preto brilhante, armadura cinza e um par de luvas pretas. Essas eram, na verdade, as características menos marcantes. Sua magia avassaladora o fazia parecer um deus.
O homem vestido de couro encontrou seus olhos com o jogador no lobo. De repente, o mestre lobo abriu os lábios e perguntou com uma voz fria: — Onde está Min-Su?
Quando Gi-Gyu entrou na barreira, se moveu rapidamente para avaliar a situação. Graças aos seus sentidos aprimorados, ele podia contar com bastante precisão os jogadores dentro da barreira.
Mais de 50 jogadores estavam dentro da barreira. Trinta se reuniram em um ponto e o restante guardava os parâmetros. Gi-Gyu rapidamente cuidou dos guardas nas bordas externas e, felizmente, conseguiu algumas informações deles.
‘Esses desgraçados planejam abrir a porta usando Min-Su como um sacrifício humano.’
Os jogadores mascarados se autodenominam Caravan. Pensando que o ritual já havia terminado, os guardas facilmente deixaram escapar a informação entre os xingamentos.
Gi-Gyu rapidamente sintetizou a situação. Alguém, provavelmente o Velho Hwang, selou a porta para o outro mundo. Só Min-Su poderia abrir a porta, já que ele era da linhagem do porteiro. Depois de abrir a porta, Min-Su se tornaria algo que não era humano.
‘Caravan… Isso soa familiar.’ Gi-Gyu olhou ao redor e pensou em silêncio. Ele se lembrava de ter ouvido o nome Caravan antes, mas não teve tempo de pensar nisso.
— Matem ele! Matem o intruso! — ordenou o líder dos jogadores mascarados.
— Não deixem que ele estrague nosso ritual! — outro jogador com uma máscara horrível gritou desesperadamente.
— Apóstolo, por favor, concentre-se apenas no ritual! — outro jogador gritou para o homem vestido de couro.
Os olhos dos jogadores mascarados estavam delirantes de loucura enquanto corriam em direção a Gi-Gyu. Mas mantiveram alguma distância do caixão de pedra em que Gi-Gyu estava. Tudo o que fizeram foi gritar com ele como se quisessem que ele saísse do caixão.
— Tem algo aqui dentro, não é? — Gi-Gyu perguntou enquanto os observava. Ele estava certo já que seus inimigos chiaram: — Argh…!
— Não podemos deixá-lo interferir em nosso ritual… — Um dos jogadores mascarados sussurrou, mas nenhum se atreveu a se mover.
Enquanto isso, Gi-Gyu continuou avaliando seus oponentes.
‘A maioria deles são jogadores de rank B… Principalmente semirrankers… Posso sentir alguns rankers de rank A também, mas…’
O que o confundiu foi o homem da jaqueta de couro. Com base no sentido de Gi-Gyu, ele era tão forte quanto Gi-Gyu. Mas se recusou a se mover e só olhou silenciosamente para Gi-Gyu.
— Tsc — Gi-Gyu estalou a língua em frustração. Ninguém estava o atacando, mas isso não significava que ele poderia ficar aqui para sempre. Ele ordenou que Bi atacasse os jogadores antes dele e simultaneamente materializou Lou e El em suas mãos. Então, ele mergulhou seus dois Egos no caixão de pedra.
Os jogadores mascarados gritaram: — N-não!
— Nosso ritual!
Kaboom!
Quando as espadas de Gi-Gyu entraram no caixão de pedra, ocorreu uma explosão gigante. Gi-Gyu voou para trás e caiu no chão próximo, e a área começou a queimar em chamas raivosas.
— Ugh. — Gi-Gyu gemeu e se levantou, seu corpo chamuscado pela explosão. Felizmente, Oberon e Brunheart absorveram a maior parte do dano. Ele ativou Acelerar e Corrida no momento certo para escapar do raio de explosão; ele teria ficado gravemente ferido se tivesse sido mais lento.
— Cof cof. — Gi-Gyu tossiu com a fumaça. Ele não conseguia enxergar muito bem por causa dela, mas ouvia os gritos dos jogadores.
— Ackkk!
— Peguem aquele lobo!
Parecia que Bi ainda estava fazendo seu trabalho fielmente.
Swish!
De repente, um vento refrescante soprou, dispersando a fumaça. A cena perante Gi-Gyu era uma bagunça. O caixão foi levemente danificado, os círculos mágicos se deformaram e os jogadores próximos ao caixão caíram em lugares diferentes.
Mas o homem da jaqueta de couro ainda estava exatamente onde estava antes da explosão.
