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The World After the End – Capítulo 239

O mundo após o fim (11)

O médico continuou aparecendo na televisão.

Sempre que surgiam notícias sobre várias manifestações em vários lugares, o médico estava lá. O médico sempre era mostrado entre as pessoas que protestavam nas ruas.

O médico era mais famoso do que Jaehwan sabia. Ele era amplamente conhecido por seus ensinamentos sobre a Alemanha e a França e suas ideias inteligentes. Ele também foi psiquiatra de muitos políticos famosos do país.

O Fim do Gênio.

A mídia rapidamente divulgou a mudança do médico e criou boatos sobre suas palavras. Políticos conhecidos por terem ligações com o médico rapidamente negaram que tivessem algo a ver com ele. Mas mesmo com tudo isso, o médico continuou pressionando.

[Pessoas de todo o mundo! Devemos perceber que estamos presos! Estamos dentro da torre!]

Jaehwan não tinha certeza do que o médico estava tentando fazer. Por que ele estava promovendo toda aquela loucura depois de todo esse tempo? Não foi ele quem disse que o dinheiro era tudo no mundo? E que Jaehwan devia aceitar este mundo para sua família?

Não foi ele quem passou dez anos persuadindo Jaehwan de todas as maneiras que pôde?

Por quê?

O que o mudou durante este curto período de tempo? Ou havia outra intenção nisso tudo?

—Recentemente, acho que meus tratamentos estavam todos errados, afinal. Talvez seja tudo graças a você.

—Você está brincando?

—Estou falando sério. Talvez eu tenha sido persuadido por você durante nossos dez anos.

Jaehwan então pesquisou para ver se o médico havia escrito um livro recentemente, mas não havia sinal da história que ele rasgou naquele dia. Ele tentou se encontrar com o médico algumas vezes, e até o viu dentro do grupo de manifestantes enquanto passava, mas nunca foi falar com ele.

Talvez estivesse com medo.

Talvez estivesse com medo de trazer à tona as emoções que estava segurando. Talvez estivesse com medo de que isso lhe trouxesse maior desespero…

[Por favor! Abram seus olhos!]

Felizmente, as notícias do médico morreram rapidamente na mídia, pois outros problemas maiores surgiram. Além disso, o médico não mudava de postura e isso logo entediava as pessoas. Ele sempre esteve em locais de protesto, mas nunca apoiou nenhum político ou organização.

— Hmph. É ele de novo.

Hwang Inchan, que assistia ao noticiário junto com ele, falou.

— Sabe, tem gente como ele que não sabe como o mundo gira. Ele não sabe que a vida depende de quinze minutos. Os quinze minutos daquele homem já se foram.

Hwang Inchan coçou a barba e se virou para Jaehwan.

— Quinze minutos… Ah, Jaehwan. Eu já te disse isso?

— Você quer dizer os quinze Minutos de Fama de Andy Warhol?

— Isso mesmo! Você sabe então!

Inchan adorava citar — quinze Minutos de Fama — o tempo todo. Parecia que essa era a única citação famosa que ele conhecia, pois a repetia tantas vezes que irritava Jaehwan a cada quinze minutos.

— Os autores também são iguais. Aqueles com quem trabalhamos. Você vê, a fantasia moderna é um gênero muito popular agora, mas quanto tempo acha que vai durar? Nunca se sabe o que está por vir. Você pode ser um autor popular agora, mas nunca sabe onde vai parar.

Jaehwan sabia exatamente como responder a cada vez agora.

— Então quer dizer que todo mundo tem seus quinze minutos de fama?

— Exatamente! Há os melhores quinze minutos para todos e nunca se sabe quando vai acabar! Acho que seus quinze minutos são agora, Jaehwan. Vejo que você fez um bom trabalho neste trimestre.

— Obrigado.

— Sim! É assim que você deveria ser. Seoyul, você deve aprender com Jaehwan também.

Houve uma pequena mudança na empresa, e uma delas foi que Han Seoyul havia sido contratada pela empresa de Jaehwan.

— Oh, sim.

Jaehwan teria impedido se soubesse, mas tudo aconteceu antes que ele pudesse fazer qualquer coisa a respeito.

— Não me dê apenas uma resposta. Mostre resultados. Olhe o Jaehwan! Ele não é bonito ou muito bem-humorado, mas consegue!

Jaehwan ficou desconfortável ao ver o rosto de Seoyul ficando deprimido. Houve um precedente em que uma ex-funcionária pediu demissão por causa das críticas de Inchan.

— Seoyul, você tem suas próprias armas. Você vê, está em seus ‘quinze minutos’, sabe? Você sabe que as mulheres terminam depois dos vinte e cinco anos, certo? Veja bem, uma mulher deve…

E Jaehwan não aguentou mais e abriu a boca.

— Inchan.

— Hã?

Ele cortou Inchan, mas não tinha certeza do que dizer.

— A-Ah. Deixa eu ver. Você é–? C-C-Certo. Seoyul é muito fofa, não é? Ei, Seoyul. Vejo que você tem um cavaleiro de armadura brilhante para si.

