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World Domination System – Capítulo 223

Luta

Com a pressão, similar a uma montanha, aumentando sobre ele, Daneel só conseguiu gritar este comando para o Sistema, antes de cair no chão.

Ao fazer isso, Faxul, que estava olhando para ele com uma expressão de raiva e fúria, também caiu no chão depois que seu rosto ficou apático.

Tudo aconteceu tão rápido que até Luther, que estava do lado, não teve tempo de reagir. Em um momento, o Rei levantou a mão para pegar Faxul como fizera com todos os outros antes.

No momento seguinte, ele caiu no chão como se tivesse sido atingido por algum tipo de ataque.

Quanto a Faxul, aquele momento de raiva foi tão súbito e momentâneo, que ninguém mais notou.

A dor assolou Daneel, fazendo-o sentir como se aquela montanha fosse realmente algum tipo de substância que estava tentando absorvê-lo, aplicando pressão de todas as direções.

O Sistema, que havia silenciado ao ouvir a ordem de Daneel, voltou a falar neste momento.

[Consciência do anfitrião sob ataque. O nível de ataque excede os parâmetros do que o anfitrião pode manejar. Recomenda-se proceder com contra-ataque.]

Reunindo toda a energia que podia enquanto resistia à dor excruciante, Daneel forçou uma pergunta:

“Um contra-ataque pode ser realizado sem matar Faxul?”

Como aquele que o acompanhava por mais tempo desde que ficou longe de seus pais, Faxul ocupava um lugar especial no coração de Daneel, o que o fez garantir um mínimo de segurança para seu amigo, independentemente da situação em que estivesse.

[Negativo. O hospedeiro da entidade deve ser morto para que o ataque pare.]

Na verdade, acabou sendo o pior caso que Daneel havia imaginado.

O manual da técnica “Duas Mentes, Um Corpo” não estava presente na biblioteca que ele havia examinado na sede da Seita Folha Fulminante, fazendo-o acreditar que certas técnicas poderiam ter sido armazenadas com a Técnica de Feitiço dentro da Formação do Núcleo Inquebrável.

Portanto, ele tinha muita pouca informação sobre essa “união”. Ainda assim, ele havia imaginado certos cenários, dos quais só poderia encontrar o correto quando fosse atacado pela entidade, o que permitiria ao Sistema analisá-lo.

Daneel esperava que não fosse tão maligno a ponto de precisar que seu hospedeiro fosse morto para que seus ataques parassem, mas, infelizmente, esse era o caso.

Independentemente disso, este era seu amigo mais próximo, a quem ele não poderia matar com suas próprias mãos.

“Que outro jeito eu tenho de parar o ataque?”, perguntou, ao sentir o sangue escorrer do canto da boca após ter mordido a parte interna da bochecha devido à forte dor que vinha da cabeça.

[Analisando. Única alternativa encontrada: a entidade pode ser confinada ao corpo no qual se encontra, se o anfitrião puder ter contato físico com este. Sugere-se ao anfitrião que inicie o contra-ataque, pois a probabilidade de perder o controle antes que o anfitrião recupere o controle do corpo possuído pela entidade é superior a 80%]

Na verdade, Daneel sabia que estava prestes a sucumbir e desistir diante de um poder ao qual parecia que não ia poder resistir.

Agora, parecia como se ele estivesse sendo esmagado por essa montanha poderosa, colocando tanto peso sobre ele que até mesmo abrir os olhos era uma tarefa tão difícil, que nem mesmo conseguia se imaginar fazendo isso.

Assim, até mesmo a ideia de mover seu corpo para chegar até Faxul era risível.

“Você pode usar um feitiço para mover meu corpo até Faxul?”, ele perguntou, pensando rápido e quebrando a cabeça em busca de soluções, enquanto tentava administrar a agonia.

[Negativo. O Sistema não pode implantar novos feitiços ou técnicas no estado atual do anfitrião. Apenas o feitiço “Bala de Fogo” conjurado anteriormente pode ser usado para iniciar um contra-ataque no corpo sendo usado pela entidade.]

Ao ouvir isso, Daneel percebeu que estava realmente sem opções.

Fazia sentido o motivo pelo qual o Sistema não conseguia lançar novos feitiços, já que a dor parecia vir, principalmente, de sua raiz mágica. Quanto ao “Bala de Fogo”, ele havia sido previamente conjurado pelo Sistema e escondido como parte da técnica automática que ele havia desenvolvido para lançar um contra-ataque, caso fosse atacado.

Parecia que esta era sua última opção, mas Daneel nem mesmo a considerou.

Isso ocorreu principalmente porque não importa quão desesperadas as coisas parecessem, ele percebeu que ainda havia uma chance.