— Aquele homem… — murmurou Gi-Gyu, distraído com a visão.
— Você está interferindo em nosso ritual! Seu desgraçado! Morra! — De repente, um jogador de nível quase ranker correu em direção a ele enquanto empunhava uma longa lança.
Estrondo!
Gi-Gyu simplesmente pisou no chão, e as vibrações fracas fizeram o homem perder o equilíbrio. Aproveitando a oportunidade, Gi-Gyu estendeu a mão para cortar o braço do homem com Lou.
— Ugh! — o homem gemeu, mas não parou e lançou sua lança em direção a Gi-Gyu.
— Prisão.
Quando o jogador mascarado viu a fita preta saindo de Oberon, ele balançou sua lança para cortá-la. Mas foi o movimento errado. Erguer o braço deixou seu corpo desprotegido, e Gi-Gyu prontamente mergulhou Lou no pescoço do jogador.
O jogador mascarado gaguejou enquanto engasgava: — U-gh… o… nosso r… ritual… nosso deus… Andras …
Em segundos, o homem parou de respirar.
— Andras?
“Andras…? Aquele desgraçado…”
Lou sussurrou com raiva. Gi-Gyu não sentia tanta raiva vindo de Lou desde o teste do 30º andar, quando sua forma física foi usada como uma marionete. O ressentimento que Lou sentia agora parecia tão forte quanto antes.
Alguns jogadores lutando contra Bi foram em direção a Gi-Gyu enquanto gritavam: — Morra! Morra!
Até Bi estava gravemente ferido agora, então Gi-Gyu não poderia continuar a usá-lo como escudo. Ele precisava bolar outro plano.
— Deve ficar tudo bem aqui — Gi-Gyu murmurou. Este local estava rodeado por uma barreira de alto nível que nem a associação reparou. Aqui, ele se sentia confortável lutando com o melhor de suas habilidades.
‘Min-Su está lá dentro.’ Gi-Gyu podia sentir a presença de Min-Su dentro do caixão com seus sentidos extraordinariamente aguçados agora que estava um pouco danificado. Como a explosão só arranhou levemente o caixão de pedra, Gi-Gyu teve certeza de que Min-Su ainda estava seguro lá dentro.
Mais de dez jogadores atacaram Gi-Gyu enquanto usavam suas habilidades.
— Matem ele!
— Abrir — ordenou Gi-Gyu; imediatamente, o portal de Brunheart se abriu quando uma luz azul brilhou em seu peito.
— E-ele está acessando o território de deus! Mas como?! — um jogador mascarado gaguejou em estado de choque.
— N-não pode ser! Ele é só um humano! — outro sussurrou.
— Quem é esse homem?! — algum jogador mascarado ferido no chão gritou.
— Ele também é um mensageiro de deus?! — o líder dos jogadores mascarados gritou em confusão.
Enquanto os jogadores olhavam para o portão azul em estado de choque, Gi-Gyu ordenou: — Durahan, tragam os esqueletos.
– Como… desejar…
Depois de comer tantos cristais, o durahan agora podia falar um pouco. Então, o durahan sem cabeça e uma longa fila de soldados esqueletos saíram da luz azul dançante.
Um dos jogadores mascarados murmurou em rendição: — Esses são os soldados de deus…
Gi-Gyu ordenou: — Matem todos eles.
— Seu desejo é uma ordem — o durahan murmurou enquanto brandia sua espada gigante. Depois que a batalha começou, Gi-Gyu caminhou lentamente em direção ao caixão de pedra, mantendo um olho no homem vestido de couro. Ele ainda não havia se mexido. Gi-Gyu levantou o caixão de pedra e o colocou dentro do portal usando sua incrível força.
— Hart, você sabe o que fazer. Cuide disso, está bem? — ordenou Gi-Gyu.
– Seu desejo é uma ordem, Grande Mestre.
O portal se fechou, mas a batalha não parou. Explosões e gritos podiam ser ouvidos de todos os lugares, mas o homem vestido de couro e Gi-Gyu ficaram quietos como se não tivessem nada para fazer. Quando seus olhos se encontraram, Gi-Gyu perguntou: — Por que não está me impedindo?
Se o homem tivesse tentado, ele poderia ter impedido Gi-Gyu de pegar o caixão. Mas ele não moveu um músculo. O homem deu a Gi-Gyu um sorriso amargo e respondeu: — Porque eu também não queria que meu filho fosse usado assim.
Após um breve silêncio atônito, Gi-Gyu perguntou em estado de choque: — Senhor…? Você é o pai de Min-Su?