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The World After the End – Capítulo 245

Ouroboros (1)

[Eu tenho que me lembrar disso. Essa é a única maneira de não desaparecer.]

Sirwen Armelt.

Epílogo. Ouroboros.

— Ei, você realmente acha que devemos considerar isso uma obra-prima?

Pesadelos que participavam de uma festa de comemoração murmuraram entre si. Quando a música começou a tocar, a festa começou e os Pesadelos beberam e comeram à vontade. Mas os antigos Pesadelos da União dos Pesadelos que estavam sentados ao redor da mesa principal da festa estavam ocupados franzindo a testa uns para os outros.

— Ugh.

Diante de seus olhos, havia uma pequena ‘torre’ do tamanho de uma estátua.

Já foi chamada de ‘Torre dos Pesadelos’, mas agora era só chamada de ‘Torre’. Era uma vez uma arte que glorificava os Pesadelos acima de todos os outros seres, mas agora era uma estrutura antiga usada apenas para relembrar os velhos tempos para os velhos Pesadelos. O líder da União olhou atentamente para o interior da Torre e franziu a testa.

— O que isso quer dizer? Esta é apenas uma cópia do nosso mundo!

— Não deveria ser a Árvore das Miragens? Acho que mostra a Árvore das Miragens.

— Árvore de Miragens? O que você sabe sobre ela? Parece uma árvore, mas…

— Olhe para o último andar. Isso é uma piada!

Eles criticaram enquanto olhavam para o exterior da torre. Era a nova criação da última [Mestra], Sirwen Armelt.

— Aquela garota arrogante continua criando torres estranhas depois de se tornar uma Mestra.

— O que é toda essa bagunça sobre uma torre…?

— A garota tem boa aparência. É nisso que os mais novos estão focados. Uma garota sem senso artístico!

— Silêncio. Fique quieto.

Um dos Pesadelos antigos levou um dedo aos lábios e uma bela mulher com um lindo vestido caminhou atrás deles. Todos ficaram quietos com o frio repentino. Apenas o som de seus saltos ecoou por um tempo e ela caminhou até o palco.

— Pessoal, por favor, deem as boas-vindas à Sirwen Armelt!

Pesadelos jovens gritaram de emoção. Sirwen recebeu o microfone da anfitriã e olhou ao redor da festa. Havia alguns rostos novos, assim como os rostos que ela reconhecia. Havia também alguns que ela não queria mais ver.

“Aqueles velhos vagabundos estão aqui de novo.”

Sirwen franziu a testa para os velhos Pesadelos da União. Eles sempre se juntavam à festa para arruiná-la. Eram velhos, mas não se tornaram Mestres. E agora, a morte os esperava.

Com a palavra ‘morte’, as memórias varreram Sirwen.

“Não. Não vamos pensar nisso.”

Sirwen se acalmou e falou.

— Pessoal, comam, bebam e divirtam-se. Isso é tudo o que tenho a dizer.

Pesadelos jovens gritaram novamente. As festas de Sirwen eram sempre assim. Ela apresentava seu trabalho e eles gostavam. Não havia palestras chatas sobre o trabalho. Os participantes apenas se divertiam na festa. Isso era tudo. Mas a anfitriã desta vez parecia estar chocada com o jeito de Sirwen.

— Hã? É isso? Que tal alguns comentários sobre o seu trabalho ou…

Sirwen virou-se para a anfitriã. Ela continuou.

— Esta obra é caracterizada por seu contraste com o novo mundo e a Árvore das Miragens. É complicado, então se você pudesse explicar o motivo e…

— Não.

A anfitriã ficou pasma.

— O quê?

— Não vou falar nada.

A anfitriã ficou chocada e confusa.

— Mas você deveria… Uh, todo mundo está curioso sobre o último andar do [Pesadelo do Início], por exemplo… Se você pelo menos nos der o tema de…

— Um tema?