Comparando à pressão que sentiu quando a agressão começou com a que sentia agora, era óbvio que a quantidade havia diminuído.

Isso significava que a entidade estava queimando lentamente qualquer energia que tivesse, assim ele teria que segurar a dor por mais um pouco de tempo antes de poder mover seu corpo novamente.

Nesse momento ele se viu procurando por tudo e qualquer coisa ao seu redor que o ajudasse a se segurar.

Esta era sua mente, com um vazio ao seu redor, exceto por alguma coisa que parecia estar brilhando no canto: sua memória.

Agarrando-se a esta gota d’água, Daneel tentou tocar sua memória mais antiga na esperança de se distrair da dor: a de acordar no orfanato na Terra.

O primeiro rosto de que se lembrava era o da simpática velhinha que cuidava do orfanato.

Foi ela quem convidou as mulheres da vizinhança, prometendo-lhes chá e biscoitos, antes de pedir que o amamentassem, pois ele ainda era muito jovem para ingerir alimentos sólidos.

Nesse momento de crise, Daneel descobriu que conseguia até se lembrar de coisas que pensava ter esquecido devido ao crescimento.

Noites dormindo na varanda do orfanato, nos braços da velha, porque todas as camas eram muito duras para ele dormir, fazendo-o chorar sem parar. Dias em que passara fome porque a velha não conseguira encontrar uma mulher para convidar, fazendo-a soluçar, desejando ter dinheiro extra para comprar leite para ele.

Lágrimas surgiram em seus olhos, lembrando tanto a tristeza quanto a felicidade no rosto da mulher quando ela cuidou dele.

As memórias então mudaram para ele, crescendo e trabalhando o máximo que podia para poder retribuir ao orfanato que cuidou dele da melhor maneira possível quando ele não tinha mais ninguém de quem depender.

Após a satisfação e a felicidade de obter bolsas de estudos e trabalhar em empregos secundários para enviar dinheiro de volta, Daneel sentia raiva e fúria pelo garoto mimado que havia arruinado toda a sua vida.

O que se seguiu foram lembranças de passar fome nas ruas por não querer entristecer a velha voltando de mãos vazias e com uma vida fracassada.

Em seguida veio a transmigração e tudo o que ele fez neste continente, que era ainda mais vívido do que suas memórias da Terra.

Morando com seus pais, treinando o máximo que podia, planejando com tudo em jogo, ganhando e perdendo camaradas, ascendendo ao trono e aprendendo enquanto cometia erros, vendo a Visão da destruição e distorcendo suas prioridades, e, finalmente, percebendo que crueldade, foco adequado e autodependência eram necessários em seu caminho, se ele desejasse manter mais de seu próprio povo seguro.

Cada momento que passou por seus olhos, fazendo-o desejar poder se agarrar a eles, porque sentia como se a pressão ao seu redor diminuísse quando estava absorto nessas memórias.

Era como se as lembranças fossem uma corda a qual ele se segurava para não cair em um abismo, que ele sabia significar se perder no ataque da entidade.

Depois que as lembranças terminaram, Daneel sentiu que a pressão havia diminuído o suficiente, permitindo que ele finalmente movesse a mão um centímetro.

A pressão ainda estava lá, mas agora ele tinha margem de manobra suficiente para rastejar até seu destino.

Os outros presentes na sala, que estavam assistindo em pânico, finalmente relaxaram um pouco ao ver que o Rei finalmente havia se movido, o que significava que ele ao menos ainda estava vivo.

No entanto, ao vê-lo rastejar obstinadamente para a frente como se algum tipo de gigante o estivesse esmagando sob seu pé, as empregadas e soldados não puderam deixar de ficar com expressões confusas em seus rostos.

Kellor e Luther que, na verdade, eram os que estavam mais preocupados, correram para frente novamente, mas pararam enquanto tentavam descobrir as intenções do Rei.

Seu engatinhar parecia ter um foco, pois cada movimento parecia ter o objetivo de virar o corpo para apontar a cabeça para uma direção específica: aquela em que Faxul estava deitado no chão.

Foi Luther quem primeiro percebeu a pista, somando dois mais dois pelo fato de o Rei ter tocado as mãos das pessoas na sala antes.

Apressando-se, ele rapidamente ergueu o Rei e o carregou até Faxul antes de juntar as mãos de ambos.

Abençoando seu comandante inteligente com todo o seu ser, Daneel finalmente sentiu a dor deixar seu corpo quando sentiu o Sistema funcionando.

[Confinamento concluído. O Sistema parabeniza o anfitrião por ultrapassar seu limite. Raiz mágica passou para o próximo nível. Dados insuficientes, o Sistema é incapaz de avaliar e classificar o nível da raiz mágica do anfitrião.]


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