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The World After the End – Capítulo 240

O mundo após o fim (12)

Quando Jaehwan viu o corpo de sua mãe sendo enviado para ser cremado, se sentiu vazio.

Era isso? Era assim que a vida deveria ser?

Jaehwan estava em profunda tristeza quando olhou para Yoonhwan e Seoyul segurando suas lágrimas, para não mencionar seu pai que nem sequer o visitou. A mãe dele morreu há três dias.

Se ele não tivesse visitado o hospital imediatamente, nem teria tido a chance de se despedir.

—Ela estava escondendo isso o tempo todo. Já era tarde quando a ambulância a trouxe aqui.

O câncer não era uma doença que aparecia com frequência nos livros? Jaehwan não conseguiu se adaptar à tragédia repentina.

“Mãe.”

A presença de sua mãe foi a razão e o propósito para ele se tornar normal neste mundo. Ele se adaptou a este mundo apenas por sua mãe e viveu neste mundo apenas por ela.

—Jaehwan.

—Sim, mãe.

—Eu só estava preocupada com você… Me desculpe.

Sua mãe deixou-lhe palavras que ele não conseguia entender.

—Foi um erro deixar aquele médico tratar de você. Eu só estava…

—Estou bem, mãe.

—Seu pai nunca colocou as mãos em você. O médico estava errado. Você não é infeliz. Você é…

Após o funeral, Jaehwan perdeu toda a vontade de fazer qualquer coisa. Ele fez uma pausa no trabalho e ficou na casa de sua mãe para limpá-la. Na casa, Jaehwan encontrou muitas coisas que nem imaginava que estivessem lá.

O livro do Pequeno Príncipe que sua mãe costumava ler para ele era uma dessas coisas.

Jaehwan leu o livro desde o início novamente. Ele foi capaz de entender muitas coisas que não entendia quando era mais jovem. Ele agora sabia que não era apenas um conto de fadas infantil e estava claro o que o autor estava tentando contar.

Mas era isso.

“Afinal, é apenas um livro.”

Realidade e imaginação eram diferentes. Mesmo com uma boa metáfora e explicação, não havia como superar a realidade. Na última página do Pequeno Príncipe, havia cartas. Jaehwan ficou surpreso ao ver quem enviou aquelas cartas.

Eram do médico.

Foram as cartas que chegaram a ele enquanto Jaehwan estava no exército. A mãe dele mantinha todos elas ali.

-Jaehwan. Você está certo e eu estava errado.

-Você está enganado. Há um mal-entendido.

-Jaehwan, eu sei agora. A torre é real. Por favor, vamos conversar mais uma vez.

-Jaehwan…

Jaehwan leu as cartas durante toda a noite.

— Você está falando sério? Tirou uma folga do trabalho por uma semana!

Foi Inchan quem o cumprimentou com raiva em seu primeiro dia de volta ao trabalho. Inchan gritou com Jaehwan o dia inteiro e Jaehwan manteve seu silêncio. Quando o dia acabou, Inchan se desculpou um pouco e forçou Jaehwan a ir jantar com os outros colegas de trabalho.

— Sinto muito pela sua mãe.

Inchan bebeu um copo de bebida e deu um tapinha nas costas de Jaehwan.

— Todo mundo perde a mãe um dia. Eu também perdi a minha. Todo mundo experimenta isso se você viver por cerca de quarenta a cinquenta anos. É como o serviço militar. Mas tudo vai passar. O serviço não foi assim também?

O rosto de Inchan estava vermelho. O cheiro de álcool encheu todo o bar. Jaehwan sentiu náuseas.

— Aqui! Bebam! Bebam por Jaehwan!

E para desdém de Jaehwan, a bebida continuou.

— Então, quando eu tinha sua idade…

Com o passar do tempo, Inchan iniciou sua rotina habitual de sermões. Jaehwan olhou para Inchan silenciosamente. O homem sempre gostou de falar sobre o passado como se fosse o melhor momento de sua vida. Era como se esse fosse o único momento em que seu eu ‘real’ estava lá. Mas não era apenas ele quem fazia isso de qualquer maneira. Essa era a característica de todo homem velho neste mundo.

— HMPH! Olhe para o seu rosto! A morte de sua mãe não é o fim do seu mundo! Pense nos outros ao seu redor! Você ainda vive mais um dia para eles! Desse jeito, você ganha um bom dia, e dele tira energia para viver outro! AQUI! Tome outra bebida!