Inchan sorriu provocantemente, mas Jaehwan balançou a cabeça.

— Não, não é bem assim.

— Hã? O quê?

Jaehwan não respondeu e o rosto de Inchan lentamente ficou frio.

— Espere. Você é aquele negócio lá? Feminista ou algo popular de hoje em dia?

— Hã?

— Você sabe. Aqueles negócios de rede social de hoje em dia.

— Não, não é assim…

— Você sabe como esse tipo de pensamento pode ser perigoso, certo? Tem que superar isso! Não sabe quem são nossos leitores? Hein?

Jaehwan soltou um pequeno suspiro.

Ugh, ele vai ficar atrás de mim por um tempo agora.”

Era tarde demais para se arrepender agora. Mas houve um momento em que Jaehwan precisava dizer algo. Depois que perdeu seu mundo, sua justiça e a maioria de suas memórias estavam desaparecendo, mas havia certas emoções que ainda persistiam.

Jaehwan sabia que ele não era tão inteligente.

Ele esqueceu a maior parte do conhecimento que os Transcendidos haviam passado. Não tinha conhecimento de direitos humanos ou feminismo. Também não tinha muito conhecimento sobre igualdade de gênero. Mas sabia o que era certo e errado neste mundo, pelo menos.

— Pense nisso, Jaehwan. Pense em todos os nossos leitores que estão sofrendo no trabalho.

— ….

— O que você acha que eles vão querer ler? Sobre direitos humanos? Sobre a justiça? Problemas éticos? Feminismo? Está tudo ótimo. Claro. Mas pense na realidade. Isso não vende! Sem falar que nem são publicados!

Jaehwan sabia disso muito bem.

— Você acha que as pessoas não leem, porque não sabem que é bom? Não! Eles sabem! Eles já sabem e é por isso que não querem ler!

Parecia um déjà vu. Jaehwan tinha ouvido palavras semelhantes de algum lugar. Onde era? Foi na Árvore das Miragens? Foi Yoo Surha? Myad? Ou Chunghuh? Ele não tinha certeza. Talvez Jaehwan não quisesse se lembrar.

— Você não sabe por que ainda é jovem. Ainda não viveu uma vida.

Vida… Ele ainda poderia dizer isso se soubesse dos dez bilhões de anos de Jaehwan? Ele ficou curioso.

— Você acha que as pessoas não querem justiça em suas vidas? Não há outra maneira! É por isso que vivem assim! Todos têm suas famílias! Jaehwan. Você também tem mãe, não é?

Mãe. Jaehwan parou com a palavra repentina.

— Sim…

— Viu? Pense nisso. Todos vivem para os entes queridos que estão ao seu redor! Vivemos e morremos todos os dias para apoiá-los! Como a justiça pode criticar essas vidas? O que eles precisam não é de justiça! É uma garantia! E estamos encontrando livros que podem tranquilizá-los!

— É-É mesmo?

Jaehwan então olhou para o monitor de seu computador. Havia um livro que ele estava editando, um cheio de cenas simples de batalha, personagens secundárias femininas e protagonistas com desejos maiores. E Jaehwan pensou nos leitores que leriam tais personagens.

— Claro! Jaehwan, você deveria tirar algum tempo para relaxar às vezes. Ouça com atenção às minhas palavras. É por experiência.

“Entendo.” Se a vida era assim, então talvez Inchan fosse mais experiente. Jaehwan não conseguia parar de pensar.

Depois que o sermão de Inchan acabou, Jaehwan sentou-se em sua mesa. Ele acenou com a cabeça para Seoyul que estava se desculpando com ele com os olhos. No canto de seu monitor havia um vídeo do Youtube que ainda estava passando. Era o médico. Do vídeo que foi silenciado, as palavras dele apareceram como legendas.

[Devemos mudar! Devemos mudar esta torre que mantém nossos entes queridos como reféns! Devemos mudar este mundo onde nos mantemos reféns uns dos outros…!]

Jaehwan desligou o vídeo. A janela do documento era tudo o que restava agora.

‘BOOM! BBBAAAAAM!’

‘— Argh. Ugh. Essa é uma força incrível!’

‘— HAHAHAHA! O que cê achou disso?!’

Quando Jaehwan olhou para aquela janela de documento, ele se sentiu estranho. Será que ler isso realmente tranquilizaria as pessoas e as ajudaria a viver um novo dia? O mundo era realmente criado dessa maneira?

Jaehwan olhou para a janela por um longo tempo e começou a digitar. Ele mudou ‘BBBAAAAAM’ para ‘BAAAM’ e mudou ‘cê’ para ‘você’ sem emoção. Esta era a vida neste mundo, afinal.

Foi o mundo que ele decidiu aceitar para proteger o que era precioso para ele.

Jaehwan manteve sua decisão por exatamente um mês.

Depois de um mês, Jaehwan recebeu uma ligação do hospital enquanto estava no trabalho.

Sua mãe morreu.


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