Sirwen zombou.

— Por que eu criaria uma torre se vou revelar tudo falando? Eu poderia apenas falar dela em vez de fazê-la.

— S-Sim, mas…

A anfitriã procurou freneticamente em seus cartões de sugestão e Sirwen falou.

— Se você quer tanto que eu diga algo…

— O-Oh! Por favor!

A anfitriã sorriu e olhou para Sirwen, mas ela não estava mais lá. Ou metaforicamente, pelo menos.

Ela estava procurando por um passado antigo. O tempo que a maioria dos seres já havia esquecido. Os dias em que todos lutavam para ser um ‘ser’. Muitas cenas passaram por seus olhos.

— Esta é uma torre para uma certa pessoa.

Depois que o [Fim] veio, a Árvore da Miragens foi destruída. Todos os seres estavam presentes quando isso aconteceu.

Os galhos e o tronco caíram e a Árvore das Miragens se dispersou em prata.

Monarcas e Deuses. Adaptados e Despertados. Todos olharam para a cena. Eles sentiram o desastre que nunca poderiam esperar parar. Então aceitaram.

Este era o fim. Era assim que tudo iria terminar.

Com uma explosão, o mundo girou e tudo ficou coberto de poeira prateada. Demorou cerca de uma semana para o pó de prata diminuir.

Sete dias prateados.

Mas mesmo depois daquela semana, as pessoas ainda sobreviveram. Os seres que sobreviveram agora perceberam que estavam vivendo em um ‘novo mundo’. Era a criação de uma mistura entre o <Abismo>, o <Caos> e as <Grandes Terras>. Era o mundo que tinha Deuses, Monarcas, Adaptados e Despertados em um só lugar. Não havia Árvore de Miragens e o mundo estava livre das correntes do Sistema.

Novo Mundo.

As pessoas nomearam o novo mundo.

* * *

— Você voltou.

— Sim.

— Como foi a festa?

— Foi o mesmo de sempre.

— O pessoal da União voltou a ficar rabugento?

— …

— Não ligue para eles. Eles sempre fazem isso.

— Sim, e isso não me faz sentir melhor a cada vez.

Sirwen sorriu e tirou o casaco, colocando-o na cadeira do quarto do hospital.

— Como está sua condição?

— Estou bem.

— Bem? Você parece que está morrendo.

Sirwen olhou para o velho deitado na cama. Ele tinha cabelos brancos e rosto enrugado. O tempo e a idade estavam arruinando seu corpo. Sirwen lembrou-se do passado do velho quando ele era garoto.

Um garoto rude do <Abismo>. Um garoto que era tão teimoso que era fácil dizer de quem ele era seguidor. O garoto que agia como se fosse adulto agora era um homem velho.

Sirwen acariciou a testa do velho e pensou em seu nome. Como se ela fosse se lembrar do nome dele depois que o tempo acabasse, pensou no nome.

O nome desse velho era Runald.

— Sim. Eu vou morrer um dia, certo?

— Algum dia? Acho que será em breve.

— Ugh, não diga isso assim. Eu sinto racismo toda vez que você diz isso, sabe?

— Haha…

— Você acha que Chunghuh teria se sentido assim? Ou Karlton…?

— Runald.

— Haha, estou brincando. É brincadeira.

Runald sorriu, balançando levemente os lábios.

— Só estou… Com medo. Ao contrário de Chunghuh, é a primeira vez que eu… Morro. Será a primeira e a última.

— Não seja estúpido. É a primeira vez para todos.

— Sirwen. O que você acha que é a morte? Vou voltar para o nada? Não há nada além deste mundo? Sem memória, espírito ou…

Os lábios de Runald logo ficaram em silêncio. Parecia que ele estava sem energia. Respirações pequenas e superficiais foram ouvidas. Sirwen acariciou a testa de Runald com um olhar triste em seu rosto.

— Garoto, é isso que nos torna humanos.


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