Inchan serviu cerveja no copo vazio de Jaehwan e ergueu seu próprio copo vazio. Ele então olhou para Seoyul que estava sentada ao lado dele. Seoyul se encolheu com o olhar.

— OH! Seoyul, eu esqueci que você estava aqui também. Vamos. Traga-me uma cerveja.

— Certo…

— Você parece estar indo bem esses dias. Sabe que vai ter uma promoção em breve? Sabe que estou muito próximo da gerente de RH hoje em dia…

A mão de Inchan que estava no ombro de Seoyul começou a rastejar para baixo. Nunca teria sido possível em circunstâncias normais, mas a atmosfera permitiu que isso acontecesse. Seoyul mordeu o lábio e olhou ao redor em busca de ajuda. Havia tantas pessoas, mas ninguém tentou ajudar.

Seoyul finalmente encontrou os olhos de Jaehwan. Os dois se olharam por um curto período de tempo. E durante aquele momento, Jaehwan entendeu tudo o que estava acontecendo na mente de Seoyul.

Jaehwan sentiu o mundo tremer.

Um pensamento rebelde surgiu contra essa autoridade horrível e foi um pensamento de que ele não deveria revidar. Seoyul estava profundamente presa dentro de si mesma e ali estava o futuro que ela tinha que suportar. Havia uma tristeza desmoronada, que resultou na desistência no final.

Por quê?

Por que precisava desistir?

Jaehwan sentiu que não conseguia se segurar em algo que estava surgindo. Como se o espaço temporal estivesse sendo dilacerado, algo dentro dele estalou.

— Hã? Jaehwan. O que está fazendo?

Inchan disse algumas palavras sobre dizer a ele para suportar a realidade por seus entes queridos, e sua ação atual balançou a cabeça de Jaehwan por sua vez. Jaehwan olhou para Inchan friamente. Inchan franziu a testa enquanto tentava se livrar da mão de Jaehwan, e logo sorriu sem jeito.

— Ah, J-Jaehwan. É um mal-entendido. Eu só estava…

— Mal-entendido? Que mal-entendido?

Jaehwan perguntou de volta com uma voz fria.

— Não entendi nada errado.

Ele sentiu a mão de Inchan tremendo.

— O-O que… Solte minha mão! O que você está…?!

A turbulência rapidamente se expandiu para o resto das pessoas. Até os executivos sentados nas outras mesas agora olhavam para eles. Inchan levantou a voz freneticamente.

— AH! Você deve estar bêbado! Haha! Sim eu entendo. Você está triste! Entendo! Bebida! Aqui! Vamos! Pessoal, não se preocupem. Isso não é nada. Não é nada!

Jaehwan viu o sorriso desajeitado e covarde de Inchan, Seoyul não conseguia levantar o rosto e as pessoas rapidamente ficaram entediadas. Inchan conseguiu acalmar a situação que agora estava esfriando.

— Jaehwan, conversamos depois. Há executivos aqui. Se você não se recompor… Sabe o que vai acontecer, certo? Eu vou deixar você em paz, já que desta vez você…

Jaehwan fechou os olhos lentamente. Seus sentidos foram cortados como mágica.

Por que ele ainda estava vivendo neste mundo? Ele havia perdido seu ente querido, então por que ainda vivia neste mundo? Uma emoção que estava segurando explodiu no silêncio. Sim, ele deveria ter feito isso desde o início. Não conseguia entender por que não fez isso desde o início.

— Jaehwan. Vou apenas dar-lhe um aviso, mas se você fizer isso de novo na próxima vez… Mmmmmughh!!! AAAARGH!

Cada copo na mesa foi jogado no chão enquanto cerveja e licor se espalhavam por todo o lugar. Inchan estava na mesa depois de ser jogado nela, se contorcendo como um inseto.

— Uugh… Uh…

As pessoas gritaram. Os olhos de Seoyul se arregalaram em choque.

E no meio de pessoas que ficaram chocadas, Jaehwan sozinho estava de pé contra todos os olhos ao seu redor. Inchan mal estava olhando para Jaehwan, ofegante. Sua boca, aquele mundo, ainda estava falando com Jaehwan.

“Todo mundo vive assim. Todos eles vivem para seus entes queridos.”

Mas no ouvido de Jaehwan, essas palavras não chegavam mais. Jaehwan abriu a boca com uma voz sem emoção.

— Entes queridos? Não tenho mais nenhum.


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