Havia um motivo pelo qual Jaehwan os seguiu até o escritório do Castelo sem protestar.
— Você estava procurando por um Pesadelo, certo?
A Fortaleza de Gorgon era um lugar grande. Mesmo que Pesadelos fossem raros, poderia haver um ou dois se procurasse com atenção. Foi o que Meikal disse.
— Vá para o escrivão do castelo. Diga meu nome e mostre a bainha. Você vai então dar uma olhada no registro de entrada.
Parecia uma boa ideia rastrear um possível Pesadelo que havia entrado na fortaleza. Era isso que ele planejava fazer, a menos que encontrasse outros problemas.
“Está ficando confuso.”
Mas talvez seja melhor. O homem de meia idade parecia ter uma posição alta, então poderia ser mais fácil se ele ajudasse a encontrar um Pesadelo. Jaehwan olhou para ele.
O homem tinha um bigode limpo junto a um rosto sábio e inteligente. Euren parecia muito nobre e inteligente. Mas era seu 221º ano depois de ter morrido nas Grandes Terras. Ele era um dos mais velhos na Fortaleza de Gorgon.
— Primeiro terei que me apresentar. Meu nome é Euren Chiver, Chanceler dessa “Fortaleza de Gorgon”.
— Jaehwan.
Euren riu.
— Você realmente se parece com o que ele disse. O doutor me contou sobre você.
Jaehwan olhou e o doutor estava murmurando:
— Olha, eu disse que ele era rude.
— Mas deve saber que não é o seu nome que queremos saber.
Ele foi direto ao ponto, mas com muita educação. Foi interessante ver um oficial de posição tão alta ser tão educado.
— Deixe-me perguntá-lo isso logo de cara, senhor Jaehwan. Você é o mensageiro dos Pieris Verde?
— Não.
— Entendo.
Euren não parecia surpreso.
— Você não era?!
— Não disse isso?
Chunghuh completou:
— Ei, garoto. Deixe-me te perguntar. Se você não é dos Pieris Verde, então onde conseguiu essas pedras?
Chunghuh perguntou enquanto olhava para a pedra nas mãos de Jaehwan.
A resposta de Jaehwan foi simples.
— Eu as peguei.
— Espera que eu acredite nisso? O que aconteceu com os donos?
— Estão mortos.
— Mortos? Quem se atreve a matar uma das cinco famílias…
— Eu os matei.
O comandante ficou chocado e Chunghuh se levantou, mas Euren o impediu.
— Por favor, se acalme, doutor.
O chanceler era tão digno que até deixou Jaehwan admirado.
— Ele matou todos eles!
— Não sabemos o que aconteceu entre eles e o senhor Jaehwan.
— …
— Deveríamos ouvi-lo. Ele deve ter tido motivos.
Euren olhou para Jaehwan e Jaehwan respondeu:
— Eles me atacaram primeiro. Queriam meu chifre, então lutei contra eles.
Jaehwan em seguida tirou o último chifre da mochila dele. Euren assentiu.
— Entendo…
Os Pieris Verde eram famosos por sua ganância por materiais. Se um mero humano estivesse andando com um material de alto valor como o chifre de um Garnak, havia uma chance deles atacarem. Se Jaehwan os matou para se proteger, então não era culpa dele. Euren ficou curioso. Como esse cara veio até aqui?
— Senhor Jaehwan, se importaria de me explicar sua história um pouco mais?
Depois de um tempo…
— Entendo. Deixe-me resumir sua história.
Euren recontou os acontecimentos:
— Primeiro. Você foi “acidentalmente” arrastado para esse <Caos>.
Jaehwan concordou.
— Segundo. Você “acidentalmente” encontrou os Pieris Verde e entrou nessa fortaleza.
Jaehwan concordou.
— Terceiro. Você “acidentalmente” arrumou problemas e conheceu o doutor. E copiou o que ele fez.
Jaehwan concordou.
— Certo. Entendo.
Chunghuh franziu a testa enquanto os observava.
— Chanceler, acredita mesmo nele?
— Sim, acredito.
— Você enlouqueceu por causa da doença do Mestre?
Euren sorriu.
— Doutor.
— O que é?
— Para ganhar a confiança de uma pessoa, deve confiar nela primeiro.
— …
O doutor ficou confuso e Euren olhou de volta para Jaehwan.
— Senhor Jaehwan, posso te fazer mais algumas perguntas, se não for exagero?
— Claro.
— Então, primeira pergunta. Seu corpo está vivo agora. Correto?
O dedo de Jaehwan que brincava com a pedra paralisou.
— Como sabia que eu não morri?
— Não disse que foi “acidentalmente” arrastado para o <Caos>?
— Sim.
— Sabia que ninguém no <Caos> expressa a própria “morte” dessa maneira?
Ele era um homem muito inteligente. Jaehwan levantou sua guarda.
— Segunda pergunta. Há um motivo para esconder sua identidade?
Jaehwan ficou em silêncio e respondeu:
— Sim.
— É por causa de uma determinada ameaça?
— Talvez sim, talvez não.
— De certa forma é, como também não é.
Euren colocou a mão sobre a mesa e continuou:
— Devo me desculpar de antemão.
— O quê?
— Para ser sincero, eu estive observando você pelos últimos três dias.
— Eu sabia.
— É claro.
Jaehwan se lembrou do homem com uma roupa verde escura que ele nocauteou perto da Queda do Crepúsculo.
— Foi difícil já que você era muito poderoso, mas houve alguns resultados.
— …
— Conseguimos descobrir algumas coisas sobre você. Quer saber quais são?
— Vá em frente.
Euren sorriu.
— Esse documento resume o que aconteceu depois que entrou na fortaleza.
Jaehwan olhou para baixo e leu o papel na frente dele.
Primeiro dia.
O alvo entrou em confronto com Carlton.
O alvo tirou a [Pedra do Espírito Esquecido] e fez os civis se sentirem aterrorizados.
O alvo massacrou gangues locais.
O alvo invadiu a Queda do Crepúsculo e ameaçou o Vice-Chefe.
O alvo tomou a Queda do Crepúsculo ilegalmente. (Resultou em 180 milhões de hóruns em perda de propriedade).
O alvo começou a processar um material de grau SS, “Chifre de Garnak”.
Terceiro dia.
O alvo destruiu a estrada mercante do norte. Perda de propriedade estimada: 40 milhões de hóruns.
O alvo entrou em confronto com os irmãos JanYa e o Clã Céu Dourado. (O Capitão da Guarda Norte e outros 14 guardas foram feridos no processo).
O alvo massacrou os irmãos JanYa e o Clã Céu Dourado.
O alvo entrou em confronto com o Homem Morto intermediário.
O alvo matou o Homem Morto intermediário. (Perda de propriedade estimada devido aos danos: 30 milhões de hóruns).
O alvo entrou em confronto com o Médico do Desespero.
O alvo usou a “Retaliação do Homem Morto”.
Grau de perigo do alvo: SS.
Força física do alvo: impossível mensurar.
Perda de propriedade estimada: 380 milhões de hóruns.